DIAGNÓSTICO OFTALMOLÓGICO DA SINDROME DE SUSAC: RELATO DE CASO

Publicado em 04/11/2021 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
DIAGNÓSTICO OFTALMOLÓGICO DA SINDROME DE SUSAC: RELATO DE CASO
Autores
  • Ricardo Otero Belerique
  • Mariana Monnerat
  • rodrigo zajdenweber
  • Patricia Pacha
Modalidade
Relato de Caso
Área temática
Exemplo de Área Temática
Data de Publicação
04/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2021/402190-diagnostico-oftalmologico-da-sindrome-de-susac--relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Sindrome de Susac, doença autoimune, oclusão retiniana, hipoacusia, baixa visual
Resumo
No ano de 1979, John O. Susac atendeu duas pacientes do sexo feminino que apresentavam, primeiramente, transtorno de personalidade paranóide (TPP) e mudanças de personalidade. Mais tarde, elas desenvolveram sintomas neurológicos, auditivos e visuais. Como não havia inflamação ou embolia, foi concluído que as pacientes sofriam de uma microangiopatia do cérebro e da retina. Desde então, múltiplos casos parecidos foram publicados. Em 1986, William F. Hoyt sugeriu que a doença fosse denominada como Síndrome de Susac. Síndrome de Susac é uma doença de caráter autoimune caracterizada pela tríade de encefalopatia, oclusões retinianas de ramos arteriais e perda auditiva neurossensorial de início agudo, assimétrico e bilateral. É uma Síndrome rara, com apenas 304 casos reportados mundialmente. A encefalopatia pode gerar importantes manifestações clínicas como cefaleia, prejuízo cognitivo e de memória, vertigem, disartria, ataxia, disfunção do trato corticoespinhal, hemiparesia e labilidade emocional. Dor de cabeça foi a queixa mais prevalente entre os pacientes (60%). Em cerca de 75% dos casos, os indivíduos acometidos apresentam disfunção cognitiva com possível disfunção de memória recente, apatia ou desorientação flutuante, pode-se observar ainda, comportamento paranoide, alucinações e bulimia. A retinopatia é caracterizada pelo aparecimento de oclusões múltiplas bilaterais dos ramos das artérias retinianas. A hipoacusia é de origem neurossensorial, de início agudo, assimétrico e bilateral, podendo ou não estar associado a vertigem, zumbido, náusea, nistagmo, vômitos e/ou instabilidade da marcha. É mais prevalente em mulheres, numa relação 3:1. A idade de aparecimento das manifestações clínicas varia entre 16 e 40 anos, com maior frequência entre 21 e 35 anos. Apesar da tríade clássica ser relatada, ela só está presente em 13% dos casos, devendo os casos incompletos serem relevados para garantia do diagnóstico precoce. As manifestações clínicas estão relacionadas com processos micro oclusivos arteriais, cursando com cefaleia, déficit cognitivo e de memória, vertigem, hemiparesia entre outros. As manifestações visuais, incluem perda de visão repentina, visão turva e diminuição do campo visual. As variações dependem da região e do número de oclusões arteriais; acometimento na região posterior causa prejuízo visual, enquanto a oclusão na região periférica da retina causa alterações muito sutis ou é assintomática. Os exames complementares diagnósticos mais importantes são a ressonância magnética cerebral, a angiografia fluoresceínica e a audiometria. Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, 25 anos, com quadro progressivo de vertigem acompanhado por cefaleia severa. No primeiro exame não havia déficit visual, mas a fundoscopia esquerda mostrava a presença de oclusão da arcada temporal superior com sinais de isquemia retiniana. A campimetria de Goldman mostrava escotoma absoluto nasal superior. Exames laboratoriais foram positivos para anticorpo anti-cardiolipina e o paciente iniciou acompanhamento reumatológico com diagnóstico de síndrome antifosfolipídica primária atípica, sendo iniciada terapia com cloroquina, com melhora do quadro ocular e das queixas sistêmicas. Foi verificada revascularização retiniana, mantendo-se apenas um escotoma relativo na campimetria. Após 2 anos houve baixa visual no olho esquerdo, sendo observada extensa área isquêmica retiniana em arcada temporal superior, com quadro sugestivo de vasculite superior ao disco óptico. Nova conduta diagnóstica foi realizada, sendo solicitados também a ressonância do crânio e audiometria. A ressonância de crânio evidenciou nódulos em núcleo de substância cinzenta profunda e a audiometria comprovou perda auditiva. O diagnóstico de Síndrome de Susac foi fechado diante das alterações apresentadas. Apesar da gravidade do quadro retiniano, o paciente evoluiu com revascularização espontânea parcial, sem necessidade de tratamento clínico ou cirúrgico. A recuperação visual foi completa, com acuidade visual de 20/20 no último exame realizado. O paciente descontinuou o acompanhamento, não sendo possível verificar se houve evolução do quadro ou novos episódios oclusivos retinianos.
Título do Evento
XXVII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BELERIQUE, Ricardo Otero et al.. DIAGNÓSTICO OFTALMOLÓGICO DA SINDROME DE SUSAC: RELATO DE CASO.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2021/402190-DIAGNOSTICO-OFTALMOLOGICO-DA-SINDROME-DE-SUSAC--RELATO-DE-CASO. Acesso em: 28/05/2025

Trabalho

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