SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO:  A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS/RJ

Marianna de S. Thiago Papinutto

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Trabalho

Título do Trabalho

SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO: A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS/RJ

Autores

Marianna de S. Thiago Papinutto

Modalidade

Experiências Exitosas

Área temática

SAÚDE E BEM-ESTAR

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/713788-servico-residencial-terapeutico---a-experiencia-do-municipio-de-petropolisrj

ISSN

2675-8563

Palavras-Chave

Saúde Mental; Rede de Atenção Psicossocial; Desinstitucionalização; Serviço Residencial Terapêutico; Residência Terapêutica.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo caracterizar o processo de implementação do Serviço Residencial Terapêutico no município de Petrópolis (RJ) no período de 2012 a 2021. Ressaltamos que o período de delimitação da pesquisa apontado se deve ao fato de compreender da implementação da primeira Residência Terapêutica no município, inaugurada em 09/02/2012 até os quatro últimos anos de gestão (2018 à 2021), tendo em vista ser o período em que os entrevistados estavam nos respectivos cargos de gestão, facilitando a coleta de dados e informações pertinentes ao presente estudo. Para isso, foram utilizadas como estratégias de pesquisa a revisão integrativa da literatura e o estudo de caso, tendo como forma de coleta de dados a análise documental e entrevistas semi-estruturadas. Para atender ao objetivo deste estudo, primeiro foi traçado um breve histórico da trajetória de implementação da Política Nacional de Saúde Mental, assim como o conceito de desinstitucionalização e o surgimento e características dos Serviços Residenciais Terapêuticos, levando-se em consideração que foram identificados alguns períodos da institucionalização da loucura em nosso país, desde a época do Império até o ano de 2019, sendo cada um deles marcado por processos de disputas políticas e de diferentes concepções sobre a loucura e saúde mental, o que influenciava diretamente nas práticas de cuidado adotadas em cada um desses períodos. Após, foram apresentadas as principais características da trajetória da Saúde Mental de Petrópolis, a atual composição da Rede de Atenção Psicossocial e elementos acerca da instituição e organização do Serviço Residencial Terapêutico, além de discutir o início do processo de desinstitucionalização no município, que ocorreu entre os anos de 2011 e 2012, com a composição do primeiro grupo técnico para realização de censo psicossocial em hospital psiquiátrico, o que resultou na inauguração da primeira residência terapêutica de Petrópolis. E, ainda, aponta a continuidade deste trabalho, com a implementação, em 2020, de novo Grupo Técnico Operacional para atuar e dar continuidade no processo de desinstitucionalização em Saúde Mental e monitoramento dos pacientes internados, com acompanhamento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e da Coordenação de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado de Saúde/RJ, grupo este que realiza estudos de caso e avaliação de elegibilidade para novos encaminhamentos para as residências, ou para retorno familiar, ou, também, para retorno para o município de origem, quando é o caso. Por fim, foram debatidos os desafios e possibilidades das Residências Terapêuticas para o processo de desinstitucionalização em Petrópolis, sendo apontado como principais desafios a questão do financiamento, do estigma social direcionado à população acompanhada pelo serviço, da elegibilidade, da dificuldade para locação de imóvel, da falta de vínculos familiares e da dificuldade de articulação em rede. Já, as possibilidades que as residências têm são inúmeras, através da defesa de um novo tipo de cuidado, proporcionando novas possibilidades de produção de saúde, de novas realidades e vias de emancipação, centrada na garantia do cuidado em liberdade e no exercício de cidadania para retomada da vida cotidiana e reinserção social. Esse breve estudo pretende expressar a seriedade e importância do Serviço Residencial Terapêutico e suas possibilidades na efetivação de um modelo de atenção integral ao indivíduo, com o intuito de propiciar cada vez mais condições para desconstrução do modelo manicomial, por meio da substituição do hospital psiquiátrico por uma rede de base comunitária e territorial, centrada na garantia do cuidado em liberdade e no exercício de cidadania, através da produção de protagonismo e de afirmação de direitos, considerando a necessidade de transformação da relação de poder e objetivação profissional-usuário, presente na prática asilar, dando lugar à constituição de relações de reciprocidade, essenciais ao cuidado emancipatório e includente dos pacientes.

Título do Evento: XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento: Petrópolis
Título dos Anais do Evento: Anais Semana Científica
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

PAPINUTTO, Marianna de S. Thiago. SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO: A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS/RJ.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/713788-SERVICO-RESIDENCIAL-TERAPEUTICO---A-EXPERIENCIA-DO-MUNICIPIO-DE-PETROPOLISRJ. Acesso em: 13/05/2025