NECROSE DE PALATO EM DECORRÊNCIA DO USO DO DISJUNTOR DO TIPO HAAS E SEU TRATAMENTO COM A TERAPIA FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA: RELATO DE CASO

Publicado em 06/04/2023 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
NECROSE DE PALATO EM DECORRÊNCIA DO USO DO DISJUNTOR DO TIPO HAAS E SEU TRATAMENTO COM A TERAPIA FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA: RELATO DE CASO
Autores
  • Bruna das Graças Miranda Coutinho
  • Patricia Reis
  • Suzana Kind Leal de Oliveira de S.Thiago
  • Ana Beatriz Miguez Neves
  • Arthur Lemos Oliveira
  • Leticia Rezende Duarte
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
Odontologia
Data de Publicação
06/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2022/547416-necrose-de-palato-em-decorrencia-do-uso-do-disjuntor-do-tipo-haas-e-seu-tratamento-com-a-terapia-fotodinamica-ant
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Ortodontia, disjunção maxilar, necrose, laserterapia
Resumo
A atresia maxilar se apresenta como o problema mais frequente no sentido transversal, com uma prevalência que varia entre 8% a 23%. Por não ser uma condição passível de autocorreção, há a necessidade da realização de uma intervenção precoce. A disjunção rápida da maxila com aparelhos dentomucossuportados e dentossuportados é o tratamento preconizado para a correção da deficiência transversal da maxila. Os aparelhos dentossuportados, como os do tipo Hyrax e McNamara, apresentam apenas ancoragem dentária, o que contribui para o comprometimento periodontal. Já os aparelhos dentomucossuportados, como o Haas, além da ancoragem dentária possui também uma porção acrílica justaposta à mucosa palatina, que confere uma ancoragem máxima e maior estabilidade. A disjunção maxilar age através da ruptura da sutura palatina seguida pela ossificação no espaço formado. Esses aparelhos, apesar de possuírem maior efeito ortopédico, estão sujeitos a injúrias teciduais, como o aparecimento de ulcerações na mucosa do palato. A terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT) é uma terapia conservadora que consiste na interação entre luz e agentes fotossensibilizadores que são substâncias químicas, como o azul de metileno, que induzem a formação de espécies reativas de oxigênio, aumentando o ambiente de estresse oxidativo, sendo assim, eficaz contra microrganismos. Além disso, a ação do laser pode promover um efeito estimulador promovendo a biomodulação tecidual e a cicatrização. Este estudo tem como objetivo relatar o caso sobre rara lesão necrosante no palato em decorrência da disjunção palatina utilizando o aparelho do tipo Haas e seu tratamento com a aPDT. Paciente do sexo feminino, 6 anos, se apresentou à Clínica Infantil I do Ambulatório Escola (AMBE) para consulta inicial. A queixa principal relatada pela mãe era a retenção prolongada dos dentes 71 e 81 e a erupção lingual dos dentes 31 e 41. Ao exame clínico, foi possível perceber a presença de mordida cruzada posterior unilateral esquerda, indicando a necessidade do uso de aparelho disjuntor do tipo Haas. Foi realizada moldagem seguida da bandagem dos dentes 55 e 65. Após uma semana o aparelho foi instalado e as instruções da ativação foram dadas aos responsáveis. O protocolo de ativação foi de 1/4 de volta pela manhã e 1/4 de volta à noite. No retorno para acompanhamento, percebeu-se que a ativação estava sendo realizada de maneira incorreta. As instruções da ativação foram novamente repassadas. Na segunda consulta de revisão, a ativação ainda não estava satisfatória. Na terceira consulta de revisão, os responsáveis foram instruídos novamente e após cinco dias relataram sintomatologia dolorosa intensa e interromperam a ativação. Na quarta revisão, com a ativação já interrompida, foi possível observar a presença de diastema entre os incisivos centrais, indicando a separação da sutura palatina e a correção da mordida cruzada. A paciente queixou-se de dor no dente 75, e após o teste de percussão e radiografia periapical, foi diagnosticado pericementite por trauma oclusal. Foi realizado desgaste da banda do dente 65 e prescrição medicamentosa. No dia seguinte, os responsáveis relataram dor intensa no palato e a paciente foi levada à uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi realizada a remoção do aparelho devido a identificação de um quadro de necrose no palato do lado esquerdo. De acordo com os responsáveis foi realizada antibioticoterapia intravenosa, além da prescrição para seu uso interno durante sete dias. A paciente retornou à clínica de Pronto Atendimento do AMBE para avaliação, o tratamento consistiu em retirada das bandas ortodônticas e a realização de duas sessões da aPDT. Houve cinco aplicações de azul de metileno a 0,01% na área afetada com intervalo de 1 minuto entre elas. Após isso, foi realizada laserterapia de baixa potência, com comprimento de onda de 660nm, utilizando 1 J por ponto em toda extensão da região ulcerada. O tratamento foi realizado durante duas semanas consecutivas e ao final foi possível perceber a cicatrização da região ulcerada. Garcez et al. (2007; 2008) descreveu diversas vantagens da aPDT, como, vasta aplicabilidade, fácil acesso, boa tolerância pelos pacientes, ausência de efeitos colaterais e impossibilidade de resistência microbiana. Segundo Rebellato Júnior (2003), a necrose palatina ocasionada pela expansão maxilar é uma intercorrência rara, de origem inflamatória, que ocorre devido a obstrução de vasos sanguíneos da artéria palatina maior. De acordo com Santos et al. (2014), as causas podem ser devido a danificação do aparelho, irregularidades no acrílico, variação anatômica, ativação inadequada ou ausência de alívios durante a confecção do aparelho. Haas (1970); Haas (2001); Tanaka et al. (2004) e Martins et al. (2009) já comprovaram a eficácia do aparelho do tipo Haas na correção da mordida cruzada posterior na fase da dentadura decídua, mista e permanente. Entretanto, segundo Haas (1970); Rebellato Júnior (2003) e Consolaro et al. (2009), é possível que as forças aplicadas possam comprometer a vascularização da região palatina devido a compressão das artérias palatinas. Faz-se necessário, portanto, conforme estabeleceu Santos et al. (2014), conhecer adequadamente a anatomia da região, analisar o dispositivo com cautela após sua confecção e estar sempre atento às instruções que deverão ser repassadas aos responsáveis antes da ativação do aparelho. Através deste relato podemos concluir que é de extrema importância o acompanhamento em todas as fases do tratamento, principalmente durante a demonstração da ativação para os responsáveis, a fim de garantir a compreensão adequada dos mesmos evitando o excesso da aplicação de forças. Além disso, foi possível concluir a eficácia da aPDT no tratamento da necrose do palato através da biomodulação da inflamação e da cicatrização induzidas por essa terapia.
Título do Evento
XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COUTINHO, Bruna das Graças Miranda et al.. NECROSE DE PALATO EM DECORRÊNCIA DO USO DO DISJUNTOR DO TIPO HAAS E SEU TRATAMENTO COM A TERAPIA FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA: RELATO DE CASO.. In: Anais Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2022/547416-NECROSE-DE-PALATO-EM-DECORRENCIA-DO-USO-DO-DISJUNTOR-DO-TIPO-HAAS-E-SEU-TRATAMENTO-COM-A-TERAPIA-FOTODINAMICA-ANT. Acesso em: 05/05/2025

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