USO DA TERAPIA FOTODINÂMICA NO TRATAMENTO DO HERPES LABIAL: RELATO DE CASO.

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
USO DA TERAPIA FOTODINÂMICA NO TRATAMENTO DO HERPES LABIAL: RELATO DE CASO.
Autores
  • Leonardo Gamarano De Carvalho
  • Maria Julia Machado De Araujo Pinto Chaves
  • Jessie Capobiango Soares de Moura
  • Thayanne Calcia
  • Jonas Noel
  • Livia de Oliveira Braga
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
SAÚDE E BEM-ESTAR
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/713545-uso-da-terapia-fotodinamica-no-tratamento-do-herpes-labial--relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Herpes Simplex tipo 1 (HSV-1), Terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT), Medicamentos antivirais, Laser de baixa potência (LBP)
Resumo
O uso terapêutico e profilático dos lasers de baixa potência (LBP) nas ciências da saúde vem sendo relatado, sobretudo por seus efeitos analgésicos, moduladores da inflamação e ação no reparo tecidual. Devido à aceleração no reparo de feridas, a aplicação do LBP nos casos de herpes simples traz alívio ao indivíduo acometido, favorecendo a interrupção e a reparação rápida do quadro clínico estabelecido pela infecção. O Herpes labial (HL) é uma infecção viral causada pelos vírus Herpes Simplex tipo 1 (HSV-1), que afeta grande parte da população. Após a infecção inicial, o HSV-1 permanece em estado latente ao longo da vida do hospedeiro, podendo ser reativado em intervalos periódicos. O HL é altamente contagioso e pode ser transmitido através do contato direto com lesões ativas e até mesmo quando não há presença de lesões visíveis. Além disso, a infecção pode ser transmitida de uma pessoa para outra mesmo na ausência de sintomas visíveis, em um estado conhecido como "shedding viral assintomático”. A evolução da lesão recorrente causada pelo HSV-1 pode ser classificada como: pródromo caracterizado por sintomas como coceira, dor, porém sem evidência visível da doença; mácula um eritema na região afetada; pápula com elevação na pele, sem presença de líquido; vesícula que se apresenta como bolhas com líquido; formação de crostas na área afetada, sinalizando o ultimo estagio da infecção e finalmente, a cicatrização, quando a pele retorna ao seu estado normal. Os medicamentos utilizados para combater o HSV-1 incluem o aciclovir e o penclovir. Terapias adjuvantes, como o laser de alta potência (LAP), têm mostrado eficácia no tratamento do herpes labial durante a fase vesicular, enquanto o LBP vem sendo utilizado para acelerar a cicatrização e reduzir a recorrência da infecção. A terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT) baseia-se na interação de um fotossensibilizador e uma luz, na presença de oxigênio tecidual. O azul de metileno (AM) é um dos fotossensibilizantes usados para o tratamento do HL. O AM absorve a energia da luz proveniente do LBP, provocando reações químicas, gerando espécies reativas de oxigênio (ERO) altamente tóxicas para os microrganismos presentes no tecido. As ERO causam danos irreparáveis às células-alvo, levando à destruição seletiva das células virais. Este trabalho tem objetivo relatar o caso de uma infecção pelo HSV-1. Paciente gênero feminino, 48 anos, normosistêmica, sem uso de medicação regular, encaminhada para o estomatologista. Relatou ter HL com recorrência anual. A queixa principal se relacionava ao surgimento de vesículas no lábio inferior com intervalo de tempo de por volta de 12h entre a fase prodrômica e o aparecimento das vesículas. Paciente relatava leve ardência e incômodo local, não fez uso de medicação e não foi submetida a nenhum tratamento para lesão herpética. No exame físico extraoral, foi visto pequenas vesículas aglomeradas em lábio inferior à direita. Após o exame clínico inicial, sugeriu-se o diagnóstico clínico de herpes simples labial. Foi proposta então, a aPDT como forma de tratamento. Inicialmente as vesículas foram perfuradas com agulha estéril e o conteúdo vesicular sorvido com papel absorvente evitando a propagação do líquido infectado para áreas adjacentes. Após a drenagem das vesículas, foi usada solução de AM na concentração de 0,01% (Chimiolux®, DMC, São Carlos, SP. Brasil) tempo de pré-irradiação estabelecido foi de 5min. Foram realizados 3 pontos de irradiação sobre a lesão impregnada pelo AM, utilizando LBP, comprimento de onda de 660 nm (DMC, São Carlos®, SP, Brasil) com os parâmetros: 100 mW, 120 J/cm2; 4 J/ponto; tempo de irradiação de 2min. Imediatamente após a aPDT a paciente relatou alívio na ardência. 24h após, a fase de crosta já estava presente. Foram realizados então, 2 pontos de irradiação sobre a lesão com LBP, comprimento de onda de 660nm, com os parâmetros: 100mW, 20 J/cm2; 1 J/ponto; tempo de irradiação de 20s. 72h após a aPDT paciente retornou não apresentando crosta, com boa cicatrização e aspecto satisfatório em relação à estética. O principal tratamento para HL é o uso de aciclovir tópico e/ou sistêmico, não existe consenso quanto à fase ideal da doença para o início da medicação. Efeitos colaterais como náuseas e dores de cabeça são frequentes. A aPDT tem sido uma opção eficaz já que o HSV-1 sofre inativação fotodinâmica. Entretanto, definir protocolos para a aPDT não é tarefa fácil, uma vez que se deve considerar vários parâmetros dosimétricos, como comprimento de onda, potência de saída, tempo de exposição, taxa de fluência, fluência (dose), número de sessões e o intervalo entre elas. No estudo de Barros et al., (2022), comparando uso do laser com aciclovir em um tratamento por 7 dias, mostrou uma redução de quase a metade no tempo necessário para cicatrização do grupo laser (2,2 dias) em relação ao grupo tratado com aciclovir (4,3 dias). Porém, devido à escassez de estudos, existe limitação em justificar a eficácia especificamente da aPDT. Em suma, a aPDT emerge como uma opção eficaz na abordagem dos cuidados do HL, sendo capaz de reduzir significativamente o tempo de infecção viral em comparação com os métodos tradicionais. Enquanto a infecção pelo HSV-1 pode persistir por até 15 dias, a terapia encurta esse período, proporcionando alívio rápido dos sintomas. Além disso, a aPDT é uma opção segura, reduzindo o uso de medicamentos antivirais. Isso não apenas melhora a qualidade de vida dos pacientes, como reduz o potencial de resistência viral associado ao uso repetido de fármacos. No entanto, é importante ressaltar que mais pesquisas clínicas são necessárias para estabelecer diretrizes precisas e otimizar os protocolos de tratamento da aPDT para o HSV-1. Além disso, a terapia mostra-se mais eficaz quando utilizada em estágios iniciais da infecção, ressaltando a importância do diagnóstico precoce, como demonstrado no relato do caso.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CARVALHO, Leonardo Gamarano De et al.. USO DA TERAPIA FOTODINÂMICA NO TRATAMENTO DO HERPES LABIAL: RELATO DE CASO... In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/713545-USO-DA-TERAPIA-FOTODINAMICA-NO-TRATAMENTO-DO-HERPES-LABIAL--RELATO-DE-CASO. Acesso em: 22/05/2025

Trabalho

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