CASCA DE JABUTICABA: UM ESTUDO SOBRE SEUS BIOATIVOS E POTENCIAIS APLICAÇÕES NO TRATAMENTO DO CÂNCER

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
CASCA DE JABUTICABA: UM ESTUDO SOBRE SEUS BIOATIVOS E POTENCIAIS APLICAÇÕES NO TRATAMENTO DO CÂNCER
Autores
  • Anna Clara Da Cruz Costa
  • Beatriz Vitória Marquês de Lima
  • Maria Laura Pereira Borsato
  • Pedro Paulo Saldanha Coimbra
Modalidade
Revisão de Literatura
Área temática
FENOMENOS E TECNOLOGIAS
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/713112-casca-de-jabuticaba--um-estudo-sobre-seus-bioativos-e-potenciais-aplicacoes-no-tratamento-do-cancer
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
jabuticaba; cancer; antocianinas; compostos bioativos; polifenóis; cancerígenas; carcinoma; flavonoides; antioxidante; Plinia cauliflora; Myrciaria cauliflora.
Resumo
Introdução: A jabuticaba (Plinia cauliflora) é uma fruta nativa do Brasil, originária da mata Atlântica, tendo como característica uma cor violeta em sua casca e uma polpa branca com sabor doce. A P. cauliflora vem sendo estudada quanto às suas capacidades funcionais devido à presença de compostos bioativos como polifenóis, especialmente as capacidades antioxidantes das antocianinas, moléculas que trazem a coloração violeta de sua casca. Antioxidantes são moléculas que possuem capacidade de interagir com radicais livres, estabilizando-os, e tornando-os inócuos ao organismo. Radicais livres, por sua vez, são substâncias que se encontram em estado de balanço eletrônico alterado e que podem, na tentativa de se estabilizarem, remover elétrons de outras moléculas, levando à danos oxidativos. Moléculas sensíveis, como o DNA, podem sofrer danos oxidativos provocados por radicais livres, podendo levar a origem química do câncer. Estudos demonstram que a casca da jabuticaba possui altos teores de compostos fenólicos, em concentração superior à polpa, sugerindo que este resíduo vegetal é uma boa matéria-prima para a obtenção de compostos de interesse. Objetivo: O presente estudo de revisão tem por objetivo descrever os possíveis benefícios associados à utilização da casca da jabuticaba (Plinia cauliflora) em produtos alimentícios, considerando sua composição de macronutrientes, disponibilidade de antocianinas e possíveis efeitos funcionais à saúde como suas propriedades antioxidantes e quimiopreventivas contra o câncer. Metodologia: A pesquisa foi realizada nas bases de dados SciElo, Pubmed e Google Acadêmico por artigos publicados entre 2018 e 2023, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, utilizando as palavras-chave a seguir ou seus sinônimos em outras línguas: jabuticaba; cancer; antocianinas; compostos bioativos; polifenóis; cancerígenas; carcinoma; flavonoides; antioxidante; Plinia cauliflora; Myrciaria cauliflora. Discussão: A P. cauliflora é um fruto climatérico com tempo de senescência de até três dias e por esse fato, é caracterizado como um alimento de baixa vida útil, e com baixo valor comercial, sendo necessário desenvolver processos que promovam seu aproveitamento, como por exemplo a confecção de farinha de jabuticaba ou o uso pela indústria de alimentos, como na produção de vinhos. Porém, ainda que seja utilizada para fins industriais, a jabuticaba produz como principal resíduo sua casca, que compreende de 30 a 40% do peso do fruto. Já o rendimento para a elaboração de farinhas pode variar entre 8 e 19% (massa/massa), demonstrando o alto teor de umidade presente neste resíduo. As farinhas de jabuticaba podem apresentar teores de proteínas 3,8 e 7,2%, 0,8 e 3% de lipídios, e entre 3 e 7% de cinzas, com umidade que varia entre 9 e 15%. O teor de carboidratos totais de 84 a 91%, incluindo as fibras alimentes. Já as fibras alimentares correspondem entre 35 e 52g para cada 100g de farinha, com a maior parte sendo composta de fibras insolúveis. As variações na composição centesimal estão relacionadas ao cultivar, e diferentes condições climáticas e de solo. Devido à sua composição centesimal, a farinha de jabuticaba pode ser classificada como fonte de fibras alimentares e de proteínas. O alto teor de fibras alimentares auxilia no trânsito intestinal e contribui para a redução dos níveis de colesterol no sangue. Para além da composição centesimal, a composição de micronutrientes da casca de jabuticaba também é relevante. Estudos demonstram que a jabuticaba por completo possui cerca de 310mg de compostos fenólicos totais para cada 100g de fruto, valor elevado em comparação com outras frutas como a uva (227 mg/100g) e a amora (261 a 291 mg/100 g). Já as farinhas de casca de jabuticaba exibem teores de polifenóis totais que variam de 8 a 16g para cada 100g de farinha, demonstrando o alto potencial de compostos bioativos presentes neste produto, exibindo teor superior ao de outras farinhas de cascas como a de uva (4g/100g) e buriti (1g/100g). Pode-se observar que a casca da jabuticaba apresenta um teor de antocianinas de 31,45 mg/100g, teor mais elevado que outras frutas mais convencionais como o morango (21 mg/100g) e as uvas (27 mg/100g). Isto demonstra que a jabuticaba possui grande potencial para o desenvolvimento de produtos funcionais, apresentando aporte nutritivo e de fácil acesso. A casca de P. cauliflora, já foi testada com sucesso em culturas de células humanas que simulam o câncer de mama, de próstata e a leucemia, pode ser uma nova alternativa para o auxiliar no tratamento de tumores. Além disso, já foi demonstrado a capacidade de bioativos da jabuticaba em realizar a parada de ciclo celular de células de câncer de colon retal, levando à morte celular. Ainda que os mecanismos não estejam completamente descritos, estas evidências demonstram a aplicabilidade da casca da jabuticaba como possível fonte de bioativos com ação quimioprotetora contra o câncer. Conclusão: Por fim, conclui-se que a casca de jabuticaba é um resíduo vegetal que pode ser convertido em produtos alimentícios e/ou matéria-prima para a extração de compostos bioativos, fazendo com que este seja um produto funcional. Suas contribuições à saúde envolvem o fornecimento de fibras alimentares trazendo melhorias ao trânsito intestinal, a melhora do quadro inflamatório, e possivelmente a oferta de compostos com ação quimioprotetora contra o câncer.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COSTA, Anna Clara Da Cruz et al.. CASCA DE JABUTICABA: UM ESTUDO SOBRE SEUS BIOATIVOS E POTENCIAIS APLICAÇÕES NO TRATAMENTO DO CÂNCER.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/713112-CASCA-DE-JABUTICABA--UM-ESTUDO-SOBRE-SEUS-BIOATIVOS-E-POTENCIAIS-APLICACOES-NO-TRATAMENTO-DO-CANCER. Acesso em: 29/05/2025

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