FRATURA COMPLEXA NA MANDIBULA POR PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO: UM RELATO DE CASO.

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
FRATURA COMPLEXA NA MANDIBULA POR PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO: UM RELATO DE CASO.
Autores
  • Alessandra de Lima Magalhães Leal
  • Julia Velasco Machado
  • Gines Alves de Sousa
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
SAÚDE E BEM-ESTAR
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/713319-fratura-complexa-na-mandibula-por-projetil-de-arma-de-fogo--um-relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Fratura mandibular, tratamento cirúrgico, placa de titânio.
Resumo
FRATURA COMPLEXA NA MANDIBULA POR PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO: UM RELATO DE CASO. INTRODUCÃO: A mandíbula, um osso ímpar localizado no terço inferior da face, é uma parte essencial do viscerocrânio, compreendendo os ossos faciais e conectando-se ao crânio por meio de uma articulação sinovial que permite uma ampla gama de movimentos. Este osso desempenha um papel fundamental em funções vitais, como mastigação, deglutição, manutenção da oclusão dentária e produção da fala (MADEIRA, 2014). As fraturas faciais representam um sério problema em constante crescimento, com implicações significativas para os indivíduos, incluindo perda de funções físicas, emocionais, socioeconômicas e estéticas. Entre os traumas faciais, as fraturas da mandíbula ocupam uma posição proeminente que a torna mais exposta e vulnerável em relação ao esqueleto facial, sendo a segunda ocorrência mais comum, superadas apenas pelas fraturas nasais (RAMACCIATO, et al., 2017). Além disso, na mandíbula, encontramos músculos como os supra-hióides, cuja principal função é a fixação da língua. Quando há instabilidade nessa região, pode ocorrer uma condição chamada glossoptose, que consiste no deslocamento posterior da língua em direção à faringe, obstruindo a via aérea o que pode ser crítico ao paciente. Um estudo envolvendo 363 pacientes, revelou que os homens têm maior probabilidade de sofrer traumas na mandíbula. Além disso, mais de 80% dos pacientes sofreram lesões devido a agressões, seguidas de quedas, lesões relacionadas a esportes e acidentes de trânsito. Entre os pacientes com fraturas isoladas, a região mais frequentemente afetada foi o ângulo da mandíbula, seguido pelo corpo e pelo côndilo. Quando mais de um local estava envolvido, a combinação do ângulo e corpo da mandíbula era a lesão mais comum, seguida pelo corpo da mandíbula e côndilo, e ângulo e sínfise. Mais de 56% dos pacientes desse grupo apresentaram lesões no ângulo, seguido pelo corpo (48,8%), côndilo (32,2%) e sínfise. Cerca de (74%) dos pacientes foram identificados como tendo mais de um local de envolvimento (GUTTA et al., 2014). OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo relatar um tratamento de fratura complexa da mandíbula em um paciente, resultante de um ferimento por Projétil de Arma de Fogo (PAF) após uma tentativa de assalto. RELATO DE CASO: Paciente com aproximadamente 30 anos, foi levado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMRJ) para o Hospital Municipalizado do Estado do Rio de Janeiro, com relato de ferimento por PAF após assalto seguido de tentativa de homicídio. O paciente foi atendido pela equipe de Cirurgia Geral, com quadro grave e sinais vitais: Pressão Arterial 90x60 / Frequência Cardíaca 125 / Frequência Respiratória 20 / Glasgow 13 / Saturação O2 88% em ar ambiente / Temperatura 36º. Após utilizar o protocolo preconizado no Suporte Avançado de Vida no Trauma (ATLS) - programa de treinamento para médicos e estudantes de medicina, focado em serviços de urgência e emergência, que visa padronizar e melhorar o atendimento a pacientes com trauma grave - , o paciente com sinais vitais estabilizados, foi solicitado à especialidade bucomaxilofacial (BMF) devido ao ferimento na região facial. Ao exame bucomaxilofacial, foi constatado um orifício de entrada e saída do PAF na região do corpo da mandíbula esquerda, próximo à incisura antigoniana (local anatômico que percorrem a artéria e veia facial). Mordida aberta posterior lado esquerdo com desoclusão dentária e glossoptose. Sangramento ativo em orifício de projétil. No exame de imagem tomográfica dos ossos do crânio, foi diagnosticada uma fratura complexa no corpo da mandíbula esquerda. Foi solicitada sala vermelha para a contenção da hemorragia e estabilização da fratura. O paciente, em decúbito dorsal e sob anestesia geral, foi submetido a uma osteossíntese da fratura da mandíbula a partir de um acesso submandibular esquerdo. Foi utilizada uma placa de titânio 2.4 para a reconstrução, com parafusos de titânio bicorticais, restabelecendo a função e estabilidade da mandíbula. Paciente entregue aos cuidados do anestesista e seguiu em acompanhamento pela especialidade até a alta hospitalar com retorno ambulatorial de revisão. DISCUSSÃO: De acordo com POGREL (2016), as fraturas mandibulares podem ser classificadas da seguinte forma: galho verde, simples, composta ou exposta, comunicativa, complexa, comprimida ou impactada e patológica. No caso relatado, a fratura mandibular se enquadra na categoria de "fratura complexa", o que indica que além da própria fratura, há envolvimento de lesões das estruturas adjacentes. Conforme o tipo de lesão, a direção e a intensidade do impacto, as fraturas da mandíbula tendem a acontecer em várias áreas diferentes. Uma das maneiras de classificar essas fraturas é com base em sua localização anatômica. As fraturas podem ser categorizadas como condilares, coronais, angulares, corporais, sinfisárias, alveolares e do processo coronóide (OLSON, R. A. et al. 1982). Os ferimentos provocados por disparos de armas de fogo constituem a segunda principal causa de trauma, sendo superados apenas pelos acidentes automobilísticos. No que diz respeito aos ferimentos que afetam o complexo craniofacial, cerca de 61% dos pacientes apresentam fraturas na mandíbula, as quais frequentemente se caracterizam por serem cominutivas, com a presença de pequenas e múltiplas linhas de fratura, resultando em diversos fragmentos ósseos na região afetada (PEREIRA, et al. 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conforme preconizado na literatura, o relato foi tratado como uma emergência com o objetivo de garantir a desobstrução da via aérea, devido ao fato de que fraturas na mandíbula podem resultar em complicações, incluindo a obstrução das vias respiratórias. O objetivo da linha de tratamento com a fixação de placas de titânio é o reparo ósseo com redução anatômica e fixação dos segmentos para restaurar a função e aparência com o mínimo de complicações.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LEAL, Alessandra de Lima Magalhães; MACHADO, Julia Velasco; SOUSA, Gines Alves de. FRATURA COMPLEXA NA MANDIBULA POR PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO: UM RELATO DE CASO... In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/713319-FRATURA-COMPLEXA-NA-MANDIBULA-POR-PROJETIL-DE-ARMA-DE-FOGO--UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 25/07/2025

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