A HUMANIZAÇÃO DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO ABORTO LEGAL: UM RELATO DE CASO

Tuane Zauza; Jéssica Paim do Valle Chaves; Mayara Dias Munch; Kauana Final Ramos

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Trabalho

Título do Trabalho

A HUMANIZAÇÃO DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO ABORTO LEGAL: UM RELATO DE CASO

Autores

Tuane Zauza
Jéssica Paim do Valle Chaves
Mayara Dias Munch
Kauana Final Ramos

Modalidade

Relatos de Caso

Área temática

Enfermagem

Data de Publicação

06/04/2023

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2022/547470-a-humanizacao-da-enfermagem-na-assistencia-ao-aborto-legal--um-relato-de-caso

ISSN

2675-8563

Palavras-Chave

Humanização, enfermagem, violência sexual.

Resumo

INTRODUÇÃO: Mesmo com a criação do Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, em 2004, a assistência aos direitos sexuais e reprodutivos continua negligenciada, se agravando quando o assunto é aborto (DINIZ, 2020). O abortamento significa a interrupção da gravidez até a 22° semana de gestação ou feto pesando 500g ou menos. É considerado legal, através do Art. 128 do Decreto Lei nº 2.848 de 1940, casos em que a mulher foi vítima de estupro resultando em gestação (BRASIL, 2011). Mesmo sendo lei, é possível perceber o despreparo dos profissionais de saúde no atendimento prestado a mulheres em situação de violência sexual e uma consequente gestação indesejada. Isto faz com que a assistência em saúde se torne traumática para a mulher (SANTOS; et. al, 2022). Para que isso não ocorra, os profissionais devem exercer sua assistência embasada nas evidências científicas e equidade, observando sempre o que aquele paciente necessita como um individuo único e sem julgamentos (SANTOS; et. al, 2022). OBJETIVO: Relatar a assistência humanizada de enfermagem no atendimento a um caso de aborto legal devido uma gravidez proveniente de violência sexual. METODOLOGIA: Foram coletados dados do prontuário com os registros da equipe multiprofissional que assistiram a paciente, entrevista com equipe de enfermagem que prestou acolhimento e atendimento e revisão literária. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de caso. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 13 anos, parda, solteira, acompanhada de sua responsável legal, nega relação sexual anterior e posterior ao fato ocorrido. Comparece ao hospital, no setor maternidade, devido violência sexual. Durante o atendimento, foi constatado gravidez pelo exame físico e ofertado, a ela e a sua responsável, todas as opções de acordo com a lei: dar continuidade a gestação e guarda da criança, prosseguir com a gestação e posteriormente entregar para adoção e o aborto legal. Após atendimento com equipe multiprofissional composta por médicos, assistente social, psicóloga e enfermeira, foi optado pela interrupção da gravidez. Realizou o exame de ultrassonografia obstétrica, onde foi evidenciado idade gestacional igual a 18 semanas. Também foram realizados exames para rastreio de infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C com resultados não reagentes. Devido ao tempo entre a data da violência e o atendimento de saúde, não cabia mais realizar as profilaxias contra infecções sexualmente transmissíveis. Ao internar-se para realizar o procedimento, foi explicado a ela sobre a indução para a expulsão do feto por via vaginal, através do uso do medicamento misoprostol. A equipe de enfermagem ficou responsável por atender as demandas da paciente de acordo com sua capacitação, monitorá-la e acolher da melhor forma possível. Foi separado um quarto, onde ela pudesse ficar sozinha com sua responsável durante toda a internação para evitar exposição e constrangimento. A paciente queixou-se de dores em baixo ventre, causadas pelo processo de indução, pois o medicamento misoprostol estimula o útero induzindo a contrações uterinas e dilatação do colo uterino (ESTEVES; et. al., 2021). Para aliviar suas dores, a enfermeira e acadêmicas de enfermagem realizaram técnicas não farmacológicas para alívio da dor. Acompanharam a paciente até o banho morno, onde a usuária relatou melhora em suas dores. Também realizaram a preparação do ambiente com penumbra e aromaterapia, utilizando o óleo essencial de lavanda que possui ação analgésica e relaxante (PAVIANI; TRIGUEIRO; GESSNER, 2019). Todas essas ações da equipe de enfermagem resultaram em um processo menos estressante, dolorido e traumático para a paciente. O procedimento foi realizado sem intercorrência e após a alta, ela foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial com a ginecologia e psicólogo. CONCLUSÃO: Conclui-se que é essencial a integração do trabalho multiprofissional na área de saúde, trazendo benefícios nos cuidados ofertados aos pacientes. A conduta de qualquer profissional que se encontra diante do atendimento de mulheres em situação de violência deve ser o mais humano possível para que ela não seja revitimizada e este processo não se torne mais um momento traumático na vida desta mulher. Destaca-se também, após conclusão do relato de caso, a importância do acolhimento da enfermagem, por ser a categoria que está a todo momento à beira leito, podendo proporcionar uma experiência melhor para a paciente durante a internação. REFERÊNCIAS: BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção humanizada ao abortamento. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011. 62 p. DINIZ, W. F. C. F. Atenção humanizada às mulheres em situação de abortamento e violência sexual: movimentos e ações de um coletivo de trabalho em um hospital de ensino. 2020. 129 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1369848. Acessado em: 08 set. 2022. ESTEVES, M. F., et al. O uso inadequado do misoprostol como abortivo: uma revisão integrativa. Colloquium Vitae. São Paulo, v. 13, n.1, p. 22–34, 2021. Disponível em: <https://revistas.unoeste.br/index.php/cv/article/view/3766>. Acessado em: 08 set. 2022. PAVIANI, B. A.; TRIGUEIRO, T. H.; GESSNER, R. O uso de óleos essenciais no trabalho de parto e parto: revisão de escopo. Revista Mineira de Enfermagem. Minas Gerais, v. 23, n. 1262, p. 01-08, 2019. Disponível em: < https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org.br/pdf/e1262.pdf>. Acessado em: 08 set. 2022. SANTOS, L. C. A. S. et al. Humanização na assistência de enfermagem à mulher em situação de aborto. Revista Científica Saúde e Tecnologia. São Paulo, v. 02, n. 01, p. 01 – 14, janeiro de 2022. Disponível em: < https://recisatec.com.br/index.php/recisatec/article/view/67/57>. Acessado em: 08 set. 2022.

Título do Evento: XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento: Petrópolis
Título dos Anais do Evento: Anais da Semana Científica
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

ZAUZA, Tuane et al.. A HUMANIZAÇÃO DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO ABORTO LEGAL: UM RELATO DE CASO.. In: Anais Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2022/547470-A-HUMANIZACAO-DA-ENFERMAGEM-NA-ASSISTENCIA-AO-ABORTO-LEGAL--UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 02/08/2025