ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA FARINHA DO MESOCARPO DO COCO VERDE

Publicado em 06/04/2023 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA FARINHA DO MESOCARPO DO COCO VERDE
Autores
  • Brenda Bittencourt Ferreira
  • Caroline Geoffroy Ribeiro
Modalidade
Pesquisas Científicas
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
06/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2022/533853-elaboracao-e-caracterizacao-fisico-quimica-da-farinha-do-mesocarpo-do-coco-verde
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Coco verde, Farinha, Mesocarpo
Resumo
Introdução: O coco verde (Cocus nucifera L.) é um fruto tropical encontrado em mais de 200 países diferentes. O Brasil é o quinto maior produtor de cocos do mundo, e mantém uma produção anual de 8,1 milhões de cocos. A casca do coco verde corresponde a cerca de 85% do peso total do fruto, e é composta por fibras lignina e celulose que são encontradas principalmente na região do mesocarpo. Estima-se que sejam descartados por ano 7 milhões de cascas de coco em aterros sanitários e lixões a céu aberto, e devido as fibras rígidas presentes na casca, esta parte não-convencional pode demorar de 8 a 12 anos para se decompor. Além do impacto ambiental decorrente do desperdício, há também um custo financeiro envolvido que é destinado ao transporte para retirar toneladas de cocos que são descartados de maneira inapropriada, e por ser um fruto de grande volume e de difícil compactação, são necessárias várias cargas para transportar um número considerável de cocos. Desse modo, se faz necessário encontrar novas formas de aproveitamento para reduzir o desperdício inadequado, como a elaboração de uma farinha, a fim de estimular a criação de novos produtos com valor econômico agregado. Objetivo: Produzir e analisar a composição físico-química de uma farinha elaborada a partir do mesocarpo do coco verde. Métodos: Trata-se de um estudo experimental realizado no Laboratório de Bromatologia do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE). O coco verde foi adquirido em um comércio local no centro do município de Petrópolis-RJ. Para a obtenção da farinha, foram selecionados cocos verdes sem sinais de danos, descoloração e bolores. O coco verde selecionado foi partido ao meio, despolpado, lavado em água corrente e sanitizado em solução de hipoclorito de sódio a 20ppm durante 20 minutos, e posteriormente, enxaguado em água corrente. Após, foram retirados manualmente o endocarpo e a casca externa verde do coco para a separação do mesocarpo. O mesocarpo obtido foi cortado em tiras finas, e em seguida, distribuído nas bandejas do desidratador (Hobby Pardal) a 70°C por 24h. O material desidratado foi submetido à moagem em liquidificador caseiro (Walita) durante 5 minutos, e peneirado com o auxílio de uma peneira de plástico de 0,5mm. Foram realizadas, em triplicata, análises de umidade, cinzas, proteínas, lipídeos, fibra bruta e carboidratos por diferença. As características físico-químicas da farinha do mesocarpo do coco verde seguiram as metodologias propostas pelo Instituto Adolfo Lutz (2008). Resultados e Discussão: Foram utilizados no presente estudo 9282,26g de coco verde in natura. Destes, foram obtidos 6128,91g de mesocarpo, representando mais da metade do peso inicial do coco verde com um rendimento de 66,03%. O mesocarpo desidratado em estufa atingiu um peso de 655,06g, obtendo um rendimento de 7,08%. Este material desidratado após o processo moagem e peneiragem atingiu um peso final de 354,40g de farinha do mesocarpo do coco verde e um rendimento de 3,82% em relação ao coco verde in natura. A partir dos resultados obtidos através da análise físico-química, foram encontrados 6,96g/100g de umidade, 4,7g/100g de cinzas, 0,68g/100g de lipídeos, 0,48g/100g de proteínas, 75,32g/100g de carboidratos e 11,86g/100g de fibra bruta na farinha do mesocarpo do coco verde. A RDC n° 263 de 2005 preconiza que as farinhas contenham no máximo 15% (15g/100g) de umidade. Os resultados obtidos neste estudo encontram-se dentro dos parâmetros estabelecidos pela resolução. Um baixo teor de umidade desfavorece o crescimento de micro-organismos e aumenta a vida de prateleira e a qualidade dos produtos. Segundo a portaria n° 354 de 1996, a farinha de trigo integral deve possuir no máximo 2,5% de cinzas, sendo assim, a farinha do mesocarpo do coco verde apresenta teores de cinzas superiores. As farinhas que apresentam maior grau de extração possuem coloração mais escura e maior teor de cinzas. De acordo com Vieites (2011), os minerais são importantes para desempenhar diversas funções no corpo, além disso, auxiliam a formação dos ossos, composição da hemoglobina, metabolismo de carboidratos, e em alguns casos, fazem parte dos elementos constituintes dos tecidos do organismo. O teor de carboidratos encontrados de 75,32g/100g foi superior aos achados por Queiros et al. (2020) na farinha de coco de 17,18g/100g e por Couri e Giada (2016) de 62,66g/100g na farinha do mesocarpo do babaçu. O teor de lipídeos de 0,68g/100g encontrados no presente estudo foi inferior ao encontrado por Silva (2016) de 2,30g/100g, assim como o teor de proteínas, em que o mesmo autor encontrou 1,82g/100g no farelo do mesocarpo do coco verde. Essas diferenças podem ser influenciadas pela variação da safra e por outros fatores como clima, solo, irrigação, etc. A farinha do mesocarpo do coco verde apresentou bons percentuais de fibra bruta. Segundo Sousa et al. (2019), o consumo de fibras pode prevenir diversas doenças como hemorroidas, câncer de cólon, constipação intestinal, aterosclerose, entre outras. Além disso, pode promover o crescimento de bactérias benéficas no intestino. Conclusão: A farinha do mesocarpo do coco verde apresenta bons percentuais de fibras e minerais, que auxiliam em diversas funções do organismo e são benéficos a saúde. A utilização da farinha do mesocarpo do coco verde deve ser estimulada na indústria de alimentos, no qual pode ser inserida na alimentação dos consumidores por potencializar o valor nutricional dos produtos. Sendo assim, mais estudos devem ser estimulados nesta área, a fim de conscientizar a população sobre o desperdício de alimentos, com o intuito de contribuir com o aproveitamento integral do coco verde no setor de alimentação.
Título do Evento
XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FERREIRA, Brenda Bittencourt; RIBEIRO, Caroline Geoffroy. ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA FARINHA DO MESOCARPO DO COCO VERDE.. In: Anais Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2022/533853-ELABORACAO-E-CARACTERIZACAO-FISICO-QUIMICA-DA-FARINHA-DO-MESOCARPO-DO-COCO-VERDE. Acesso em: 08/05/2025

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