O MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZADO NO INTERNATO DE MEDICINA

Publicado em 18/12/2020 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
O MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZADO NO INTERNATO DE MEDICINA
Autores
  • Julia Barban Morelli Rosas
  • Dimitri Marques Abramov
  • Inoã Viana
Modalidade
Práticas Educativas Inovadoras
Área temática
Exemplo de Área Temática
Data de Publicação
18/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp/281691-o-matriciamento-em-saude-mental-na-atencao-primaria-a-saude-como-instrumento-de-aprendizado-no-internato-de-medic
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Atenção Primária à saúde, saúde mental, matriciamento
Resumo
INTRODUÇÃO Os campos da Atenção primária à saúde e da saúde mental são próximos na medida em que os transtornos mentais leves a moderados encontram espaço para diagnóstico e tratamento na APS. Assim como os transtornos severos, que apesar de necessitarem de acompanhamento especializado em saúde mental, seguem recebendo acolhida nas equipes de saúde da família, na medida em que os pacientes são lá vistos como um todo, não apenas em sua dimensão mental. Isso não significa que não haja desafios e limitações para o cuidado de transtornos mentais na atenção primária. Para endereçar esses desafios, surgiu a proposta de matriciamento em saúde mental, um tipo de cuidado colaborativo entre a saúde mental e a atenção primária que constitui: (...) um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica. (Guia prático de matriciamento em saúde mental, MS, 2011). Tradicionalmente, os sistemas de saúde se organizam de uma forma vertical (hierárquica), com uma diferença de autoridade entre quem encaminha um caso e quem o recebe, havendo uma transferência de responsabilidade ao encaminhar. A comunicação entre os dois ou mais níveis hierárquicos ocorre, muitas vezes, de forma precária e irregular, geralmente por meio de informes escritos, como pedidos de parecer e formulários de contrarreferência que não oferecem uma boa resolubilidade. O apoio matricial é distinto do atendimento realizado por um especialista dentro de uma unidade de atenção primária tradicional. Ele é, na verdade, um suporte técnico especializado que é ofertado a uma equipe interdisciplinar em saúde a fim de ampliar seu campo de atuação e qualificar suas ações. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Pacientes com transtornos em saúde mental, para os quais a equipe de saúde da família necessita de apoio da equipe de referência de saúde mental para ser mais resolutiva, chegar a um diagnóstico ou mesmo identificar a necessidade de encaminhamento para um serviço secundário de atenção psico-social, são agendados para o matriciamento. Os alunos participam de todo o processo, identificando os casos, propondo matriciamento e participando dele ativamente. As interconsultas saúde mental-ESF são agendadas previamente conforme a disponibilidade de agenda do matriciador, o psiquiatra Dimitri Abramov. Após a interconsulta, já sem a presença do paciente, forma-se uma roda de discussão para aprofundamento do caso, o que se torna um momento de educação permanente para as equipes (saúde mental e SF) e um momento formativo para os internos envolvidos no caso. ANÁLISE DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Neste sentido, pedagogicamente para os alunos do 6o ano de medicina que vivenciam e experimentam esse trabalho durante do Internato em Saúde da Família, trata-se de uma ação educativa que compreende as seguintes dimensões: aprendizado de competências necessárias aos médicos e médicas atuantes na atenção primária à saúde; aprendizado de competências necessárias aos médicos e médicas atuantes na saúde mental; aprendizado sobre ações colaborativas e trabalho em equipe (tendo em vista que o matriciamento não é efetivado apenas por médicos de família e psiquiatras, mas também pelo restante da equipe de saúde da família quando convém); aprendizado das possibilidades e limites do cuidado em rede, ao descortinar as necessidades intersetoriais e de rede de apoio (familiar e institucional) de cada paciente. CONCLUSÃO Mesmo com a transferência da atividade para o ambiente virtual, através da telemedicina, o matriciamento se provou uma ferramenta de ensino-aprendizagem potente com demonstram os depoimentos dos alunos a seguir: “acho fundamental ressaltar a importância de que, apesar de o paciente ter uma necessidade específica de saúde mental, a saúde dele como um todo não pode se resumir a isso.” “A oportunidade que tive de acompanhar alguns matriciamentos foi bastante enriquecedora e satisfatória haja vista que foi algo totalmente novo. (...) O fato de ter o médico de família na consulta ajuda muito na hora de elaborar a conduta mais adequada para a realidade socioeconômica de cada paciente, o que garante um atendimento bem mais eficaz e humanizado!” “O matriciamento daquela paciente foi mt importante porque foi uma situação desafiadora para qualquer clínico e poder contar com uma equipe multidisciplinar para ajudar na condução daquele caso foi de suma importância.” “Tem sido uma ótima oportunidade vivenciar a psiquiatria na prática ,aplicar conhecimentos farmacológicos e aprender diversos manejos e diagnósticos diferenciais.Além disso, essa é uma excelente forma de suprir a demanda por saúde mental no SUS e assim, melhorar a qualidade das comunidades.” “Em relação ao matriciamento como é importante em vários fatores , como otimizar o tratamento em cada caso em questão , em relação as manias e fenotipagem que com o tempo vai sofrendo modificações e como não podemos estereotipar o paciente , lembrar que eles podem possuir outras comorbidade e não podemos negligenciar suas respectivas investigações.” “Percebe-se que com o matriciamento há uma horizontalização do sistema de saúde, assim atenua-se a burocracia envolvida nos encaminhamentos, referências e contra referências, de modo que o atendimento fica mais dinâmico e mais resolutivo. Além do papel de auxiliar na assistência ao paciente, o apoio matricial tem como função o suporte técnico pedagógico, pois o profissional responsável por esse também orienta a equipe.”
Título do Evento
XXVI Semana Científica UNIFASE/FMP
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ROSAS, Julia Barban Morelli; ABRAMOV, Dimitri Marques; VIANA, Inoã. O MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZADO NO INTERNATO DE MEDICINA.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP/281691-O-MATRICIAMENTO-EM-SAUDE-MENTAL-NA-ATENCAO-PRIMARIA-A-SAUDE-COMO-INSTRUMENTO-DE-APRENDIZADO-NO-INTERNATO-DE-MEDIC. Acesso em: 01/05/2025

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