FATORES RELACIONADOS A ADESÃO À TERAPÊUTICA DE TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS

Publicado em 04/11/2021 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
FATORES RELACIONADOS A ADESÃO À TERAPÊUTICA DE TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS
Autores
  • Isadora Mueller Tkotz
  • VALERIA CAPRIOLI BREDA
  • Manuela Rodrigues Borsatto
  • Caroline Linhares Machado
  • José Henrique Castrioto Cunto
Modalidade
Trabalho Científico
Área temática
Exemplo de Área Temática
Data de Publicação
04/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2021/400314-fatores-relacionados-a-adesao-a-terapeutica-de-tuberculose-no-municipio-de-petropolis
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Tuberculose, Tratamento, Tratamento Diretamente Observado, Adesão.
Resumo
INTRODUÇÃO A tuberculose é uma doença infectocontagiosa transmitida pelas vias aéreas e provocada em grande parte dos casos pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Segundo a nova classificação da OMS 2016-2020 o Brasil ocupa a 20ª posição na lista dos 30 países prioritários para TB. No Estado do Rio de Janeiro, em 2018 foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 12.520 casos novos de TB em residentes no estado do Rio de Janeiro, sendo a Região Metropolitana com a maior proporção de casos novos. Em Petrópolis, em 2018 segundo o SINAN a taxa de incidência de casos novos de tuberculose foi de 31,73. O tratamento da tuberculose cursa como uma ferramenta de grande importância objetivando a cura e redução da transmissão da doença. Sua duração é de no mínimo seis meses e o serviço é totalmente disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita. A adesão ao tratamento é fundamental para garantir a cura da doença. Existem vários mecanismos para trabalhar a adesão do paciente ao tratamento. OBJETIVOS 1. Identificar os fatores que levaram ao sucesso ou falha na adesão ao tratamento da Tuberculose no Município de Petrópolis no Período de 2002 a 2020. 2. Identificar se os fatores de não adesão identificados estão associados a características populacionais específicas. METODOLOGIA O estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de caráter exploratório-descritivo, com abordagem quantitativa. A pesquisa delineou-se através da avaliação de 51 prontuários médicos dos pacientes com tuberculose que realizaram atendimento no serviço ambulatorial do Programa Municipal de Controle da Tuberculose durante o período de 2002 a 2020, abandonaram o tratamento. Dentre os prontuários avaliados, foram incluídos no estudo dados sobre sexo, idade, escolaridade, residência (bairro), modo de tratamento utilizado, população de potencial risco de abandono, análise da população de potencial risco de abandono, baciloscopia de escarro inicial, mês de abandono, retorno ao tratamento, se deu entrada novamente e qual foi o desfecho. Todos esses dados foram compilados de acordo com a literatura e os objetivos propostos através do Google Forms para gerar os gráficos que serão analisados ao longo do trabalho. RESULTADOS Em relação a prevalência entre os sexos, dos 51 prontuários analisados, ficou nítida a grande representatividade masculina de 66,7%, ao passo que, das mulheres, apenas 33,3% dos casos. Na perspectiva referente a idade, pode-se observar uma prevalência entre 31 e 40 anos de idade (41,2%), sendo que a idade entre 21 e 30 anos enquadrou-se atrás com 31,4% dos pacientes. Quanto a escolaridade 43,1% cursaram até o ensino fundamental. No panorama da residência (bairro) foi possível observar a extensão de abrangência das localidades atendidas, observando-se pacientes oriundos de municípios vizinhos. Quanto a população de potencial risco para o abandono pode-se notar principalmente a prevalência entre tabagistas etilistas (5), co-infectados pelo HIV (2) e 36 prontuários indicando profissões estigmatizadas e com menor prestígio econômico – dentre elas: pedreiro, do lar, balconista e jardineiro. A realização da baciloscopia de escarro foi positiva inicialmente em 62,7%, e negativa em apenas 11,8% dos pacientes, e não realizada em 25,5%. Quanto ao modo de tratamento, a medicação autoadministrada representou 96% dos pesquisados, enquanto a internação prolongada e o TDO apenas 2%, ratificando como essa conduta clínica condiz com a elevada taxa de abandono. Observou-se ainda, que a maior parte da desistência ao tratamento ocorreu após o 6º mês de tratamento, (em tratamentos prolongados), 35,3%, seguido do 3º e 5º mês 15,7% e posteriormente 2º mês 13,7%. Apenas 11,8% da população deu entrada novamente no programa, desses, 71,4% promoveram novo abandono, enquanto 14,3% faleceram ou foram transferidos de localidade para a continuação, contra 88,2% que não retornaram desde a adesão ao tratamento. DISCUSSÃO Garantir a adesão ao tratamento da tuberculose é uma das principais ações dos programas de controle da tuberculose, normalmente em ação conjunta com, as unidades básicas de saúde, através da execução da terapia diretamente observada (TDO). Em Petrópolis essa é uma ação de difícil execução pois a rede de atenção básica do Município cobre apenas 50% da população, sendo assim o Programa municipal de Controle da tuberculose tem que lançar mão de outros mecanismos para conseguir sucesso nesta ação. Essa multiplicidade de ações levou a cidade a zerar a taxa de abandono de tratamento nos anos de 2016, 2017 e 2018, mesmo com uma baixa cobertura de TDO. Os dados encontrados nos mostram que a baixa adesão ao tratamento está intimamente relacionado a fatores socio-econômico-comportamentais, e que o etilismo e a co-infecção com HIV são os principais fatores identificados o que vai de encontro a literatura pesquisada. CONCLUSÃO Pode-se inferir o quanto a situação socioeconômica, o baixo grau de escolaridade e o perfil de vulnerabilidade favorecem a baixa adesão ao tratamento. O mal entendimento sobre a utilização dos fármacos, a situação social e econômica adversa, vícios em tabaco e álcool e co-infecção pelo HIV contribuem para a suscetibilidade do adoecimento e maiores chances de abandono. Dessa forma, lidar com a tuberculose se torna um serviço multifatorial, no qual o alvo se baseia em evitar o abandono. Assim, ao traçar um perfil dos pacientes de maior risco torna-se possível esmiuçar um olhar mais cuidadoso e planejar estratégias que forneçam ao paciente flexibilidade e segurança.
Título do Evento
XXVII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

TKOTZ, Isadora Mueller et al.. FATORES RELACIONADOS A ADESÃO À TERAPÊUTICA DE TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2021/400314-FATORES-RELACIONADOS-A-ADESAO-A-TERAPEUTICA-DE-TUBERCULOSE-NO-MUNICIPIO-DE-PETROPOLIS. Acesso em: 13/05/2025

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