SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO IDOSA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

Claudio Hansel Martins; BRENDA CRESPEL; Marcia Cristina Braga Nunes Varricchio; Jaqueline Da Silva

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Trabalho

Título do Trabalho

SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO IDOSA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

Autores

Claudio Hansel Martins
BRENDA CRESPEL
Marcia Cristina Braga Nunes Varricchio
Jaqueline Da Silva

Modalidade

Revisões de Literatura

Área temática

Interdisciplinar

Data de Publicação

06/04/2023

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2022/547938-saude-mental-da-populacao-idosa-durante-a-pandemia-da-covid-19

ISSN

2675-8563

Palavras-Chave

Saúde mental, Pandemia, População Idosa, COVID-19

Resumo

Introdução A saúde mental das pessoas em fases mais avançadas do processo de envelhecimento - grupo populacional propenso à solidão, isolamento e sintomas de depressão durante eventos de ameaça à saúde física - entrou em crise como historicamente noticiado na recente pandemia, causada pelo vírus Sars-CoV-2, a COVID-19. Uma síndrome respiratória aguda, potencialmente grave, precursora de outros distúrbios fisiológicos, de elevada transmissão e distribuição global. Logo, dentre as pessoas mais vulneráveis, as idosas são também as mais propensas a desenvolver a forma grave da doença e evoluir para o óbito como constatado pelo do Ministério da Saúde (MS), no período de janeiro a março de 2021, quando o maior número de óbitos por Covid-19 ocorreu nessa população (NETO et al., 2021). Em termos de demandas psicossociais, Lloyd-Sherlock et al. (2020) apontaram que medidas de prevenção de distanciamento físico podem agravar essa situação, pois não raramente, os idosos têm menos fontes disponíveis de apoio social. E, fazer parte de um grupo mais frágil durante a pandemia por Covid-19 pode ser considerado um fator de risco para desequilíbrio também da saúde mental. Objetivos Identificar na literatura mudanças biopsicossociais na população idosa relacionadas ao distanciamento social durante a pandemia da COVID-19. Metodologia Trata se de uma revisão sistemática integrativa, realizada em cinco etapas (1) identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; (2) estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão dos estudos selecionados; (3) definição das informações a serem coletadas; (4) categorização e avaliação dos estudos selecionados; e (5) análise dos resultados e síntese do conhecimento. Revisão integrativa realizada utilizando descritores exatos DeCS/MeSH na base Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) incluindo covid AND saúde mental AND terceira idade, no período de 2020 à 2022. Do total de 14 artigos localizados, foram selecionados quatro sobre a relação da pandemia de Covid 19 e seus os impactos à saúde mental de idosos. Discussão Por conta de vulnerabilidades com maior ocorrência na população idosa, como, déficit de ação do sistema imune, presença de doenças crônicas e infecções em estágios sérios, maiores desafios à recuperação do equilíbrio da saúde. Mediante adoecimento, esta população tende a ser muito mais frágil do que em relação a adultos e jovens em momentos de adversidades sanitárias e sociais, como na pandemia da COVID-19 e o necessário isolamento social decorrido. Em particular quando consideramos mudanças rigorosas em hábitos, rituais culturais, religiosos ou costumes mantidos há anos como passeios, reuniões, individuais e em grupo (FREITAS et al., 2011). A pandemia por COVID-19 levou a sociedade a passar por mudanças em sua rotina do viver, ainda mais intensamente aos mais frágeis, de forma a prevenir contato com pessoas possivelmente ou infectadas pelo vírus Sars-CoV-2. Porém, o necessário isolamento a fim de proteger a integridade física, teve repercussões na saúde mental que acabou ocupando espaços e causando aumento de vulnerabilidade psicossocial, justamente por conta da redução do convívio social. Como indicado no estudo de Haj et al. (2022), idosos portadores de Alzheimer residentes de casas de repouso na França apresentaram aumento dos escores de depressão, ansiedade e solidão agravadas pelas significativas alterações nas visitas e contatos dos parentes durante as duas ondas de lockdown no país. De acordo com os autores, a pandemia teve um efeito cumulativo, uma vez que durante a segunda onda de lockdown, os idosos apresentaram mais agravos relacionados à ansiedade, depressão e solidão do que na primeira onda. Fatores concorrentes evidenciados no estudo junto a idosos com Alzheimer, foram o menor tempo de visita, diferentes rotinas institucionais, cansaço e sobrecarga dos profissionais de saúde assistentes, somados aos já existentes desafios de comunicação, também e sobretudo a falta do toque, se dá como um importante elemento terapêutico que precisou ser evitado, justamente por configurar uma forma de transmissão da COVID-19. Em situações de alterações fisiológicas e patológicas com barreiras, onde a comunicação por telas ou janelas acabou por ficar prejudicado. Assim, é possível perceber que uma medida protetiva como o distanciamento também trouxe desafios e risco de falta de saúde ou crise mental. Ao estudar o processo de modificações das relações interpessoais, ocasionadas pelo distanciamento social devido a COVID-19, através de publicações, é possível apontar a necessidade de enfrentamento da doença pelo ponto de vista do usuário idoso dos serviços de saúde. Em contexto de comorbidades preexistentes, a contaminação por COVID-19 trouxe maior probabilidade de evolução para estágios ainda mais graves da doença, como demonstrado no estudo de coorte por Iob et al (2022). Neste estudo, idosos com provável infecção por COVID-19 apresentavam níveis mais altos de depressão, ansiedade, solidão e portanto, pior qualidade de vida quando comparados com idoso sem provável infecção por COVID-19. Conclusão A partir dos estudos selecionados, concluímos que idosos acometidos de doenças prévias, institucionalizações, e que tiveram sua inserção sociocultural prejudicadas no período de pandemia, também tiveram sua saúde mental negativamente impactada pelo isolamento. Apresentaram também manifestações de medo e ansiedade, fatores importantes e impactantes para compreender alterações psicossociais dos idosos em contexto da COVID19. Portanto, utilizando a literatura como base de conhecimento para recomendações e estudos de implementação baseados em evidências, aspectos de fragilidade e vulnerabilidade devem ser prioritariamente incluídos no planejamento e avanço de ações e intervenções de cuidado integral para estes, que estão entre as mais diretamente impactadas, em contexto da existente fragilidade no sistema e sucateamento da infraestrutura no início da segunda década do século XXI.

Título do Evento: XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento: Petrópolis
Título dos Anais do Evento: Anais da Semana Científica
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

MARTINS, Claudio Hansel et al.. SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO IDOSA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19.. In: Anais Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2022/547938-SAUDE-MENTAL-DA-POPULACAO-IDOSA-DURANTE-A-PANDEMIA-DA-COVID-19. Acesso em: 08/05/2025