HOMEOPATIA BRASILEIRA E GRUPAMENTOS ÉTNICOS: UNIDOS RESISTEM!

Patrícia Guimarães Musmanno; Claudio Hansel Martins; Francisco José de Freitas; Fábio de Almeida Bolognani; Alexandre dos S. Pyrrho; Marcia Cristina Braga Nunes Varricchio

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Trabalho

Título do Trabalho

HOMEOPATIA BRASILEIRA E GRUPAMENTOS ÉTNICOS: UNIDOS RESISTEM!

Autores

Patrícia Guimarães Musmanno
Claudio Hansel Martins
Francisco José de Freitas
Fábio de Almeida Bolognani
Alexandre dos S. Pyrrho
Marcia Cristina Braga Nunes Varricchio

Modalidade

Práticas Educativas Inovadoras

Área temática

Medicina

Data de Publicação

06/04/2023

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2022/550152-homeopatia-brasileira-e-grupamentos-etnicos--unidos-resistem

ISSN

2675-8563

Palavras-Chave

Bioética, Produtos Naturais, Geofarmacognosia, Botânica, Interculturalidade, Povos Originários, Soluções Ultradiluídas e dinamizadas

Resumo

Introdução O Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (HGSCM- RJ) existente desde o Brasil Colônia foi o primeiro a inserir a medicina Hannemaniana atendendo a população escravizada e vulnerabilizada além do restante da sociedade em período epidêmico. É dentro da narrativa dessa instituição, que desde 2018 se construiu o projeto de ensino de fitoterapia e de homeopatia, iniciativa da 7ª enfermaria – Núcleo Benoît Mure, em conjunto com o Projeto Saúde Ambiental, Parasitologia e Bioética (SAPB) do Laboratório de Imunoparasitologia e Análises Toxicológicas (LIPAT) da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estendendo-se também, desde 2020, ao Departamento de Doenças Infecto-Parasitárias (DIP) da Faculdade de Medicina de Petrópolis, Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (FMP-UNIFASE). Foi determinado que os trabalhos de atenção primária focassem em uma devolução ética dos saberes das etnias em situação urbana, atualmente marginalizadas, dos quais esses conhecimentos provêm. Destacam-se as comunidades indígena urbana, paquistanesa, congolesa e cigana, participando em um trabalho humanístico, cujos objetivos abrangem atenção à saúde, cuidado social e fortificação da interculturalidade própria do Brasil. Descrição das atividades realizadas: Os alunos multidisciplinares, em estágio tanto no HGSCMRJ como no DIP, membros interculturais e líderes étnicos tiveram acesso ao curso online “Soluções Ultradiluídas e Dinamizadas, Produtos Naturais, Geofarmacognosia e Botânica, e Interculturalidade” oferecidos pelo LIPAT/SAPB-UFRJ em parceria com a Enfermaria Benoît Mure. A finalidade foi dar uma perspectiva histórica cultural da singularidade de nosso povo, bem estar, continuidade e pertencimento, e acesso aos elementos básicos da Filosofia e da Semiologia Homeopática. Visou-se aprendizado direcionado, estágio em assistência, troca intercultural, todos intersetorializados. A carga horária total do curso foi de 14 horas, sendo dividida em módulos. O primeiro, “Soluções Ultradiluídas e Dinamizadas” (SUD), com duração de 2 horas, teve por objetivo aproximar a comunidade acadêmica de áreas afins, distinguir os papéis da homeopatia e fitoterapia em imunomodulação, e apresentar SUD aos discentes, O segundo módulo, nomeado “Bioética, Produtos Naturais, Geofarmacobotânica e Imunoparasitologia”, de 6 horas, expôs a relevância da padronização dos cultivos para o uso e pesquisa em Fitoterapia, inserir noções de etnobotânica, etnofarmacologia, etnosaberes e suas correlações ao conhecimento tradicional associado. O terceiro módulo, referente à “Tecnologia em Saúde: Poderá a Inteligência Artificial Contribuir ao Bem Estar?” propunha uma visão geral das aplicações da inteligência artificial no campo da medicina como possível ferramenta de avaliação do efeito de produtos naturais, fitoterápicos e de SUD. As atividades do quarto módulo, “Interculturalidade”, de 3 horas de duração, trabalharam a diferença dos termos multi, inter e transdisciplinaridade, aplicando-os na prática clínica e social própria de serviços do SUS. Todos os módulos foram baseados em aulas online, conteúdos para leitura e atividades online obrigatórias. Também foram ofertados dois encontros mandatórios de forma presencial, para aplicação do conhecimento como forma de avaliação, através da discussão de padronização de cultivos, biotecnologia vegetal, bioeconomia, fitoterapia, homeopatia (filosofia, semiologia), doenças negligenciadas, bioética, saúde espiritual e ambiental com produtos naturais, SUD e nanotecnologia. Um encontro presencial eletivo para quem quisesse elaborar um projeto de iniciação científica com SUD. Conclusão: O projeto flexível, em atenção ao Programa de Saúde Especial às Etnias, e acessível teve dois desfechos esperados. Em primeira instância, sua contribuição para a elucidação intercultural aos membros de etnias outras que não a padronizada pela cultura ocidental, permitindo a maior elaboração dos seus saberes no meio acadêmico, troca entre os conhecimentos milenares dos povos e, consequentemente, intercâmbio entre esses saberes. Para aqueles que, sendo ou não de origem étnica não caucasiana, mas sendo profissionais do âmbito da saúde coletiva, foi ampliado o conhecimento e crenças dos povos com os agentes fitoterápicos, seus usos parasitológicos, e estratégias para auxiliar no cuidado dessas populações. Tendo em vista o distanciamento da medicina desses povos frente à medicina convencional, por vezes, provocar um distanciamento da oferta de saúde, torna-se importante compreender os processos étnicos que aproximem o cuidado sócio medicinal às massas. Para diminuir essa disjunção, o curso desenvolveu três frentes: 1. empoderamento dos povos, tornando-os parte do processo de acesso; 2. lembrar ao profissional de saúde da importância de ater o foco ao paciente como protagonista do seu processo de saúde e doença - e, consequentemente, envolver suas crenças e singularidades neste; 3. Tornar o profissional de saúde uma figura acessível ao paciente étnico, uma vez que consegue alcançar os saberes de sua cultura. Todos esses aspectos são essenciais para que seja feita a devolução ética dos saberes culturais e medicinais, dando aos povos originários dignidade em saúde após tantos anos de negligência das suas necessidades específicas. Com essas integração e emancipação, o projeto visou contemplar a cultura brasileira, as etnias e regionalidades, como um todo. A comunicação desta experiência inovadora educacional possui relevância frente a todo período de desassistência, carência de recursos e fragilidade do laço social, especialmente, durante período pandêmico instalado, que não ainda se encerrou. Todos os recursos precisam ser disponibilizados às equipes profissionais e aos grupamentos étnicos, vulneráveis e em intenso sofrimento social.

Título do Evento: XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento: Petrópolis
Título dos Anais do Evento: Anais da Semana Científica
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

MUSMANNO, Patrícia Guimarães et al.. HOMEOPATIA BRASILEIRA E GRUPAMENTOS ÉTNICOS: UNIDOS RESISTEM!.. In: Anais Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2022/550152-HOMEOPATIA-BRASILEIRA-E-GRUPAMENTOS-ETNICOS--UNIDOS-RESISTEM. Acesso em: 01/05/2025