IMPLANTAÇÃO DO AAMBULATÓRIO DE SAÚDE INTEGRAL LGBTQIA+ DE PETRÓPOLIS

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
IMPLANTAÇÃO DO AAMBULATÓRIO DE SAÚDE INTEGRAL LGBTQIA+ DE PETRÓPOLIS
Autores
  • Julia Barban Morelli Rosas
  • Eduarda Balduino
Modalidade
Experiências Exitosas
Área temática
SAÚDE E BEM-ESTAR
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/719292-implantacao-do-aambulatorio-de-saude-integral-lgbtqia-de-petropolis
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
LGBTQIA+ , Assistência à Saúde, Acesso
Resumo
O ambulatório de saúde integral LGBTQIA+ de Petrópolis foi uma iniciativa da gestão municipal do Sistema Único de Saúde a partir da implantação do Programa de Saúde LGBTQIA+ no município em 2021. Utilizou-se como referência a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, normativa do Ministério da Saúde (MS) que orienta os gestores do SUS nas ações específicas para esta população, publicada em 2011. 10 anos separam, portanto, as orientações do MS das ações concretas tomadas pelo município. O objetivo do ambulatório, para além de atender a política nacional mencionada acima, é a de efetivar o princípio da equidade do SUS. Desta forma, ao abordar as necessidades específicas desta população que é vulnerabilizada, contribuir para a diminuição das desigualdades em saúde e socialmente em geral, por consequencia. Os atendimentos foram inaugurados com a participação das seguintes profissionais de saúde: médica de família e comunidade com especialização em hormonização trans e enfermeira (também gestora do Programa). O local escolhido foi o Centro de Saúde Coletiva, uma grande unidade ambulatorial da cidade, devido a sua ótima localização e também como forma de não estigmatizar o atendimento LGBTQIA+ vinculando-o ao local de atendimento de IST/AIDS ou à rede de saúde mental do município. Desde o início, por opção das profissionais envolvidas, tratou-se de um ambulatório integral, onde o recorte do perfil de atendimento se define pela identidade das pessoas atendidas como pessoas LGBTQIA+ e não pela demanda de saúde em questão. O entendimento é que as pessoas LGBTQIA+, principalmente as pessoas trans, tem dificuldade de acesso aos serviços de saúde como um todo e que, portanto, o ambulatório deveria ser uma referência para qualquer demanda dessas pessoas. Essa dificuldade de acesso a serviços de saúde acontece devido a dois principais fatores: preconceito perpetrado por profissionais e/ou por outros pacientes frequentadores dos serviços e também pelo despreparo de profissionais para lidar com questões específicas dessa população. A divulgação do ambulatório se deu através de educação permanente junto às equipes de saúde da cidade, principalmente equipes de saúde da família, bem como com o apoio no encaminhamento de pacientes a partir do Centro de Cidadania LGBT (unidade da assistência social) e do serviço de doenças infecciosas (DIP/IST). Assim, o ambulatório começou a receber pacientes em dezembro de 2021. Inicialmente, o perfil foi de pacientes trans desejoses de acompanhamento médico na realização de hormonização para afirmação de gênero. Muitas vezes pessoas que já vinham tomando medicações por conta própria. As pessoas sempre foram atendidas por ambas profissionais, a fim de conferir um olhar multiprofissional sobre o cuidado em saúde. Em dezembro de 2022, com a intenção de ampliar o acesso, foi lançado o whatsapp do ambulatório, sob gestão das profissionais. O número é utilizado como forma de agendamento de consultas, na tentativa de superar barreiras de acesso como a obrigatoriedade de ir presencialmente ao Centro de Saúde para agendamento. Este canal também serve para a população e profissionais de saúde do município tirarem dúvidas quanto à saúde LGBTQIA+ e como forma de divulgação de atividades do ambulatório e de outras referentes à comunidade na cidade. A criação do whatsapp do ambulatório somada a chegada em março de 2023 de um psicólogo que passou a integrar a equipe, provocaram o crescimento do número de pacientes no ambulatório (dobrando o número de pessoas atendidas). O profissional de psicologia trouxe com ele diversos pacientes já acompanhades na rede de saúde mental do município. Assim, ampliou-se o quantitativo de pacientes gays e lésbicas, que anteriormente pouco frequentavam o ambulatório. Um grande limitador da adesão das pessoas trans ao serviço é a ausência de política pública para dispensação de medicação. Hormônios e bloqueadores têm custo elevado e impeditivo para muitas pessoas. O uso irregular causa dificuldade em alcançar os objetivos de afirmação de gênero e frustração com o tratamento. O município não possui ainda também fluxo próprio para cirurgias, por ora encaminhando todas as pessoas que as desejam para serviços de referência na capital que apresentam imensa fila de espera. Em agosto de 2023 uma grande ampliação da equipe, que passou a contar com mais psicólogos e psiquiatra, além de técnico de enfermagem e administrativa exclusiva permitiu a transferência dos atendimentos para uma unidade própria ainda no centro da cidade. O atendimento segue sendo multiprofissional, pois todas as pessoas são acompanhadas por pelo menos dois profissionais. E em breve terão início os atendimentos coletivos, com grupos voltados para pacientes e também para seus familiares. Pretende-se com o novo espaço e a ampliação da equipe (praticamente totalmente formada por pessoas LGBTQIA+) a criação de um verdadeiro local de acolhimento e referência para esta população, onde todas, todos e todes se sintam em casa. Obs: não foi possível revisão a ortografia do título, pois o mesmo não estava disponível para revisão.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ROSAS, Julia Barban Morelli; BALDUINO, Eduarda. IMPLANTAÇÃO DO AAMBULATÓRIO DE SAÚDE INTEGRAL LGBTQIA+ DE PETRÓPOLIS.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/719292-IMPLANTACAO-DO-AAMBULATORIO-DE-SAUDE-INTEGRAL-LGBTQIA-DE-PETROPOLIS. Acesso em: 24/06/2025

Trabalho

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