SEPSE NEONATAL PRECOCE E TARDIA: UM RELATO DE CASO

Publicado em 18/12/2020 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
SEPSE NEONATAL PRECOCE E TARDIA: UM RELATO DE CASO
Autores
  • LAÍS BEBER TEIXEIRA
  • Ana Luiza Corrêa Costa
  • Rayssa Gabriele Fonseca de Araujo
  • MARIANA DO VALLE BISSOLI
Modalidade
Trabalhos Científicos
Área temática
Exemplo de Área Temática
Data de Publicação
18/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp/280965-sepse-neonatal-precoce-e-tardia--um-relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Sepse Neonatal, Corioamnionite , Diagnóstico precoce, Hospitalização, Staphylococcuscoagulase negativo
Resumo
INTRODUÇÃO: A sepse neonatal é uma síndrome clínica que acomete o recém-nascido. É uma infecção de caráter sistêmico com alterações hemodinâmicas e outras manifestações clínicas, podendo ser de origem bacteriana, fúngica ou viral. Possui incidência entre 1 a 8 casos por 1.000 mil nascidos vivos e é uma das principais causas de morbimortalidade no período neonatal. Expressa-se clinicamente de duas formas: precoce ou tardia. Segundo o Ministério da Saúde, sepse neonatal precoce (SNNP) é a que ocorre nas primeiras 48 horas de vida e sepse neonatal tardia (SNNT) após 48 horas de vida. Os principais patógenos na SNNP envolvem as bactérias do canal do parto e bacteremias maternas, ao passo que na SNNT temos como principais agentes infecciosos os microrganismos hospitalares, como as Bactérias Gram-negativas, as Gram-positivas e Fungos. Entre as causas virais mais comuns, encontra-se o Herpes-Vírus Simples e o Enterovírus, os quais apresentam manifestações clínicas tardias. O diagnóstico é baseado nas manifestações clínicas, nos fatores de risco maternos e neonatais, e nos achados dos exames laboratoriais. Contudo, o diagnóstico definitivo da sepse neonatal é estabelecido por uma cultura sanguínea positiva, sendo considerada o exame “padrão-ouro”. A antibioticoterapia recomendada para o tratamento empírico é Ampicilina associada com Gentamicina. Ao passo que a antibioticoterapia específica deve ser direcionada conforme o agente etiológico, quando identificado, e à sensibilidade aos antimicrobianos. DESCRIÇÃO DO CASO: Recém-nascido (RN), feminino, prematuro com idade gestacional de 32 semanas e 02 dias, parto cesáreo, interrupção gestacional por Corioamnionite. Nasceu com 1785 gramas, Índice de Apgar de 7/9 no primeiro e quinto minuto de vida, respectivamente. Evoluiu com desconforto respiratório leve na sala de parto sendo encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Ensino Alcides Carneiro no município de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. Mãe do RN apresentou uma infecção do trato urinário (ITU) tratada inadequadamente no terceiro trimestre sem urinocultura de controle. Na UTI o RN permanecia com desconforto respiratório, sem outras alterações ao exame, necessitando de suporte ventilatório não invasivo (CPAP nasal). A conduta inicial foi: medidas de suporte, coleta de exames, inclusive hemocultura e iniciado antibioticoterapia com Ampicilina e Gentamicina. O diagnóstico foi de sepse neonatal precoce presumida. Após realizar 6 dias de antibioticoterapia, RN encontrava-se estável clinicamente, com ausência de crescimento bacteriano na hemocultura, sendo suspenso tratamento. Com 14 dias de vida apresentou Swab positivo para Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina (MRSA) e resistência à Oxacilina no teste de sensibilidade aos antimicrobianos. Permaneceu em internação hospitalar para recuperação nutricional e estímulo à sucção. Nesse período RN apresentou dois episódios de dessaturação durante as mamadas sendo solicitado uma nova radiografia de tórax que evidenciou infiltrado pulmonar em ápice direito. Coletou-se hemocultura, urinocultura, hemograma e PCR. Após resultados iniciou-se Cefepime e no dia seguinte associou Vancomicina após crescimento bacteriano Gram-positivo em cultura. Seis dias após coleta de cultura sanguínea positivou para Staphylococcus coagulase negativo, mantendo antibioticoterapia até completar 10 dias. Após 40 dias de internação em UTI, RN foi diagnosticada com sepse neonatal precoce e tardia, sendo adequadamente rastreado e tratado, embora não ter sido feita a coleta de líquor cefalorraquidiano (LCR) mandatória em suspeita de sepse neonatal tardia. Recebido alta hospitalar com encaminhamento para ambulatório de puericultura e oftalmologia. DISCUSSÃO DO CASO: A corioamnionite é um dos fatores de risco conhecidos, sendo uma infecção comum que afeta tanto a gestante quanto o recém-nascido, como apresentado nesse relato de caso. Segundo metanálise sobre a identificação e resistência antimicrobiana de patógenos na septicemia neonatal na China, 81.5% das amostras eram de cultura sanguínea com crescimento de bactérias gram-positivas. O gênero Staphylococcus teve prevalência com 67.1% das amostras, sendo 84% Staphylococcus coagulase negativo (ECN). O uso de dispositivos invasivos – cateter venoso central, cateter umbilical, tubo endotraqueal, ventilação mecânica, sonda nasogástrica e antibióticos prévios, por exemplo – são os maiores fatores de risco para infecção pelo ECN. Para amenizar esses fatores de risco algumas estratégias devem ser adotadas: a lavagem de mãos ou uso de álcool gel antes e depois de qualquer procedimento, oferta do leite materno e evitar uso abusivo de antibióticos se mostraram medidas de prevenção efetivas para sepse neonatal tardia. CONCLUSÃO: Sepse neonatal é considerada atualmente um problema de saúde pública e embora o tratamento seja conhecido e muito eficaz, o diagnóstico continua sendo difícil pela inespecificidade das manifestações clínicas, não havendo um sintoma patognomônico. Por isso, a equipe profissional, multidisciplinar, deve estar atenta aos fatores de risco que auxiliam no diagnóstico precoce a fim de evitar desfechos negativos.
Título do Evento
XXVI Semana Científica UNIFASE/FMP
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

TEIXEIRA, LAÍS BEBER et al.. SEPSE NEONATAL PRECOCE E TARDIA: UM RELATO DE CASO.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP/280965-SEPSE-NEONATAL-PRECOCE-E-TARDIA--UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 06/05/2025

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