INTERVENÇÃO NUTRICIONAL SOBRE SELETIVIDADE ALIMENTAR NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE CASO

Publicado em 04/11/2021 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL SOBRE SELETIVIDADE ALIMENTAR NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE CASO
Autores
  • Isadora Brandao Vieira Bordignon
  • Bárbara de Souza Piulats
  • ESTHEFANIE PARREIRA MELLO DIAS
Modalidade
Relato de Caso
Área temática
Exemplo de Área Temática
Data de Publicação
04/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2021/403103-intervencao-nutricional-sobre-seletividade-alimentar-no-transtorno-do-espectro-autista--um-relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Seletividade alimentar, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Intervenção Nutricional
Resumo
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, é definido como uma síndrome comportamental que compromete o desenvolvimento motor e psiconeurológico dificultando a cognição e a linguagem. Sua etiologia ainda é desconhecida, entretanto, a tendência atual é considerá-la como uma síndrome de origem multicausal envolvendo fatores genéticos, neurológicos e sociais da criança. Normalmente manifesta-se até os três anos de idade e os sintomas podem variar quanto à sintomatologia e grau de acometimento, mas apresenta em comum uma interrupção precoce de socialização. Dentre as alterações comportamentais presentes nos quadros de TEA, a literatura destaca a seletividade alimentar. A seletividade alimentar pode ser entendida como um comportamento alimentar que tem como característica principal a exclusão de uma variedade de alimentos. Essa postura, muitas vezes, pode ser transitória, (correspondendo à fase de adaptação a novos alimentos), ou perdurar ao longo do desenvolvimento da pessoa. Descrição do caso: Paciente A.J.S.C.T, sexo masculino, nascido no dia 11/01/2013 (8 anos e 7 meses), possui diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), obesidade e seletividade alimentar. Em uso de medicação diária: Sertralina 50 mg e Risperidona 1 mg. Morador do bairro Boa Vista (Microárea 5) sendo a mais afastada da unidade de saúde da família (USF). Reside com: pai, mãe, avó e avô. Estuda na fábrica do saber e está no 3º ano do ensino fundamental. Possui plano de saúde devido a isso tem pouca frequência a USF. Realiza acompanhamento com psicólogo e terapeuta ocupacional. Iniciou acompanhamento nutricional com nutricionista do plano de saúde, porém a mãe relatou que não obteve sucesso sendo assim a mesma procurou o serviço de nutrição da USF em busca de uma nova estratégia nutricional. Sobre a alimentação não consome legumes e verduras, a ingestão de frutas é somente em vitaminas. Possui resistência a textura pastosa e cheiro de temperos naturais na comida, aceitando apenas alho e cebola. Sua refeição é composta por arroz, feijão e alguma proteína, possuindo assim pouca variedade em sua alimentação além do alto consumo de alimentos ultraprocessados. A família se mostra aberta e ativa a novas intervenções com o paciente demostrando um grande interesse sobre alimentação. Discussão: A Seletividade alimentar caracteriza-se pela tríade: pouco apetite, recusa alimentar e desinteresse pelo alimento. Essa combinação pode provocar uma certa limitação a variedades de alimentos ingeridos, além disso provoca um comportamento de resistência em experimentar novos alimentos. A limitação de variedades na hora da refeição pode agregar carências nutricionais e prejudicar o organismo, pois a ingestão de macro e micronutrientes está estreitamente relacionada com a ingestão de energia e bom funcionamento do organismo. Dessa forma, nestes casos é necessário a intervenção nutricional e educacional como realizada no presente trabalho, por meio de um conjunto de atividades que visam estimular os cinco sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar) e a percepção sensorial do paciente, com intuito de melhora da seletividade alimentar. A intervenção realizada com o paciente do presente trabalho constitui-se em três encontros, com o objetivo de oferecer ao paciente legumes e frutas de diferentes formas, priorizando o seu interesse. No primeiro encontro foi utilizado a estratégia de contação de história, utilizando fantoches impressos e ao final a pintura de todos os personagens da história (alimentos). Após esse processo de aprendizagem foram oferecidos todos legumes da história (cenoura, tomate, batata e brócolis) em diferentes texturas e cortes a qual obteve uma ótima aceitação. Ao final o paciente foi instruído a montar um prato com todos os alimentos nas texturas e cortes que mais gostou, em seguida o prato foi apresentado à mãe. Foi relatado pela mãe a aceitabilidade desses alimentos nas refeições em casa após o processo de intervenção. O segundo encontro também foi baseado nas mesmas estratégias do primeiro, no entanto o foco da segunda intervenção foi nas frutas (uva, morango, banana e maça), onde foram apresentadas em diferentes cortes. O paciente realizou o mesmo processo da primeira intervenção, provando todos os alimentos com a mão, em todos os cortes e escolhendo os que mais gostou para compor o prato final. O paciente aceitou todas as frutas propostas sendo relatado pela mãe, a aceitação em casa. E para o terceiro e último encontro foi proposto um modelo de intervenção diferente, onde foi realizada uma oficina culinária, a fim de estimular o interesse pela alimentação, mostrando que o ato de se alimentar pode ser divertido. Foram realizadas as receitas de bolo de caneca e brigadeiro de banana, onde o paciente participou de todos os processos do preparo. Em alguns momentos o mesmo mostrou resistência quanto a textura de alguns alimentos, porém ao final o paciente se mostrou bem animado e feliz com a oficina. A mãe foi convidada a experimentar as preparações e estimulada a continuar este tipo de atividade em casa. Nessas intervenções foram trabalhados todos os sentidos (visão, tato, audição, olfato e paladar). Conclusão: Os resultados mostram que a intervenção pode ser uma abordagem bem-sucedida visto que a criança tem contato maior com os alimentos através dos estímulos sensoriais, mas deve ser trabalhada de forma constante no dia-a-dia contribuindo para aumentar a variedade alimentar, visando o consumo dos alimentos in-natura. Observou-se o quanto é importante a orientação dos familiares para que as atividades sejam utilizadas no meio familiar a fim de fazer parte da rotina da criança. O TEA ainda é um desafio para os profissionais de saúde, no entanto é extremamente importante uma intervenção multidisciplinar, onde a nutrição desempenha um papel fundamental frente às questões de seletividade alimentar e consequentemente promovendo a melhora da saúde como um todo.
Título do Evento
XXVII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BORDIGNON, Isadora Brandao Vieira; PIULATS, Bárbara de Souza; DIAS, ESTHEFANIE PARREIRA MELLO. INTERVENÇÃO NUTRICIONAL SOBRE SELETIVIDADE ALIMENTAR NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE CASO.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2021/403103-INTERVENCAO-NUTRICIONAL-SOBRE-SELETIVIDADE-ALIMENTAR-NO-TRANSTORNO-DO-ESPECTRO-AUTISTA--UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 23/05/2025

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