DUPLA VIA DE SAÍDA DE VENTRICULO DIREITO: UM RELATO DE CASO.

Publicado em 06/04/2023 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
DUPLA VIA DE SAÍDA DE VENTRICULO DIREITO: UM RELATO DE CASO.
Autores
  • Salomão Michel Abdo Filho
  • Victor da Costa Arona
  • Eneida Quadrio De Oliveira Veiga
  • Gabriela de Mesquita Ferreira Bernardo
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
Medicina
Data de Publicação
06/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2022/547820-dupla-via-de-saida-de-ventriculo-direito--um-relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Dupla via de saída de ventriculo direito; cardiopatia congênita; epidemiologia; Cardiologia; Pediatria.
Resumo
INTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas (CC) são o defeito congênito mais prevalente, quando excluídas causas infecciosas, responsáveis pelo maior coeficiente geral de mortalidade por agravo congênito no primeiro ano de vida. Nesse sentido, a dupla via de saída do ventrículo direito (DVSVD) é uma CC complexa, sem repercussão hemodinâmica durante a vida fetal, (grupo IA) sendo amplas as associações com outras malformações cardíacas e síndromes sistêmicas, com incidência em torno de 1 a cada 10.000 recém-nascidos vivos. Porém, espera-se que este número seja ainda maior, tendo em vista a dificuldade de capacidade diagnóstica precisa, bem como a subnotificação dos casos. O prognóstico do paciente com DVSVD é reservado, dentre outros fatores que envolvem a detecção da doença e seu tratamento, é dependente da relação local do defeito no septo interventricular e pela saída dos grandes vasos. Neste relato de caso, apresentamos a evolução clínica de um recém-nascido de 10 meses de vida, portador de DVSVD com CIV subpulmonar. Com base na literatura disponível, fundamentamos nossa discussão avaliando a conduta terapêutica e o procedimento clínico do paciente. DESCRIÇÃO DO CASO: Lactente de 10 meses de vida, masculino, parto cesáreo, bolsa rota no ato, pré-termo tardio (36 semanas e 5 dias), Índice de Apgar 8/9, clampeamento de cordão precoce, sem aleitamento materno e contato pele a pele na sala de parto. Diagnosticado na ultrassonografia de 3º trimestre com DVSVD, sendo anteroposterior medial, associada a estenose pulmonar e CIV subpulmonar. Foi internado imediatamente na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-Neo), onde foi feito o diagnóstico DVSVD e CIV subpulmonar pelo ecocardiograma. Permaneceu hospitalizado em UTI-Neo por 15 dias, necessitou de suporte de O2 através de ventilação não invasiva (VNI) com FiO2 27% pela atelectasia em ápice pulmonar direito. Após resolução do quadro respiratório, evoluiu com insuficiência cardíaca (ICC), necessitando ser transferido para hospital de apoio a fim de realizar bandagem de artéria pulmonar. Ecocardiograma fetal – 3º trimestre gestação: dupla via de saída de ventrículo direito com comunicação interventricular subpulmonar. Ecocardiograma transtorácico - 1º dia de vida: Situs Solitus, levocardia, levoápex, forame oval patente pérvio, não restritivo, medindo mais ou menos 4mm, com gradiente de 4mmHg. DVSVD com CIV subpulmonar e vasos mal relacionados. Ausência de obstrução em VSVD. Arco aórtico livre. Canal arterial pérvio, mais ou menos 2mm de fluxo E>D. Conclusão: DVSVD + CIV subpulmonar. Radiografia de tórax: aumento da área cardíaca, atelectasia em lobo superior direito; e sinais de congestão. DISCUSSÃO: Dentre os fatores que contribuem para dificuldade no enfrentamento à doença, o prognóstico reservado é o principal. Ele deriva da soma de três características que se complementam: i) a subnotificação, relacionada a falta do diagnóstico precoce fetal, limitando as possibilidades terapêuticas ao nascimento; ii) amplo espectro de malformações anatômicas cardíacas associadas com outras malformações extra cardíacas, que cursam com diminuição no tempo necessário para submissão à cirurgia de reparo da DVSVD, que tem sua taxa de mortalidade em torno de 50%, e iii) evolução crítica do paciente com diagnóstico pós-natal tardio. Neste escopo, é imprescindível destacar que o USG do segundo trimestre gestacional é um exame capaz de detectar malformações cardíacas maiores - na prática atua como exame de triagem - não captando as especificidades de cada indivíduo, justificadas pelo grande espectro da doença. Sendo assim, é indispensável a utilização do ecocardiograma fetal para diminuir a taxa de mortalidade da doença pela programação do parto, para ocorrer mais próximo ao centro de referência e guiar um planejamento cirúrgico baseado em uma descrição anatômica detalhada. Com efeito, notificar de forma correta, possibilitando um melhor entendimento acerca da incidência da doença, já que hoje esse parâmetro é de difícil comparação é de difícil comparação devido à falta de acesso ao ecocardiograma fetal, que apesar de demonstrar papel fundamental na diminuição da mortalidade e melhor prognóstico dos bebês com CC, ainda não é preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No caso descrito, a possibilidade do paciente em questão ter sido submetido ao ecocardiograma fetal disponível no hospital, alterou significativamente o desfecho da doença, sustentado pelo diagnóstico preciso por profissional capacitado, encaminhamento para o centro de referência e consequente tempo hábil para programação cirúrgica. CONCLUSÃO: Há carência na implementação de políticas públicas de rastreio com base em métodos diagnósticos disponíveis atualmente. O maior acesso à programas de rastreio com maior sensibilidade, levaria ao diagnóstico precoce e melhor prognóstico da doença entre os pacientes portadores de cardiopatia congênita.
Título do Evento
XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FILHO, Salomão Michel Abdo et al.. DUPLA VIA DE SAÍDA DE VENTRICULO DIREITO: UM RELATO DE CASO... In: Anais Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2022/547820-DUPLA-VIA-DE-SAIDA-DE-VENTRICULO-DIREITO--UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 16/07/2025

Trabalho

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