AS IMPLICAÇÕES DOS SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO NO TRABALHO DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR

Publicado em 30/03/2024 - ISSN: 2237-8073

Título do Trabalho
AS IMPLICAÇÕES DOS SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO NO TRABALHO DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR
Autores
  • Giovani Collovini Martins
  • Luizi Agassi Benedet
  • Eliana Marcon Cadorin
  • Carla Sasso Simon
  • MARCELO LEANDRO DE BORBA
  • KRISTIAN MADEIRA
Modalidade
Pesquisa - Resumo
Área temática
Ciências da Saúde - Psicologia
Data de Publicação
30/03/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sct2023/679174-as-implicacoes-dos-sintomas-de-ansiedade-e-depressao-no-trabalho-docente-do-ensino-superior
ISSN
2237-8073
Palavras-Chave
Saúde do Trabalhador; Saúde Coletiva; Sistemas Produtivos.
Resumo
1 INTRODUÇÃO O trabalho é responsável por atender a diversas necessidades psicossociais e físicas que incluem, entre outras, a autorrealização, a satisfação pessoal, um meio para a manutenção de relações interpessoais e uma fonte para obtenção de recursos financeiros (Arends et al., 2012). Porém, nos últimos anos, diversas alterações no mundo do trabalho vêm interferindo nos processos de ensino e na saúde do professor (Coutinho; Dal Magro; Budde, 2011). As mudanças mais vistas foram os contratos mais flexíveis, o aumento na carga horária e, principalmente as relacionadas à tecnologia (Coutinho; Dal Magro; Budde, 2011; Bloise, 2009). Tais novidades geraram maior cobrança por eficácia e produtividade, já que de qualquer lugar pode-se realizar tarefas através de celulares, tablets e notebooks; fazendo com que o ambiente de trabalho esteja continuamente presente na vida das pessoas (Alvim et al., 2019). Estas modificações aumentaram a competição e geraram insegurança, baixa autoestima e desmotivação (Wagner et al., 2019). Sendo assim, o trabalho também pode ser uma fonte geradora de sentimentos de sobrecarga emocional e física, desencadeando impactos diretos sobre a saúde dos sistemas corporais (Arends et al., 2012) (Joyce et al., 2016) (Schmidt; Dantas; Marziale, 2011). No ambiente ocupacional, o estresse ocorre quando as demandas no trabalho excedem a capacidade e os recursos que o indivíduo possui para atendê-las (Santos et al., 2016) (Silveira; Enumo; Batista, 2014). Na área da educação, a sobrecarga e a forma como as atividades são impostas têm contribuído para o adoecimento dos docentes. Isto explica o porquê de os sintomas de depressão, ansiedade e estresse serem considerados como os principais motivos de afastamento de professores (Diehl; Marin, 2016). O estresse refere-se a forma com que o ser humano responde diante das exigências submetidas a ele. Podendo se manifestar de forma positiva, quando motiva e provoca a resposta adequada aos estímulos, ou negativa, quando o intimida diante de uma situação ameaçadora, gerando os sinais de ansiedade, medo, tristeza e raiva (Prado; Branco, 2016) (Tanure et al., 2014). A fase de alerta, primeiro estágio do estresse, acontece quando o indivíduo se depara com o estímulo e o organismo produz a energia para o enfrentamento da situação (Manosso et al., 2014). Caso o estresse permaneça, inicia-se a fase de resistência, na qual o organismo tenta restabelecer sua normalidade e as sensações de desgaste e cansaço surgem (Mesquita et al., 2013). Se o corpo ainda não conseguir retornar ao seu equilíbrio, chega-se a fase de quase-exaustão, que é caracterizada pelo enfraquecimento do organismo (Sanches; France Santos, 2013). Na última fase, a de exaustão, a energia do organismo acaba e podem aparecer sintomas físicos (fadiga, taquipneia, taquicardia, alterações gastrointestinais, náuseas e cefaleia) e/ou psicológicos (irritabilidade, ansiedade e depressão) (Ramiro et al., 2014). Um professor deve saber se relacionar, considerar os questionamentos e os responder de maneira dedicada, assim como ser observador, perspicaz e sensível às necessidades dos estudantes (Quadros et al., 2010). Compreender os sentimentos e as necessidades dos acadêmicos auxilia na comunicação do docente com o discente, já que, quando este último se sente compreendido e valorizado, mais facilmente se envolverá no assunto (Wagner et al., 2019). Com isto, diante dos problemas e demandas atuais, os professores precisam de competência pedagógica, social e emocional para estimular a construção crítica dos indivíduos para que aprendam a ser e a conviver na sociedade como sujeitos conscientes, reflexivos e participativos, mas, para isso, é fundamental que também estejam física e mentalmente saudáveis (Diehl; Marin, 2016). 