RELATO DE CASO- PIODERMA GANGRENOSO

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
RELATO DE CASO- PIODERMA GANGRENOSO
Autores
  • Giovanna Cerqueira Ughetto
  • Bianca De Medeiros Pacheco
  • Ana Heloisa Nascimento Beserra
  • Attilio Valentini
  • Fátima Mª A. Minuzzo
  • LUCIANA TEIXEIRA VELLOSO
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
SAÚDE E BEM-ESTAR
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/714357-relato-de-caso--pioderma-gangrenoso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
pioderma gangrenoso, pioderma gangrenoso cabeça e pescoço, pioderma gangrenoso restrito a face, face, lesões, cabeça e pescoço, dermatologia
Resumo
Introdução O pioderma gangrenoso (PG) é uma dermatose inflamatória rara, multifatorial que envolve disfunção neutrofílica, mediadores inflamatórios e predisposição genética. Existem 4 principais subtipos desta patologia, cada uma apresentando um tipo específico de lesão elementar, entretanto, apresentando como característica comum serem dolorosa, com margens irregulares, inflamatórias e elevadas, de cor vermelha escura e com uma base necrótica granular, salpicada de pequenos abscessos. Estas lesões podem surgir após traumas simples, como picadas de insetos, biópsias e incisões cirúrgicas.Os subtipos de PG são: ulcerativo (81,52%), pustular, bolhoso (6,25%) e vegetativo.(12,5%) O diagnóstico de PG é basicamente um diagnóstico de exclusão, sendo necessário inicialmente investigar infecção e outras causas para lesões/ úlceras cutâneas para então posteriormente fechar o diagnóstico. Relato de caso Paciente masculino, 20 anos, branco, morador de Petrópolis- RJ. Foi atendido, em maio de 2021, na Dermatologia do AMBE, com relato de surgimento – já há 09 meses - de nodulação, na região submandibular esquerda, com aproximadamente 2 cm, com presença de hiperemia local e ponto de flutuação, sem outros sinais flogísticos. Ao longo do período, verificou-se o crescimento progressivo desta lesão, associado ao surgimento de lesão ulcerada, na região temporal esquerda (próximo à órbita esquerda). Realizou, nos 2 meses iniciais da evolução do quadro, antibioticoterapia oral (Clindamicina 900mg/dia, por 7 dias; Cefalexina 2g/dia, 14 dias), porém sem melhora clínica. Nega febre, perda ponderal e outros sintomas e/ou queixas. Paciente foi encaminhado no período ao serviço de bucomaxilo do Hospital Santa Teresa onde foram realizados drenagem da lesão, antibioticoterapia venosa com vancomicina e meropenem por 7 dias, duas hemoculturas - ambas negativas- e coleta de material para histopatológico. Com suspeita de esporotricose, após ao laudo histopatológico (e a informação posterior, pelo paciente, de história de convívio com gato com esporotricose, cerca de 4 meses antes do início do quadro) – foi iniciado Itraconazol 200 mg 12/12h por 3 meses, sem melhora da lesão. Foi encaminhado no sexto mês de evolução do quadro para cirurgia plástica sendo realizado a aproximação dos bordos da lesão, porém com posterior deiscência de sutura. Além disso, paciente refere ter realizado aproximadamente 60 sessões de hiperbárica, sem melhora clínica. Paciente foi então encaminhado pela cirurgia plástica para o ambulatório escola de dermatologia, AMBE, com lesão ulcerada em região submandibular e temporal à esquerda. Foi realizada a primeira consulta no AMBE nove meses após início do quadro, sendo levantada hipótese diagnóstica de TB cutânea, esporotricose, paraccocidioidomicose e linfoma cutâneo. Foram então solicitados PPD - não reator, exame micológico direto e cultura, ambos negativos, além de sorologias, também negativas. Foi realizada também investigação de histiocitose com imunohistoquímica, a qual foi negativa, e pioderma gangrenoso, optando-se pelo início de prova terapêutica com Prednisona 60 mg/dia e Dexametasona pomada nos bordos da lesão. Paciente apresentou resposta à terapêutica proposta com cicatrização das lesões ulceradas ao longo de 4 meses iniciais do tratamento. Foi realizada redução gradativa de Prednisona ao longo de 11 meses (60 mg/3,5 meses; 50 mg/ 15 dias; 40 mg/ 15 dias; 30 mg/15 dias; 20 mg/1 mês; 15 mg/1 mês; 10 mg/1 mês; 5 mg/3 meses). No quarto e quinto mês de tratamento foram realizadas infiltrações de Triancinolona, uma a cada mês, nas áreas que permaneciam ulceradas com bordos mais vegetantes e descolados. Ao longo do tratamento foram utilizados também diferentes produtos tópicos buscando melhor resposta clínica: Dersane Hidrogel (com alginato de sódio e ácidos graxos essenciais)- no 5,6,8,9 mês e Cicabio (resveratrol e centella asiática: associacao de cobre + zinco; Antalgicine; ácido hialurônico e da glicerina)- no 7 mês. Paciente apresentou melhora total das lesões, recebendo alta terapêutica no 11 mês. Discussão/ Conclusão A PG acomete cerca de 3 a 10 por milhão de pessoas/ano . Pode acometer indivíduos de qualquer idade, porém são mais comuns em adultos entre 40 a 60 anos de idade. É mais comum em mulheres que em homens, com uma proporção de 3:1. Cerca de 50% dos pacientes com PG possuem alguma outra condição médica associada. As doenças mais associadas ao PG foram: a doença inflamatória intestinal, artrites e neoplasias hematológicas. O curso inicial desta patologia pode se apresentar de 2 formas: (1) uma de início súbito, mais rapidamente progressiva, cursando com importante dor, ação sistêmica, febre, bolhas hemorrágicas, supurações e margens com halo inflamatório. Enquanto (2) a segunda forma ocorre de forma mais insidiosa, sendo possível observar granulação maciça, hiperceratose e formação de crostas nas margens, atingindo áreas extensas e pendendo apresentar regressão espontânea em certas áreas com progressão em outras. Uma análise retrospectiva evidenciou uma maior associação entre a idade com a apresentação clínica da doença e comorbidades do paciente. Por ex. a doença inflamatória intestinal ocorre mais frequentemente em pacientes com idade menor que 65 anos, enquanto a artrite reumatóide, a espondilite anquilosante, neoplasias hematológicas e outras doenças hematológicas costumam acometer mais pacientes com 65 anos ou mais. O PG costuma acometer mais membros inferiores, nádegas e abdome. Entretanto, em casos mais raros, pacientes podem desenvolver PG de cabeça e pescoço, que possui uma apresentação clínica variável, o que faz com que o diagnóstico se torne um desafio. A diferença desta variante para o típico PG ainda não foi identificada, o que dificulta demasiadamente o diagnóstico e manejo desta patologia.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

UGHETTO, Giovanna Cerqueira et al.. RELATO DE CASO- PIODERMA GANGRENOSO.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/714357-RELATO-DE-CASO--PIODERMA-GANGRENOSO. Acesso em: 02/08/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes