USO DA HALL TECHNIQUE PARA TRATAMENTO DE CÁRIE NA PRIMEIRA INFÂNCIA: RELATO DE CASO.

Publicado em 06/04/2023 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
USO DA HALL TECHNIQUE PARA TRATAMENTO DE CÁRIE NA PRIMEIRA INFÂNCIA: RELATO DE CASO.
Autores
  • Nicole Vilela Cardoso
  • Andrea Cristina da Costa Reis
  • Raphaela Mendes Dantas
  • Izabel Monteiro
  • Patricia Reis
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
Odontologia
Data de Publicação
06/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2022/547039-uso-da-hall-technique-para-tratamento-de-carie-na-primeira-infancia--relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
odontopediatria, hall techinique, cárie
Resumo
Introdução:   A cárie dentária é uma das condições crônicas mais prevalentes no mundo, e repercurte negativamente na qualidade de vida dos indivíduos, sendo considerada portanto, um importante problema de saúde pública. Quando não tratada, as lesões de cárie cavitadas podem evoluir havendo comprometimento pulpar. Casos acometendo crianças menores de seis anos com uma ou mais lesões de cárie (cavitadas ou não), dentes restaurados ou perdidos por cárie, caracterizam a condição denominada cárie na primeira infância (CPI). Na dentição decídua o tratamento das lesões cavitadas geralmente consiste na remoção seletiva do tecido cariado, seguido da restauração direta com ionômero de vidro ou resina composta. Entretanto, diante de grandes cavidades com extensa destruição da estrutura dentária, as restaurações diretas tendem a falhar levando a um ciclo repetido de restaurações. Neste sentido, as coroas de aço inoxidável pré-formadas são indicadas para restauração, tanto de dentes acometidos por extensas lesões cavitadas de cárie, como dentes com defeito de esmalte ou mesmo dentes que tenham sido submetidos à tratamento de terapia pulpar. Estas coroas podem ser utilizadas através da técnica tradicional ou da HT. A HT foi desenvolvida no Reino Unido e recentemente vem sendo utilizada no Brasil. É considerada uma técnica restauradora minimamente invasiva, que não necessita do uso de anestesia, preparo dentário e remoção de tecido cariado, o que a torna mais aceitável pelos pacientes infantis. Através desta técnica, é possível preservar a estrutura remanescente e restabelecer a forma e função do dente, permitindo sua permanência na arcada até o período da esfoliação. A HT mostra-se uma técnica restauradora efetiva na dentição decídua com altas taxas de sucesso.   O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico de uma criança acometida por CPI que teve um molar decíduo restaurado com coroa de aço pela técnica de Hall Technique após terapia pulpar.   Metodologia: Paciente H.F, 4 anos, gênero feminino, foi trazida por seu pai ao Ambulatório Escola da UNIFASE, na disciplina de Estágio em Clínica Infantil, com relato de dor espontânea no segundo molar inferior direito (dente 85). Na primeira consulta, foram realizados anamnese, exame físico extra-oral, exame intra-oral, índice de placa e sangramento, odontograma e radiografias periapicais. Ao exame clínico, foi constatada  presença de cárie cavitada ativa em diversos elementos dentários, configurando um caso de CPI. O dente 85, clinicamente, apresentava cárie cavitada extensa acometendo a face oclusal. Radiograficamente, a cárie se encontrava próxima à câmara pulpar. Com base nos aspectos sintomatológicos, clínicos e radiográficos foi planejada a realização de remoção da lesão cariosa e posterior pulpotomia. Durante o procedimento de terapia pulpar, utilizou-se o Formocresol e posteriormente o  dente foi restaurado com cimento de ionômero de vidro. Em consultas subsequentes notou-se que o dente restaurado sofreu pequenas fraturas na estrutura dentária remanescente. Diante deste cenário, planejou-se a restauração em coroa de aço com HT em na mesma sessão foi colocado o elástico de separação entre os elementos 84 e 85. Na consulta seguinte (uma semana depois), após a remoção de elástico separador, a distância mésio-distal do 85 foi medida com auxílio de sonda milimetrada para a seleção da coroa metálica. Foram feitos desgastes na coroa de aço selecionada com brocas específicas para metal. A adaptação da coroa foi verificada clínica e radiograficamente e a cimentação feita com cimento de ionômero de vidro, seguida de checagem oclusal. Após sete dias o dente restaurado permanecia em condições clinicamente sadias e sem sintomatologia dolorosa.   Discussão: A HT tem se mostrado uma técnica restauradora bem aceita pelos pacientes. Alguns dos fatores que contribuem para isso são: não utilização de instrumentação rotatória, não necessidade de aplicação de técnica anestésica e menor tempo de consulta odontológica decorrente da simplicidade da técnica. No caso em questão, os pais mostraram-se preocupados sobre possíveis provocações pelas quais a filha poderia passar em razão da coloração prateada da restauração. Contudo, a maior efetividade e consequente longevidade deste tipo de restauração em comparação com outros materiais corroboraram para aceitação da coroa de aço pelos responsáveis. Em consultas seguintes ao procedimento restaurador, os pais relataram que a criança se sentiu “especial” com a coroa em seu dente e afirmaram que a aparência não parecia incomodar a paciente. Este relato é compatível com as informações publicadas na literatura: a estética em geral não é uma questão para os pacientes odontopediátricos que tem restaurações em coroa de aço. Estudos sugerem que não só as crianças menores possam estar menos conscientes ou incomodadas com a estética de seus dentes em comparação a crianças de mais idade e adultos, como podem ainda ter "padrões" de aceitação estética diferente de seus pais.     Conclusão: No caso em questão, diante de uma paciente de pouca idade, com o elemento dentário 85 acometido por grande destruição cariosa seguido de tratamento envolvendo terapia pulpar, a restauração definitiva em coroa de aço com HT se mostrou uma técnica eficiente. A dispensa de anestesia e a rapidez da técnica foram fundamentais para condução de um atendimento clínico menos estressante para a paciente, pais e profissionais envolvidos. A questão estética não foi relatada como um problema pela paciente, que se sentiu “especial" com a “coroa no dente”, fazendo analogia de sua restauração à uma “coroa de princesa”.
Título do Evento
XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CARDOSO, Nicole Vilela et al.. USO DA HALL TECHNIQUE PARA TRATAMENTO DE CÁRIE NA PRIMEIRA INFÂNCIA: RELATO DE CASO... In: Anais Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2022/547039-USO-DA-HALL-TECHNIQUE-PARA-TRATAMENTO-DE-CARIE-NA-PRIMEIRA-INFANCIA--RELATO-DE-CASO. Acesso em: 14/06/2025

Trabalho

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