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Analisar as implicações dos sintomas de ansiedade e depressão no trabalho docente do Ensino Superior. 1.1.2 Objetivos específicos Mensurar a efetividade do trabalho docente a partir de indicadores institucionais. Verificar as implicações conforme a área de atuação, dos sintomas de ansiedade e depressão no trabalho docente do ensino superior. Verificar as implicações frente ao perfil sociodemográfico, dos sintomas de ansiedade e depressão no trabalho docente do ensino superior. 1.2 JUSTIFICATIVA Ao compasso das descobertas em estudos relacionados a hábitos e comportamento humano, poucos estão relacionados aos docentes do ensino superior, onde, a princípio, os problemas podem ser ainda maiores, haja vista, a complexidade das atividades relacionadas em termos de ensino, pesquisa, extensão e gestão. A medida do avanço de pesquisas voltadas aos docentes universitários para auxiliar no campo teórico, indiretamente interfere na prevenção de doenças, que trazem graves consequências na qualidade do aprendizado dos discentes, além do isolamento social e familiar. Pesquisar estratégias para enfrentamento das implicações nos graus de sintomas da ansiedade e depressão, torna-se matéria relevante a fim de auxiliar o contorno para prevenção dos problemas de saúde mental ao aumento do trabalho docente. Portanto, em relação à docência universitária, a pesquisa se justifica pelo fato de promover a interdisciplinaridade, contribuindo para os estudos desenvolvimentos no campo da Saúde do Trabalhador e da Administração e poderá servir como norte para futuros pesquisadores desta temática. Para as Instituições de Ensino Superior, especialmente as Universidades Comunitárias, a pesquisa justifica-se em decorrência das necessidades na estrutura geral para avaliação da produtividade docente como instrumento preventivo, bem como para a reflexão dos métodos para conciliar com a qualidade de vida no trabalho, familiar e social. Para a sociedade, a pesquisa se justifica tendo em vista o envolvimento direto ao bem-estar docente universitário, que é o agente formador dos mais diversos tipos de trabalhadores, influenciando no bem-estar da sociedade como um todo, beneficiária final, esta, do trabalho docente. Essa pesquisa, está relacionada ao objetivo de desenvolvimento sustentável (ODS) número 8, para promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos. 1.2.1 Inserção social esperada O presente estudo justifica-se pela inserção social esperada em relação a implicação dos sintomas de depressão e ansiedade no trabalho docente universitário. É o reconhecimento de que esses problemas de saúde mental podem afetar significativamente na capacidade do docente ao realizar suas funções de ensino, pesquisa, gestão e extensão de forma eficaz. Além disto, espera-se conscientizar a comunidade acadêmica acerca deste problema. Gerenciar a oferta de apoio à saúde mental dos docentes, é assunto em voga merecendo atenção de como utilizar recursos adequado ao suporte adequado. Dentre os recursos envolvidos, incluem-se programas de suporte psicológico e serviços de aconselhamento para ajudar a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão. Além disso, mostrar a necessidade de promover um ambiente de trabalho saudável e colaborativo, objetivando dar apoio ao bem-estar mental dos docentes. Sendo que isto pode ser atingido com medidas para equilibrar produtividade docente, com a adoção de práticas saudáveis de gerenciamento de tempo e com a promoção do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Para diminuir riscos relacionado à essas doenças ocultas, se faz necessário, conscientizar a comunidade acadêmica e adotar melhores práticas à saúde do trabalhador, sobre a importância da saúde mental. A educação com maior grau de aproveitamento pelo discente, é sinal positivo em relação ao apoio recebido pelo docente na estrutura pedagógica, podendo o mesmo, contribuir de forma mais efetiva na sociedade com projetos, oportunidades inclusivas e formação cidadã. Com objetivo final, em criar ambiente biosseguro, em que os indivíduos se sintam à vontade para procurar ajuda quando necessário, sem medo de serem julgados ou discriminados em relação as doenças ocultas ou transtornos mentais. