TRISTES, LOUCAS E MÁS: REFLETINDO SOBRE A CONSTRUÇÃO DE SUBJETIVIDADES FEMININAS

Publicado em - ISSN: 2675-8563

DOI
10.29327/1336239.30-3  
Título do Trabalho
TRISTES, LOUCAS E MÁS: REFLETINDO SOBRE A CONSTRUÇÃO DE SUBJETIVIDADES FEMININAS
Autores
  • Maria Regina Bortolini de Castro
  • ANA LUCIA DE CARVALHO
  • Ana Clara Araújo Pereira
  • Ana Beatriz Gonçalves Mello
  • Helena Moulin Valencia Ribeiro
  • Hillary Vitória Santos Freire
  • Jordana Rodrigues Pimentel
  • Larissa Crispim barbosa
  • Mariana Luiza Takeuchi Bento
  • Victória Cecília De Oliveira Virginio
Modalidade
Práticas Educativas Inovadoras
Área temática
CORPORALIDADES E SUBJETIVIDADES
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/715984-tristes-loucas-e-mas--refletindo-sobre-a-construcao-de-subjetividades-femininas
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Estudos de Gênero, Representações Sociais, Saúde Mental, Estigmatização, Subjetividades
Resumo
Desde a pandemia de Covid-19, com a interrupção das atividades presenciais, o Laboratório de Estudos em Representações Sociais e Saúde - LERS e o Coletivo Feminista – COFEM, do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina, em Petrópolis, Rio de Janeiro vem desenvolvendo parceria no desenvolvimento de um grupo de estudos sobre questões de gênero. . O LERS é um grupo de pesquisa interdisciplinar no campo das Representações Sociais e Saúde, sobre temas relativos às transformações culturais e os processos psicossociais envolvidos na construção de representações no âmbito da saúde, especialmente na dimensão simbólica da constituição das subjetividades e identidades de gênero. O COFEM reúne estudantes de diferentes cursos com a finalidade de promover a reflexão e o ativismo em torno das questões de gênero. Nosso objetivo é construir espaços de estudo e diálogo sobre as questões de gênero, articulando a leitura acadêmica e as vivências coletivas. Em 2022/2023, o grupo vem desenvolvendo estudo sobre a obra “Tristes, loucas e más”, de Lisa Appignanesi com encontros virtuais quinzenais, através de plataforma digital, de 2 horas cada, onde um capítulo por vez é discutido. Os encontros contam com cerca de 20 estudantes, majoritariamente do sexo feminino e da área da saúde (medicina, psicologia). Após os encontros, cada participante elabora um “diário reflexivo” na forma de texto acadêmico e/ou outras linguagens (poesia, ilustração, etc) onde registram suas impressões e os afetamentos provocados pelo estudo. Num contexto de grandes transformações sociais (dos 1800 até atualidade), onde mulheres enfrentam dificuldades para se adequar a exigências conflitantes, com Ligia Appignase estamos mergulhando nos processos da marginalização e estigmatização que levou mulheres a serem confinadas, apartadas da sociedade como “loucas”, uma categoria de acusação com alto poder de contaminação, legitimada por visões de mundo e valores morais. Tem sido possível analisar o papel da ciência médica, em especial a Psiquiatria e a construção de um discurso médico-legal e todo um aparato institucional, em respaldar possibilidades de coerção, até mesmo policial de mulheres com “problemas de saúde mental”. Depressão, melancolia, histeria, esquizofrenia e outras condições psíquicas, a relação entre sexualidade e saúde, médico e paciente, a clínica e a sociedade, são analisadas numa perspectiva histórica. Nos encontros emergem relatos pessoais e as discussões ultrapassam a fronteira do conhecimento acadêmico e expõem o potencial psicossexual, de cada uma de nós e de todas como um coletivo, é regulado pelas convenções e mesmo pelas ciências em saúde. É possível observar o amadurecimento individual e coletivo na reflexão sobre a construção social do feminino, não apenas no âmbito acadêmico, mas especialmente, como uma trilha de autoconhecimento. Concluiu-se que mais que um grupo de estudos a experiência se aproximou de um grupo de encontro, nos termos de Carl Rogers, ou seja, um grupo orientado para o desenvolvimento pessoal e o melhoramento das comunicações e relações interpessoais. As participantes não só debatem sobre as obras como questionam e refletem sobre suas biografias pessoais. Muitas vezes, nesses diálogos (trans)formativos, a objetividade do debate acadêmico deu lugar ao lirismo da poesia, e mesmo imagens substituíram o discurso verbal. O uso de diferentes linguagens permitiu que cada estudante se expressasse de modo próprio, entrelaçando subjetividades e tocando em diversas dimensões das situações discutidas. Não é uma prática comum na universidade que a ciência possa servir para não apenas ler o mundo, mas seja oportunidade também para ler a si mesmo. A experiência se mostrou um espaço excepcional para as participantes explorar suas concepções acerca do processo saúde-doença, de reconhecer os processos de estigmatização social, refletindo sobre a construção de subjetividades femininas (a sua própria mesma), é, sem dúvida, uma oportunidade inestimável, não só para a pessoa que cada uma é, mas também para as(os) profissionais que queremos ser.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

CASTRO, Maria Regina Bortolini de et al.. TRISTES, LOUCAS E MÁS: REFLETINDO SOBRE A CONSTRUÇÃO DE SUBJETIVIDADES FEMININAS.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/715984-TRISTES-LOUCAS-E-MAS--REFLETINDO-SOBRE-A-CONSTRUCAO-DE-SUBJETIVIDADES-FEMININAS. Acesso em: 15/12/2025

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