AUTISMO LEVE COM HABILIDADE ESPECIAL E ALTAS HABILIDADES COM DIFICULDADES SOCIAIS: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL.

Clara Gruber Telles; Carla Gruber Gikovate; Helena Lamonica Monnerat De Carvalho

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Trabalho

Título do Trabalho

AUTISMO LEVE COM HABILIDADE ESPECIAL E ALTAS HABILIDADES COM DIFICULDADES SOCIAIS: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL.

Autores

Clara Gruber Telles
Carla Gruber Gikovate
Helena Lamonica Monnerat De Carvalho

Modalidade

Revisão de Literatura

Área temática

EDUCAÇÃO E INCLUSÃO

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/715274-autismo-leve-com-habilidade-especial-e-altas-habilidades-com-dificuldades-sociais--um-diagnostico-diferencial

ISSN

2675-8563

Palavras-Chave

Autismo, Altas Habilidades, Superdotação, Dificuldades sociais

Resumo

Introdução: Considerando o aumento na busca pelo diagnóstico de autismo leve (nível 1 de suporte), é muito importante entender as sutilezas das condições clínicas, nas quais as bordas não são bem delimitadas. Na prática clínica, é comum o encaminhamento de crianças que apresentam hiperfoco em algum assunto, se tornando precocemente um especialista no tema de interesse. Algumas destas crianças apresentam também prejuízo nos relacionamentos com os pares. Nesse contexto, estabelecer o diagnóstico diferencial entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Altas Habilidades cognitivas acompanhada por dificuldades para socializar com os pares é crucial. Essas condições possuem interseção significativa, sendo estimado que 10% das crianças no espectro do autismo possuem algum tipo de habilidade especial ou característica savant (Rimland, 1988) e, de um modo geral, crianças com altas habilidades também estão mais propensas a apresentar dificuldades sociais (Hoogeveen, 2008). Sendo assim, é fundamental que possamos entender como distinguir crianças com autismo de alto funcionamento de neurotípicos com QI (Quoficiente de Inteligência) alto e prejuízo social, a fim de promover melhor desenvolvimento e estimulação adequada. Objetivos: Discutir o diagnóstico diferencial entre crianças com autismo leve e habilidade especial e crianças não-autistas com altas habilidades e dificuldades sociais. Metodologia: Foi realizada busca em Março de 2023 no PubMed com a combinação de palavras-chave: Autism AND high abilities; Autism AND gifted; Autism AND prodigy; Autism AND savant. Foram selecionados artigos que forneciam informações relevantes para se estabelecer um diagnóstico diferencial entre TEA e Altas Habilidades. Discussão com análise crítica das contribuições teóricas: Foram encontrados 223 artigos e, após a leitura cuidadosa, foram selecionados apenas 7. A partir desta revisão, foram encontrados dados que apontam diferentes origens para as dificuldades sociais nos dois grupos: Crianças com autismo apresentam dificuldades para entender expressões faciais e fazer a leitura e interpretação de situações sociais (Doobay, 2014). Enquanto isso, crianças não-autistas com altas habilidades tendem a procurar simetria nas relações sociais, com pessoas que possuam habilidade cognitiva similar e interesses em comum, o que não é frequentemente encontrado nos pares de mesma idade, sem as mesmas aptidões cognitivas (Davidson Institute, 2022). Além disso, a habilidade linguística, especialmente do nível pragmático da linguagem, também é um fator relevante para o diagnóstico diferencial. O comprometimento dessa habilidade é comumente encontrado no grupo com TEA (Griffin, 2021), mas não no grupo com Altas Habilidades. Também deve-se estar atento à possibilidade de se diagnosticar uma “dupla-excepcionalidade”, ou seja, a presença de ambas as condições ao mesmo tempo. Nesse caso, as características marcantes a serem observadas, além da origem das dificuldades sociais e a pragmática de linguagem, são a inconstância e as desproporções significativas de funcionalidade. É comum, por exemplo, que esse grupo precise de grande suporte social, mesmo que demonstre grande autonomia e facilidades no âmbito cognitivo (Davidson Institute, 2022). Conclusão: A fim de que seja possível estabelecer um diagnóstico diferencial mais preciso entre crianças com autismo leve e crianças não-autistas com altas habilidades, é essencial que ocorra uma avaliação multiprofissional cuidadosa. Devem ser observados fatores como a habilidade de leitura social e a competência do nível pragmático da linguagem, assim como o modo como se manifestam as principais dificuldades e facilidades. Com isso, apesar de ambos os grupos apresentarem questões de ordem social, é importante compreender que as causas são muito distintas, assim como as intervenções que devem ser realizadas. Ademais, no caso da dupla-excepcionalidade, as necessidades de intervenção podem ser ainda mais específicas e variadas, sendo necessária uma observação muito cuidadosa, considerando o indivíduo, todo o seu contexto e suas peculiaridades.

Título do Evento: XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento: Petrópolis
Título dos Anais do Evento: Anais Semana Científica
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

TELLES, Clara Gruber; GIKOVATE, Carla Gruber; CARVALHO, Helena Lamonica Monnerat De. AUTISMO LEVE COM HABILIDADE ESPECIAL E ALTAS HABILIDADES COM DIFICULDADES SOCIAIS: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL... In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/715274-AUTISMO-LEVE-COM-HABILIDADE-ESPECIAL-E-ALTAS-HABILIDADES-COM-DIFICULDADES-SOCIAIS--UM-DIAGNOSTICO-DIFERENCIAL. Acesso em: 21/06/2025