AS POSSIBILIDADES DA CLÍNICA EXISTENCIAL NAS EXPERIÊNCIAS COM CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM AUTISMO

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
AS POSSIBILIDADES DA CLÍNICA EXISTENCIAL NAS EXPERIÊNCIAS COM CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM AUTISMO
Autores
  • Sylvio Pecoraro
  • Gleicyane Aparecida de Oliveira
Modalidade
Revisão de Literatura
Área temática
CORPORALIDADES E SUBJETIVIDADES
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/714160-as-possibilidades-da-clinica-existencial-nas-experiencias-com-criancas-diagnosticadas-com-autismo
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
perspectivas existenciais, autismo, experiências
Resumo
Ao pesquisar em bases de dados científicas publicações que abordam a atuação das(os) psicólogas(os) com crianças diagnosticadas com autismo pelo enfoque das perspectivas existenciais, se evidencia um escasso retorno. Os poucos trabalhos encontrados se limitam a abordar especificamente o autismo ou o existencialismo, mas não trazem a correlação entre ambos. Em contrapartida, são identificadas mais produções científicas que discorrem sobre as possibilidades de intervenção no Transtorno do Espectro Autista (TEA) a partir da Análise do Comportamento Aplicado (ABA) e das neurociências. Tendo em vista esta problemática, o presente trabalho se sustenta calcado na importância e, sobretudo, na necessidade de produzir a respeito de uma temática que não é facilmente encontrada, possibilitando abrir espaço para que outras perspectivas e modos de atuação também sejam refletidos, discutidos e empregados. Contudo, convém ressaltar que a pesquisa não tenciona discorrer sobre qual leitura teórica é mais ou menos indicada para atuar no TEA nem mesmo refutar as abordagens comportamentais, mas sim compreender e explorar outras epistemologias, experiências e possibilidades que não são comumente reconhecidas e discutidas, e sustentar tal projeção se caracteriza como um desafio e uma oportunidade para a psicologia. Deste modo, o trabalho objetiva, primordialmente, compreender as possibilidades de atuação clínica das(os) psicólogas(os) com crianças diagnosticadas com autismo a partir das perspectivas existenciais. Especificamente visa apresentar o percurso histórico e as definições do conceito de autismo desde o seu destaque até a atualidade; descrever as psicologias existenciais e a clínica infantil à luz dessas perspectivas; levantar produções científicas e discutir as possibilidades da clínica infantil existencial com o autismo e entrevistar psicólogas(os) que atendam partir dessas leituras. Para tanto, o caráter metodológico se sustenta em uma pesquisa de ordem exploratória e qualitativa, tencionando proporcionar maior familiaridade com o assunto com base em aspectos subjetivos e não estatísticos. Nesse sentido, foi utilizada a revisão bibliográfica a partir da análise de materiais já elaborados como artigos científicos, literaturas e periódicos. Além disso, estão sendo realizadas as entrevistas individuais com psicólogas(os), buscando uma aproximação e compreensão sobre como se dá o desvelamento das experiências. A seleção das(os) profissionais ocorre por meio da técnica Snowball (Bola de Neve), onde os participantes iniciais indicam novos participantes e assim sucessivamente. Cabe enfatizar que a proposta de pesquisa foi submetida à análise do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE/FMP) no mês de Junho de 2023, e posteriormente foi aprovada sob o parecer de número 6.127.583. Deste modo, estão asseguradas as exigências legais e o compromisso ético com o procedimento. Considerando que as entrevistas ainda estão em desenvolvimento, entende-se que ainda há diversos aspectos a serem abordados, refletidos e pesquisados. Por isso serão tecidas algumas discussões e reflexões parciais, condizentes com construções feitas até o presente momento. As perspectivas existenciais entendem que homem e mundo encontram-se imbricados em um processo de relação mútua, o que se denomina ser-no-mundo. O sujeito se localiza em um determinado território e em uma determinada época, portanto, esse mundo é sempre um campo de sentido e de significados que vão se sedimentando ao longo do tempo. Traçando um paralelo entre essas concepções e o TEA, pode-se considerar que o autismo se trata de um dos modos do sujeito expressar o seu ser-no-mundo. Logo, não se deve reduzir a criança às condições orgânicas, psicológicas e/ou sociais que apresenta, visto que no mundo há uma abertura de possibilidades para que esse sujeito se construa. E tal construção não acontece de forma fechada e irreversível, por isso é primordial não se apegar apenas ao diagnóstico. Esse olhar para o sujeito e suas possibilidades é uma das potencialidades da clínica existencial, e diferentemente do que é observado em outros modos de intervenção, a (o) psicóloga(o) desta abordagem dispõe de diversas maneiras para fundamentar o seu fazer, não havendo uma técnica específica ou um modo de atuação fechado e acabado em si mesmo. Tendo isso em vista, depreende-se que fundamental é colocar-se em uma posição de negatividade e suspensão, ou seja, sem determinações, teorizações e concepções previamente dadas, para que seja possível pensar a experiência humana considerando os sentidos e significados singulares que se desvelam para cada um. Diante do que foi refletido e discutido até o momento, é possível compreender que ao atuar com uma criança diagnosticada com autismo, é fundamental considerar as vivências que se constituem e se expressam nos diversos ambientes que a mesma frequenta. Sendo assim, antes de intervir em determinado comportamento que a sociedade acredita ser “disfuncional”, é necessário pensar a identidade e singularidade desse sujeito, suas experiências e a relação com o contexto e com seu campo de sentidos, e isso também inclui o próprio ambiente clínico. Ademais, mesmo com tais aproximações, é necessário destacar que a pesquisa não traz resultados e conclusões fechadas, uma vez que o fazer clínico, sobretudo nas perspectivas existenciais, também envolve abertura e construções singulares. Portanto, não é cabível limitar e enclausurar as compreensões suscitadas.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PECORARO, Sylvio; OLIVEIRA, Gleicyane Aparecida de. AS POSSIBILIDADES DA CLÍNICA EXISTENCIAL NAS EXPERIÊNCIAS COM CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM AUTISMO.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/714160-AS-POSSIBILIDADES-DA-CLINICA-EXISTENCIAL-NAS-EXPERIENCIAS-COM-CRIANCAS-DIAGNOSTICADAS-COM-AUTISMO. Acesso em: 17/05/2025

Trabalho

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