DISRUPTORES ENDÓCRINOS E TRANSTORNOS MENTAIS.

Publicado em 04/11/2021 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
DISRUPTORES ENDÓCRINOS E TRANSTORNOS MENTAIS.
Autores
  • Claudio Hansel Martins
  • JORDÂNIA DA SILVA CLER
  • Alexandre dos S. Pyrrho
  • Jaqueline Da Silva
  • Marcia Cristina Braga Nunes Varricchio
Modalidade
Revisão Sistemática
Área temática
Exemplo de Área Temática
Data de Publicação
04/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2021/403285-disruptores-endocrinos-e-transtornos-mentais
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Disruptores endócrinos; Manifestações neuropsiquiátricas; Saúde.
Resumo
Introdução Nos dias de hoje, muitos são os inseticidas e agrotóxicos utilizados na indústria, empregados com objetivo de combater pragas e podem afetar negativamente a produção no campo. Contudo, muitos dos elementos presentes nestas substâncias, apresentam a característica de serem disruptores endócrinos, que segundo a OMS, são substâncias que alteram o sistema endócrino e, consequentemente, provocam efeitos nefastos num organismo intacto, na sua progenitura ou nas populações. DDT e dieldrin são compostos organoclorados com ação inseticida e o glifosato possui ação agrotóxica (DE CARVALHO, 2021). Além disto, bisfenol é uma substância muito utilizada na atualidade na composição de plásticos, sendo liberado com o calor. Nas áreas de saúde, o enfermeiro do trabalho, o médico do trabalho e o toxicologista deparam-se com estas evidências frequentemente (BASTOS, 2019). Objetivos Verificar se existe na literatura associação entre disruptores endócrinos (inseticidas e agrotóxicos) e transtornos mentais, o número de publicações sobre o tema e quais deles estão associados ao mecanismo de ativação de proteinocinases em membrana celular. Metodologia Trata-se de uma revisão sistemática integrativa, realizada em etapas: (1) identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; (2) estabelecimento dos critérios de inclusão/exclusão dos estudos; (3) definição das informações a serem coletadas; (4) categorização e avaliação dos estudos selecionados; (5) interpretações dos resultados e síntese do conhecimento. Revisão sistematizada integrativa realizada nas bases Science Direct, Scielo, BVS e PubMed, através dos descritores: Disruptores Endócrinos e Transtornos Mentais no período compreendido entre 1995 e 2020. Dos 10.462 encontrados em PubMed e Science Direct foram selecionados 4 artigos que estão em ambas bases discutindo o mecanismo de ação via proteinocinase, rota de nosso interesse. Discussão Na pesquisa realizada nas plataformas de base de dados, Science Direct trouxe 10.353 publicações ao longo deste período de 1995 a 2020 relacionando disruptores endócrinos a transtornos mentais. PubMed com 88 publicações, BVS com 18 publicações e Scielo com 3 publicações. Segundo Brown Jr. (2009), o bisfenol – A (BPA), composto presente em plásticos na indústria, é capaz de causar alterações no sistema nervoso central, e dentre essas alterações, muitas são parecidas com as ocorridas na esquizofrenia. O hormônio do crescimento (GH) é mais uma substância no corpo humano que se altera na esquizofrenia mediante à exposição de BPA. Em conformidade com Katoh K et al (2004), o BPA é capaz de suprimir a liberação de GH, que se dá estimulada pela ação do hormônio liberador do hormônio de crescimento (GHRH), além disso, o BPA também é capaz de reduzir a concentração de GH a nível celular e também o número de células, bem como, limitar GHmRNA e extinguir o fluxo de cAMP e Ca+2 impelidos por GH. O BPA apresenta ainda capacidade de realizar elevação de hormônio luteinizante (LH) e redução de testosterona (T), alteração análoga à decorrida na esquizofrenia, segundo Tripodianakis J et al (2006). Após análise de níveis de LH e T em homens que cometeram suicídio, os níveis de T encontravam-se muito reduzidos em homens com esquizofrenia e os níveis de LH estavam elevados, em relação ao normal. Logo, é importante enfatizar como BPA pode ocasionar prejuízos, até mesmo irreversíveis, a humanos, não apenas, mas também pela via das proteinocinases. Segundo Bastos MLA et al (2019), após pesquisa sobre transtornos mentais de trabalhadores do campo vinculados à exposição a inseticidas, com coleta de dados por via de questionários com 105 trabalhadores do campo expostos cronicamente expostos a agrotóxicos, 50,5% dos participantes, responderam que se sentiam nervosos, tensos ou preocupados. Em outro tópico da pesquisa 38,1% afirmaram dormir mal. Os autores frizam que estas respostas estiveram vinculadas a componentes relacionados ao desencadeamento de ansiedade e depressão. Evidenciando assim os malefícios que essas substâncias podem gerar ao organismo humano não só em aspectos físicos, mas também neuropsicológicos, explicável devido à variação da modulação de neurotransmissores e de neurosecreções, algumas moduladas pelas proteinocinases. Por este motivo na presente investigação foi necessário identificar e selecionar artigos que apresentam discussão acerca do papel de proteinocinases (PK) para transtornos mentais ocasionado pela exposição crônica a disruptores endócrinos, totalizando apenas 4 publicações que enfatizam a participação da PKA (ou PK1) pelo Science Direct sendo as mesmas publicações encontradas no PubMed, o que demonstra a relevância do prosseguimento deste estudo. Mesmo já sendo evidenciado seus altos malefícios à saúde humana, tais compostos tóxicos (inseticidas e agrotóxicos) continuam sendo muito presentes na indústria. Poderão existir outras substâncias que causem malefícios por meio deste mesmo mecanismo de ação e que a ciência ainda não tenha verificado. Esta foi a primeira avaliação de nosso grupo, futuros estudos para aprofundamento do tema serão desenvolvidos. Conclusão Por fim, foi possível perceber como disruptores endócrinos permanecem muito presentes na indústria e, também apresentam alto potencial de promover danos persistentes ao organismo humano e ao ambiente. Além disso, pelo reduzido número de publicações esclarecendo mecanismo de ação, foi possível notar como pesquisas de associação entre disruptores endócrinos e transtornos mentais, são dificultosas e trabalhosas, principalmente pelo fato de precisarem ocorrer de modo multidisciplinar e até mesmo inter e transdisciplinar, somado ao fato de serem questões clínicas toxicológicas ainda pouco discutidas. Contudo, por meio desta busca, foi possível notar progressivo aumento da quantidade de publicações na área ao longo dos anos, especialmente a partir de 2006, sendo então necessário provocar através de evidências em literatura, este tipo de discussão.
Título do Evento
XXVII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MARTINS, Claudio Hansel et al.. DISRUPTORES ENDÓCRINOS E TRANSTORNOS MENTAIS... In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2021/403285-DISRUPTORES-ENDOCRINOS-E-TRANSTORNOS-MENTAIS. Acesso em: 02/08/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes