TROMBOSE VENOSA CEREBRAL, UMA CONDIÇÃO SUBDIAGNOSTICADA - RELATO DE CASO

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
TROMBOSE VENOSA CEREBRAL, UMA CONDIÇÃO SUBDIAGNOSTICADA - RELATO DE CASO
Autores
  • Julia Gentil
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
SAÚDE E BEM-ESTAR
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/720670-trombose-venosa-cerebral-uma-condicao-subdiagnosticada---relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Trombose Venosa Central, trombofilia, anticoagulação
Resumo
Introdução: Trombose venosa central (TVC) é uma forma de acidente vascular encefálico (AVE) infrequente e com maior variedade em sua apresentação clínica quando comparada a eventos arteriais, podendo cursar com sequelas neurológicas e morte. Ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, com estudos reportando faixas de idade entre 32 a 50 anos, e frequentemente está associada a causas secundárias como gestação, puerpério, uso de anticoncepcionais orais (ACO), obesidade, anemia, neoplasias e trombofilias. O tratamento é pautado na anticoagulação plena com heparina e antagonistas da vitamina K em pacientes estáveis. O presente relato de caso exemplifica como a TVC pode se apresentar como parte de um espectro de manifestações clínicas secundárias a uma etiologia sistêmica e como o diagnóstico precoce é vital para evitar desfechos com elevada morbimortalidade. Relato de caso: Paciente do sexo feminino de 41 anos, branca, costureira, em julho de 2022 apresentou episodio de trombose venosa profunda (TVP) em membro inferior esquerdo tratada com Rivaroxabana (anticoagulante oral direto - DOAC) 20mg/dia, em janeiro de 2023 apresentou novo episodio de TVP em membro inferior direito com consequente tromboembolismo pulmonar (TEP) e tratada com Rivaroxabana 20mg/dia, ácido acetil-salicílico (AAS) e clopidogrel. Em junho de 2023 apresentou quadro de cefaleia pulsátil, em região occipital, com atendimento em serviços de pronto atendimento de forma recorrente sendo medicada com sintomáticos. Após um mês com cefaléia persistente evolui com parestesia em membro superior esquerdo, redução da acuidade visual e diplopia súbita. Após avaliação oftalmológica evidenciando papiledema bilateral, foi encaminhada ao hospital da região serrana do Rio de Janeiro para investigação diagnóstica. Durante a internação foi realizada angio-ressonância magnética de crânio e órbitas que evidenciaram trombose de seio transverso esquerdo. Foi realizado rastreio para neoplasias sólidas e hematológicas, com exames complementares que se mostraram negativos. Na internação foi feita anticoagulação plena com heparina de baixo peso molecular e posteriormente recebeu alta hospitalar, assintomática, com antagonista da vitamina K (Marevan). Atualmente, aguarda o resultado da pesquisa de trombofilia. Discussão: A paciente não apresentava fatores de risco evidentes para TVC ou eventos trombóticos, no entanto possui história recorrente de tromboses venosas recentes em vigência de DOAC. Visto o histórico de TVP de repetição e TEP em uma mulher jovem sem fator causal definido, a pesquisa de trombofilias é importante a fim de determinar a etiologia do quadro bem como, principalmente, definir o tratamento ambulatorial, uma vez que, a hipótese de neoplasia foi descartada. O atraso diagnóstico de um mês visto no caso, é corroborado pelo o que é descrito na literatura com tempo de atraso diagnóstico em média de 7 dias para episódios de TVC, ademais é importante ressaltar que, durante esse período de latência entre o início dos sintomas e confirmação diagnóstica, sem tratamento adequado, poderia ocasionar novos episódios tromboembólicos, resultando em maior morbimortalidade para paciente. Além disso, uma vez confirmada a trombofilia, a eficácia dos DOAC não está comprovada para esses pacientes por falta de pesquisas específicas para esse quadro, o que explicaria a refratariedade ao tratamento e episódios trombogênicos repetidos do caso. Sendo assim, o manejo terapêutico necessário e comprovadamente eficaz, é feito apenas através da anticoagulação com antagonista de vitamina k por tempo indeterminado. Conclusões: Faz-se importante o diagnóstico precoce desta condição trombofílica, bem como excluir causas secundárias, visto que muitas vezes a trombose de veia central pode fazer parte do espectro clínico de uma doença sistêmica. O correto manejo pode reduzir a recorrência de novas tromboses e, consequentemente, reduzir a morbimortalidade associada, especialmente pelo fato de que a população de maior risco são mulheres jovens economicamente ativas.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GENTIL, Julia. TROMBOSE VENOSA CEREBRAL, UMA CONDIÇÃO SUBDIAGNOSTICADA - RELATO DE CASO.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/720670-TROMBOSE-VENOSA-CEREBRAL-UMA-CONDICAO-SUBDIAGNOSTICADA---RELATO-DE-CASO. Acesso em: 17/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes