FISIOTERAPIA NO PÓS-CIRÚRGICO DE ESCOLIOSE – REVISÃO DE LITERATURA

Publicado em 30/03/2024 - ISSN: 2237-8073

Título do Trabalho
FISIOTERAPIA NO PÓS-CIRÚRGICO DE ESCOLIOSE – REVISÃO DE LITERATURA
Autores
  • Rafaela Cesino Avelino
  • Ana Vitoria Pavuk da Silva
  • Taina Kulkamp Machado
  • Willians Cassiano Longen
Modalidade
Pesquisa - Resumo
Área temática
Ciências da Saúde - Fisioterapia
Data de Publicação
30/03/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sct2023/694272-fisioterapia-no-pos-cirurgico-de-escoliose--revisao-de-literatura
ISSN
2237-8073
Palavras-Chave
Coluna Vertebral. Fisioterapia Traumato-Ortopédica. Reabilitação
Resumo
INTRODUÇÃO A coluna vertebral é uma estrutura fundamental para sustentação e manutenção da postura ereta, além da função de proteção da medula espinhal. Ela é constituída por um conjunto de 33 vértebras dividido por cinco regiões, cervicais, torácicas, lombares, sacro e cóccix. Nas curvaturas anatômicas de suas vértebras apresentam 2 cifoses (torácica e sacral) e 2 lordoses (cervical e lombar) e em sua constituição encontram-se inseridos diversos músculos e ligamentos que são necessários para a sua sustentação e funcionalidade (FREITAS, MEDEIROS, CÂMARA, 2020). A escoliose é definida como um desvio lateral da coluna vertebral, mais comumente observados nos segmentos torácicos e lombares. Para avaliar e monitorar a evolução da escoliose, o padrão ouro é usar o método Cobb, que mede o ângulo da curvatura. (ROSA; MENDOZA; POTIN, 2020, LAITA, 2018). A escoliose pode influenciar em outros diversos aspectos do corpo humano, tais como, alteração no funcionamento de órgãos localizados no tórax em casos mais avançados, rotação lateral e interna dos ombros, rotação do quadril, alteração nos membros inferiores que pode vir a ser uma diferença de tamanho entre uma perna e outra, e também causando uma pisada pronada ou supinada (BORGES, 2018). Devido à complexidade desta doença, o ponto principal do tratamento cirúrgico é aliviar a dor clínica e melhorar a qualidade de vida (LIANG; et al., 2020; JULIEN-MARSOLLIER; et al., 2017). No pós-operatório, a fisioterapia e outras atividades de reabilitação têm sido frequentemente usadas para melhorar o nível de atividade dos pacientes, amplitude de movimento e força (MADERA; et al.,2017). O objetivo dessa revisão foi realizar um levantamento bibliográfico de artigos científicos, sobre os tratamentos fisioterapêutico no pós-cirúrgico de escoliose. METODOLOGIA O estudo envolve uma revisão de literatura, realizada em bases de dados disponíveis na internet. As bases de dados acessadas foram: MEDLINE, BIREME (Biblioteca Virtual em Saúde), SciELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciênciasda Saúde), PubMed, PEDro (Physiotherapy Evidence Database) e no GOOGLE (site de acesso livre e gratuito). Foram utilizados 14 artigos para desenvolver a pesquisa. A busca pelos artigos se deu por meio dos seguintes descritores: Fisioterapia; Escoliose; Artrodese; Coluna; Tratamento, os quais estão cadastrados no sistema de Descritores em Ciências da Saúde – DeCS. A pesquisa envolveu artigos de revistas e periódicos, em português e inglês, com base de dados científicos e com anos de publicação entre 2016 e 2020. Os critérios de inclusão foram artigos publicados na língua portuguesa e/ou inglesa; no período citado; e relacionados ao tema proposto. Já os que não se enquadravam nestes critérios foram considerados de exclusão. Desse modo, os artigos encontrados foram revisados a fim de identificar os que apresentam, com base nos resultados terapêuticos, as mais eficazes condutas fisioterapêuticas para o tratamento no pós-cirúrgico de escoliose. DISCUSSÃO Uma pesquisa recente relatou que cerca de 78% dos cirurgiões ainda não permitem fisioterapia pós-cirúrgica. Outra pesquisa com os membros da Sociedade de Pesquisa em Escoliose mostrou que é improvável que a fisioterapia formal seja recomendada pelos membros da sociedade, independentemente do procedimento. No entanto, uma nova pesquisa sugere que essa tendência mudou. Dos 67 membros da sociedade pesquisados, 25 (37%) recomendaram fisioterapia no pós-operatório (KAKAR, 2017; NEGRINI; et al., 2018). A abordagem do paciente durante o período intra-hospitalar requer cuidados. Uma vez que a condição desses pacientes tem um alto potencial de complicações, como infecção e complicações secundárias à mobilidade reduzida, que variam de lesões tegumentares à perda de condicionamento físico, massa óssea e muscular a grande comprometimento (ROSA; MENDOZA; POTIN, 2020). Pacientes que sofrem de dor 10 ou mais anos após a cirurgia da escoliose podem reduzir a frequência da dor através de um tratamento multimodal, incluindo estabilização de exercícios posturais e respiratórios (BILIK; et al., 2018; NEGRINI; et al., 2018). Quanto à mobilidade, os dados encontrados no estudo de ROSA, et al. 82% atingiram a meta pós-operatória imediata, 24% atingiram a meta do primeiro dia pós-operatório, 56% atingiram a meta do segundo dia pós-operatório e, no terceiro dia pós-operatório, 98% atingiram todas as metas de mobilidade e foram orientados por a equipe de fisioterapia sobre exercícios, alterações de decúbito, transferências e atendimento domiciliar (ROSA; MENDOZA; POTIN, 2020). Porém ainda não há evidências suficientes para argumentar a favor ou contra a inclusão na reabilitação pós-operatório de escoliose (KAKAR, 2017). Flexibilidade diminuída, equilíbrio reduzido, descondicionamento físico e o medo de lesões são relatados no estudo de RUMIT, et al. como alguns possíveis motivos para reduzir a participação nas atividades físicas. Por isso é importante que os fisioterapeutas estejam preparados para lidar com esses indivíduos. A atividade física pode ser particularmente benéfica para melhorar a capacidade aeróbica e a potência muscular e está associada a uma propriocepção melhorada (KAKAR, 2017). Encontrou-se como limitantes para elaboração dessa revisão de literatura, a falta de artigos relacionados com o tema, no período proposto, buscando pelos descritores: Fisioterapia; Escoliose; Artrodese; Coluna; Tratamento, nas bases de dados já citas. Recomenda-se mais pesquisar sobre o tema. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos aspectos apontados nesta revisão, é possível observar como o tratamento fisioterapêutico tem uma grande influência sobre a melhora da qualidade de vida do paciente do pós-operatório de escoliose. Desse modo, nota-se que embora sua indicação não seja unanimidade entre os cirurgiões, a fisioterapia tem um papel extremamente importante nessa área. Portanto, torna-se evidente que o assunto deve ser mais explorado e aprofundado por parte dos fisioterapeutas, buscando sempre o melhor tratamento para reabilitação desses pacientes. REFERÊNCIAS BILIK, Ozlem; et al. Experiências de adolescentes e suas famílias a curto prazo após cirurgia para correção de escoliose. Acta Paulista de Enfermagem, [S.L.], v. 31, n. 4, p. 342-350, jul. 2018. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201800049.. BORGES, Ana Caroliny Alves Silva. 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Título do Evento
XIV Semana de Ciência e Tecnologia da Unesc
Cidade do Evento
Criciúma
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana de Ciência e Tecnologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

AVELINO, Rafaela Cesino et al.. FISIOTERAPIA NO PÓS-CIRÚRGICO DE ESCOLIOSE – REVISÃO DE LITERATURA.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sct2023/694272-FISIOTERAPIA-NO-POS-CIRURGICO-DE-ESCOLIOSE--REVISAO-DE-LITERATURA. Acesso em: 04/07/2025

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