TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: ALTERAÇÕES NA MICROBIOTA E SEUS IMPACTOS GASTROINTESTINAIS

Publicado em - ISSN: 2675-8563

DOI
10.29327/1336239.30-1  
Título do Trabalho
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: ALTERAÇÕES NA MICROBIOTA E SEUS IMPACTOS GASTROINTESTINAIS
Autores
  • Gabriel Parga Jarpa
  • Milena Moreira De Medeiros
  • Daniel Cardoso
Modalidade
Revisão de Literatura
Área temática
SAÚDE E BEM-ESTAR
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/713401-transtorno-do-espectro-autista--alteracoes-na-microbiota-e-seus-impactos-gastrointestinais
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Microbiota intestinal, Autismo, Manifestações gastrointestinais
Resumo
INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) consiste em um distúrbio de alterações funcionais do neurodesenvolvimento podendo manifestar-se em diferentes graus em todos os grupos sociais e econômicos. Embora o Sistema Único de Saúde ofereça assistência integral aos portadores dessa deficiência, o Brasil não apresenta dados concretos referentes à sua prevalência no país.. O TEA é considerado uma disfunção do sistema nervoso central (SNC) acompanhada de alterações em diferentes órgãos e sistemas, sugerindo a presença de manifestações gastrointestinais crônicas em pacientes diagnosticados, o que, por sua vez, indicam a presença de um eixo cérebro-intestinal alterado relacionado a um desequilíbrio da microbiota intestinal se comparado a indivíduos neurotípicos. Náuseas e vômitos, constipação, quadro de obesidade, inflamações no trato digestivo e deficiência de micronutrientes, são comuns e capazes de ocasionar o agravamento do TEA podendo levar ao aumento de problemas comportamentais, frustração, irritabilidade, hétero e autoagressão, e diminuição do estado de foco. Portanto, tendo em vista o impacto social e psicológico gerado pela disbiose microbiana e suas expressões gastrointestinais, terapêuticas estão constantemente sendo desenvolvidas e estudadas visando uma melhor qualidade de vida e bem estar a esses indivíduos. OBJETIVO: Analisar o Transtorno do Espectro Autista, as alterações da microbiota e os sintomas gastrointestinais correlacionados. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica desenvolvida em etapas: escolha do tema, seleção da pergunta de pesquisa, definição dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos, realização de buscas e síntese avaliadora dos resultados encontrados para que fossem atribuídos. As palavras chaves foram: TEA, disbiose, manifestações gastrointestinais. Buscas foram realizadas nas bases de dados:SciELO, PubMed e Google Acadêmico, com descritores como: “Gastrointestinal disease”; “Dysbiosis”; “Gastrointestinal microbiome”; “Autism” indexados no catálogo dos Descritores em Ciências de Saúde (DeCS), combinados pelo operador booleano “And”. Como critérios de inclusão, foram selecionados estudos transversais e sistematizações limitados aos idiomas inglês e português e publicados entre os anos de 2017 a 2023 que, após a leitura do título e resumo, estivessem dentro do escopo da revisão. Os critérios de exclusão foram: estudos que se referiam unicamente à comorbidades existentes no TEA, publicados em locais sem qualis capes identificado ou abaixo de B2, incompletos ou indisponíveis para acesso. A pesquisa foi realizada por meio de leitura integral de 30 estudos e seleção de 13 que se encaixam no tema proposto. A partir dessa etapa, foram selecionados os subtemas considerados mais importantes para a síntese dos resultados e produção do presente estudo. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A inflamação crônica do trato digestivo possui grande papel na piora do TEA, estando relacionada ao aumento da população de bactérias do filo Firmicutes; gênero Clostridium, gerando uma disbiose. Além disso, o eixo cérebro-intestinal modula diversas funções relacionadas ao convívio social, mediadas por metabólitos do triptofano ou por vias da quinurenina e serotonina. A disbiose, pode promover a ativação de células imunes, incluindo macrófagos, que produzem ácido quinolínico e citocinas pró-inflamatórias, podendo alterar a microbiota intestinal e afetando a função da barreira intestinal. Nesse sentido, o desbalanço do eixo supracitado é capaz de piorar os sintomas cognitivos do TEA. As terapêuticas eficazes envolvem tratamento multiprofissional, a fim de promover um diagnóstico precoce do transtorno e das condições atreladas, como os sintomas gastrointestinais. Ademais, a nutrição no TEA é afetada como resultado da seletividade alimentar presente nesses indivíduos, sendo capaz de gerar um déficit nutricional, tornando-se comum a necessidade de ajustes na dieta buscando contemplar taxas nutritivas adequadas para a regulação da microbiota intestinal. Ainda que seja um procedimento novo, a transferência de microbiota fecal parece ser uma opção favorável ao tratamento de sintomas do autismo, tendo como objetivo o reequilíbrio da microbiota, porém ainda carecendo de estudos e pesquisas para a sua implementação plena. Além disso, estudos atuais defendem dietas com restrição de glúten e caseína, visto que a degradação incompleta destes gera o acúmulo de peptídeos opióides no intestino, que chegariam ao SNC se ligando aos receptores opióides cerebrais, e piorando os sintomas comportamentais e psicológicos do TEA ao causarem perturbações neurais. Por último, apesar do benefício, comprovado do uso de probióticos, as informações relacionadas ao assunto são escassas, tendo em vista que na maioria dos estudos disponíveis as amostras foram limitadas e sofreram possíveis vieses no âmbito da pesquisa. CONCLUSÃO: O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento, com aspecto multifatorial. A disbiose pode influenciar na gravidade clínica, como avaliado neste estudo. A associação de TEA e disbiose intestinal é passivel de ser alterada positivamente com o reconhecimento dos sintomas gastrointestinais, diagnóstico precoce e terapias no âmbito cirúrgico-farmacêutico e nutricional. Conclui-se haver relação de causa e efeito entre o eixo cérebro-intestinal, disbiose e a piora clínica do TEA, porém, até o momento desse estudo, não há evidências que afirmam se a disbiose leva a piora dos sintomas ao influenciar o componente cerebral, ou se esse dá início ao desequilíbrio intestinal. Assim, é imprescindível a realização de estudos prospectivos e randomizados, com avaliação de novos compostos probióticos dentre outras terapias, com comprovação científica acerca dos benefícios aos pacientes com TEA para que haja melhora na qualidade de vida neste grupo expressivo da população.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

JARPA, Gabriel Parga; MEDEIROS, Milena Moreira De; CARDOSO, Daniel. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: ALTERAÇÕES NA MICROBIOTA E SEUS IMPACTOS GASTROINTESTINAIS.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/713401-TRANSTORNO-DO-ESPECTRO-AUTISTA--ALTERACOES-NA-MICROBIOTA-E-SEUS-IMPACTOS-GASTROINTESTINAIS. Acesso em: 02/08/2025

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