RELATO DE CASO SOBRE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA DESCOMPENSADA EM PACIENTE DE 46 ANOS

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
RELATO DE CASO SOBRE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA DESCOMPENSADA EM PACIENTE DE 46 ANOS
Autores
  • Oswaldo Luiz Pizzi
  • Maria Alice Vale
  • Thamirys dos Passaros Augusto
  • Nickolas Tardelli De Oliveira Marcelino
  • Julia Elmer
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
SAÚDE E BEM-ESTAR
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/714674-relato-de-caso-sobre-insuficiencia-cardiaca-congestiva-descompensada-em-paciente--de-46-anos
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, descompensada, congestão, fração de ejeção
Resumo
Este presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de um paciente masculino de 46 anos de idade com quadro agudo de Insuficiência Cardíaca congestiva tipo B com Fração de Ejeção Reduzida de 22%, cuja condição é atribuída a um evento de isquêmico miocárdico aos 41 anos. As informações deste trabalho foram adquiridas por meio do acompanhamento do paciente durante sua internação 06/04/2023 à 27/04/2023 em um hospital da região serrana, realizado pelos autores do trabalho, com anamnese, exames físicos, revisão de prontuário e revisão de literatura. Paciente de 46 anos, natural de Petrópolis RJ, hipertenso há 10 anos em uso de Enalapril irregular, infarto agudo do miocárdio há 5 anos. Há 6 meses iniciou quadro de dispneia progressiva, de grandes esforços, evoluindo à pequenos esforços, ortopneia e dispneia paroxística noturna (DPN), nega precordialgia e síncope. Foi admitido no hospital no dia 06/04/2023 com um quadro de dor insidiosa no quadrante superior direito, sem irradiação, associado a quadro de vômito após ingestão alimentar. Abstêmio há 5 anos, com antecedente de intenso alcoolismo, tabagismo prévio de carga tabágica de 20 maços-ano. Ao exame físico paciente acordado, cooperativo, ictérico +/4, acianótico, normocorado, hidratado com perfusão capilar periférica lentificada. Sinais Vitais: FC:80 bpm FR:20 irpm PA: 100/70 mmHG. TJLP ++/+3 a 45° e com refluxo hepatojugular. Ritmo cardíaco regular, em três tempos, B1 e B2 hipofonéticas com presença de B3, sopro sistólico ++/6 em foco mitral, ictus palpável protuso de duas polpas digitais, desviado para LAA e 6 EIC. MV reduzido em base direita, com presença de estertor crepitante bilateral em bases, abdome flácido, peristáltico com discreta ascite, fígado 3cm abaixo do rebordo costal, hepatimetria de 14cm, dor à palpação superficial em HD, panturrilhas livres, pulso pedioso palpável e edema de MMII de ++/+4 bilateral até raiz da coxa. Hipótese diagnóstica de insuficiência cardíaca pelos Critérios de Framingham e coleolítiase pelo serviço médico. A conduta inicial da internação foi início de Furosemida 20mg 01 ampola EV 8/8H, Espironolactona 25mg VO 1CP/manhã, AAS 100mg VO 1CP/almoço, Clexane 40mg SC 1x/dia e Sinvastatina 20mg VO 1 CP/noite e realização de exames complementares para investigação. Em 08/04/2023, foi realizado eletrocardiograma, com onda Q patológica em parede inferior, além de sobrecarga do ventrículo esquerdo, segundo Critério de Sokolow. Em 10/04/2023, foi realizado USG abdominal total mostrando vesícula biliar de estrutura e parede normais e exames laboratoriais hiperbilirrubinemia (4,4) com elevação da bilirrubina direta (2,9), TGO 110, TGP 115, GGT 229 e FA 367, Troponina 79,8 e Pró-BNP>25.000. Em 12/04/2023 realizado ecocardiograma transtorácico, constatando Fração de ejeção reduzida de 22% e veia cava inferior distendida e hipocinesia difusa de VE, confirmando o diagnóstico de IC descompensada, classificada como perfil B, sendo adicionado a prescrição Hidroclorotiazida 50mg VO 1CP/MANHÃ, Bisoprolol 5mg VO 01CP 12/12h, Enalapril 10mg 1CP VO 12/12h e Dapagliflozina 10 mg 1CP/MANHÃ, mantendo os outros medicamentos. Paciente evoluiu com melhora gradativa do quadro clínico após otimização de sua prescrição, sendo realizado outro EcoTT em 25/04/2023 que mostrou FE de 27%, também nesse dia foi adicionado Ivahart 5mg 1CP 12/12h e Entresto 50mg 2CP VO 12/12h, tendo alta em 27/04/2023 com orientações terapêuticas e de hábitos de vida, com melhora total do quadro de congestão, sem edemas periféricos ou sintomas respiratórios. Sem retorno pós alta. No Brasil, a abordagem da insuficiência cardíaca aguda descompensada é fundamentada na Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Segundo a diretriz, feito o diagnóstico clínico da IC descompensada, e estabelecido o perfil clínico-hemodinâmico do paciente por investigação principalmente com ecocardiograma transtorácico, inicia-se tratamento intenso para a congestão, a depender do Perfil e da PA sistólica. O paciente foi classificado como Perfil B com PAS: 100mmHg, congestão sem sinais de baixo débito cardíaco, a Diretriz então orienta nesse perfil o uso de vasodilatadores, furosemida, betabloqueadores e IECA/BRA. Adicionalmente, atualmente, o Colégio Americano de Cardiologia tem orientado o uso de iSGLT2 em casos de IC agudizada perfil B, seguindo o estudo americano DICTATE-AHF (Z L Cox et al.), que demonstrou que uso de iSGLT2 precocemente juntamente com diuréticos de alça em casos de IC descompensada demonstrou melhora mais rápida na congestão e alta hospitalar mais precoce. Na terapêutica do paciente, em concordância com a diretriz brasileira, foi utilizado para a IC descompensada IECA, BB, Furosemida e diuréticos tiazídicos, porém não sendo utilizados vasodilatadores, por não haver necessidade clínica, além de uso de iSGLT2 precocemente, concordando com as mais recentes orientações americanas. Com isso, observou-se que tal estratégia foi eficaz na reversão e resolução do quadro do paciente. Ademais, devido a gravidade da ICFEr do paciente, apesar da ótima conduta intra-hospitalar, são altas as chances de re-hospitalizações e caso as orientações pós-alta e otimização da medicação para a IC crônica não sejam seguidas, tais chances são ainda maiores, com uma expectativa de sobrevida para os próximos 5-10 anos sendo reservadas. A insuficiência cardíaca do paciente tem como causa provável o infarto agudo do miocárdio prévio, e sua descompensação foi possivelmente desencadeada pela falta de um correto tratamento medicamentoso pós-IAM e da hipertensão arterial sistêmica. Este caso enfatiza a importância de seguir corretamente as diretrizes para o tratamento da insuficiência cardíaca crônica, agudizada e de HAS que se tem atualmente. Além disso, destaca o papel significativo dos iSGLT2, cuja indicação e implementação recente têm mostrado melhorias precoces e positivas nos desfechos das hospitalizações nesses cenários clínicos.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PIZZI, Oswaldo Luiz et al.. RELATO DE CASO SOBRE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA DESCOMPENSADA EM PACIENTE DE 46 ANOS.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/714674-RELATO-DE-CASO-SOBRE-INSUFICIENCIA-CARDIACA-CONGESTIVA-DESCOMPENSADA-EM-PACIENTE--DE-46-ANOS. Acesso em: 06/05/2025

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