A INFLUÊNCIA REGIONAL NO NÚMERO DE ÓBITOS POR MESOTELIOMA NO BRASIL

Publicado em 06/04/2023 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
A INFLUÊNCIA REGIONAL NO NÚMERO DE ÓBITOS POR MESOTELIOMA NO BRASIL
Autores
  • Raffaella D’Andrea De Luca Rodrigues
  • Sophia Scheid
  • Thaís Ribeiro Dias
  • Patricia Boccolini
Modalidade
Revisões de Literatura
Área temática
Medicina
Data de Publicação
06/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2022/550087-a-influencia-regional-no-numero-de-obitos-por-mesotelioma-no-brasil
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Mesotelioma, Amianto, Pleura, Pericárdio, Peritônio, Regiões Brasileiras, Doença ocupacional, TABNET DATASUS, Neoplasia.
Resumo
Introdução: O Mesotelioma consiste em uma neoplasia que se origina no mesotélio da cavidade torácica e abdominal, possuindo uma maior presença na pleura, essa estrutura de membranas serosas é o revestimento interno do tórax (pleura), abdome (Peritônio) e o espaço ao redor do coração (Pericárdio). Este tipo de câncer tem como sintomas: dor nas costas ou na lateral do tórax, dispnéia, tosse para o mesotelioma de pleura, dor e edema abdominal, náuseas e vômitos para o mesotelioma peritoneal e dor no peito para o Mesotelioma do pericárdio, esses podem ser desenvolvidos em até 30 anos após a exposição ao amianto, principalmente em atividades laborais, esse consiste em um minério encontrado na natureza que é amplamente utilizado nas indústrias de construção civil, que contém silicatos minerais fibrosos de diferentes composições químicas, os principais tipos que causam o Mesotelioma, são o crocidolite e amosite. Objetivo: Analisar a taxa de mortalidade por Mesotelioma nas regiões brasileiras entre os anos de 2010 a 2020 a fim de desenvolver um raciocínio que proporcione o entendimento de uma parcela dos motivos propulsores desta variação regional. Metodologia: Calculamos a taxa de mortalidade de Mesotelioma na população brasileira por região no período de 2010 a 2020, por meio do cálculo do número de óbitos por Mesotelioma dividido pela quantidade de residentes em cada região brasileira multiplicado por 100.000. Esses dados foram obtidos através do TABNET DATASUS, no qual o número de óbitos de Mesotelioma foi adquirido na aba de “Estatísticas vitais”, mais especificamente no tópico de Mortalidade - desde 1996 pela CID-10, entrando na opção de mortalidade geral e após isso Brasil por região e unidades de federação e a população residente por região foi na aba de “Demográficas e Socioeconômicas”, nessa etapa realizamos a soma da última década por cada região. Destacamos que a realização desse artigo é resultado do trabalho final da unidade curricular de Saúde e Sociedade III, realizada no laboratório de informática da UNIFASE. Resultados: É possível observar que de acordo com as regiões brasileiras, no período de 2010 a 2020, ocorreram 1.152 óbitos por Mesotelioma. A Região Sudeste apresenta a maior taxa de mortalidade por Mesotelioma de aproximadamente 0,071, e logo após vêm a Região Sul com 0,068. Em contraste, a Região Norte ocupa o lugar de menor taxa com 0,016. Destacamos aqui dados não tabulados, também obtidos pelo TABNET DATASUS, que correspondem aos óbitos por Mesotelioma de acordo com o sexo e a região. A maior diferença consiste na Região Sudeste e Sul, cuja primeira possui 432 óbitos em homens, enquanto em mulheres tem 241, em relação à segunda região obtêm-se 134 óbitos na população masculina e 82 na feminina. Discussão: Durante a pesquisa chamou-se atenção pelo alto índice de ausência de informações relacionadas a ocupação, dificultando o estabelecimento direto do contato com o amianto, durante operações trabalhistas e a evolução cancerígena. Apesar disso, apenas 10% dos casos com diagnóstico de Mesotelioma não foram relacionados com a exposição do amianto no ambiente de trabalho, o que possibilita a definição desse tipo de câncer como uma doença ocupacional, uma vez que a quantidade de casos associados a ocupação é geralmente próxima de 100%. O diagnóstico desse câncer acaba encontrando mais obstáculos, já que os primeiros sintomas se desenvolvem quase três décadas depois, por esse motivo e pela desqualificação dos profissionais da saúde em identificar as doenças vinculadas ao trabalho, é possível afirmar que existe uma subnotificação no país, gerando, ainda mais, dificuldade em caracterizar o perfil epidemiológico do Mesotelioma. No Brasil, a Região Sudeste e Sul foram apontadas com a maior taxa de Mesotelioma, na primeira pode-se relacionar com a quantidade bruta de fábricas e pela quantidade de habitantes exorbitante e em relação ao Sul, três das 17 fábricas que utilizavam amianto são localizados no Paraná, sendo nas cidades de Curitiba, Colombo e São José dos Pinhais. Com os cálculos apresentados neste artigo, podemos concluir que as regiões Sudeste e Sul são responsáveis pela maior frequência de mortalidade e o Norte com a menor taxa apresentada. Ainda podemos relacionar o número de óbitos com o sexo, sendo possível analisar que no sexo masculino a mortalidade é maior, provavelmente em razão de atividades laborais, quando comparada ao sexo feminino. A partir dos dados é possível concluir que a proibição do amianto no país poderá impactar de forma significativa na diminuição dos números de óbito por essa doença. Também deve ser relatado que apesar da conclusão desses dados a pesquisa possuiria um potencial ainda mais promissor se na certidão de óbito fosse relatado, eficientemente, a lacuna de ocupação do indivíduo. Conclusão: Podemos concluir que as regiões Sudeste e Sul são responsáveis pela maioria do caso de óbitos e o Norte com a menor taxa apresentada. Ainda podemos relacionar o número de óbitos com o sexo, sendo possível analisar que no sexo masculino a incidência é maior, em razão de atividades laborais, quando comparada ao sexo feminino. A partir dos dados e porcentagens coletados pelo DATASUS, podemos analisar o perfil epidemiológico do território brasileiro e aplicar medidas públicas voltadas especificamente para este cenário. Por meio desta revisão de literatura é possível concluirmos que a proibição do amianto possui um papel extremamente importante na diminuição dos números de óbito por essa doença, estando diretamente relacionado com as atividades laborais do individuo e sexo. Além disso, a demora de trinta anos no desenvolvimento dos primeiros sintomas dificulta a análise epidemiológica dos casos e o estabelecimento da relação desse câncer com o amianto . Também deve ser relatado que apesar da conclusão desses dados a pesquisa possuiria um potencial ainda mais promissor se na certidão de óbito fosse relatado, eficientemente, a lacuna de ocupação.
Título do Evento
XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RODRIGUES, Raffaella D’Andrea De Luca et al.. A INFLUÊNCIA REGIONAL NO NÚMERO DE ÓBITOS POR MESOTELIOMA NO BRASIL.. In: Anais Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2022/550087-A-INFLUENCIA-REGIONAL-NO-NUMERO-DE-OBITOS-POR-MESOTELIOMA-NO-BRASIL. Acesso em: 02/08/2025

Trabalho

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