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A ATIVIDADE LABORAL DO DOCENTE As universidades são espaços formadores de conhecimento, na qual almejam a formação profissional de nível superior e sanar as demandas da sociedade. Entretanto, nos últimos anos, elas sofreram grandes mudanças, principalmente devido à competitividade (Borsoi, 2012). Sendo assim, o renome do docente de ensino superior passou a ser dependente da publicação de artigos, do número de bolsas de estudos conseguidas e de orientações realizadas (Santos, Azevedo, Araújo, & Soares, 2016). Pode-se dizer, então, que a carreira universitária depende da hegemonia, da legitimidade e da instituição (Pereira, 2006). O primeiro trata da exclusividade dos conhecimentos produzidos e transmitidos pelo local de ensino (Castanho & Castanho, 2004). A segunda descreve sobre a existente contradição entre hierarquização e democratização dos saberes. Já, o último, comenta sobre a autonomia da universidade estar atrelada a produtividade medida pela avaliação institucional e pelo “ranqueamento” delas (Pereira, 2006). Ademais, a docência também enfrenta o desafio da inovação, imposto pelas novas ferramentas de tecnologia e exigências curriculares, somado a outras formas de ensinar e aprender. O ato de atrair novos estudantes e mantê-los – fazendo aulas atrativas e estimulando o engajamento dos estudantes – também fica por responsabilidade do docente, já que este é um mediador entre os estudantes e o conhecimento e deve transformar o ensino em experiências significativas e relevantes (Veiga, 2006). Sendo assim, os professores de instituições de ensino superior enfrentam inúmeros obstáculos para manter seu tripé de atuação (ensino, pesquisa e extensão) (Soares, Mafra, & Faria, 2018). Estes empecilhos, por demandarem dos docentes imediatismos resolutivos e atualizações constantes, afetam a velocidade e a capacidade de realização de tarefas, configurando um risco na direção do adoecimento físico e psicológico (Leite & Nogueira, 2017). 2.2 O ESTRESSE O estresse diz respeito a forma com que o ser humano responde diante das exigências submetidas a ele. Podendo se manifestar de forma positiva, quando motiva e provoca a resposta adequada aos estímulos, ou negativa, quando gera intimidação diante de uma situação ameaçadora, caracterizada pelos os sinais de ansiedade, medo, tristeza e raiva (Prado; Branco, 2016) (Tanure et al., 2014). A fase de atleta, o primeiro estágio do estresse, acontece quando o indivíduo se depara com o estímulo e o organismo produz a energia para o enfrentamento da situação (Manosso et al., 2014). Caso o estresse permaneça, inicia-se a fase de resistência, na qual o organismo tenta restabelecer sua normalidade e as sensações de desgaste e cansaço surgem (Mesquita et al., 2013). Se o corpo ainda não conseguir retornar ao seu equilíbrio, chega-se a fase de quase-exaustão, que é caracterizada pelo enfraquecimento do organismo (Sanches; France Santos, 2013). Na última fase, a de exaustão, a energia do organismo acaba e podem aparecer sintomas físicos (fadiga, taquipneia, taquicardia, alterações gastrointestinais, náuseas e cefaleia) e/ou psicológicos (irritabilidade, ansiedade e depressão) (Ramiro et al., 2014). 2.3 A ANSIEDADE 2.3.1 História da ansiedade O medo é considerado uma emoção fundamental, sendo uma parte tão importante para o significado de “ser humano” quanto a felicidade, a tristeza, o nojo ou a raiva (Ortony & Turner, 1990). As reações fisiológicas iniciais, como as expressões faciais, costumam durar alguns segundos; já as emoções duram de segundos a horas. Se elas durarem por mais tempo, passam a ser consideradas um temperamento. Caso essa forma de agir seja uma tendência, é classificada como parte da personalidade do indivíduo (Freeman & Freeman, 2012). As emoções são parte do ato de ser humano por ter um importante papel adaptativo, principalmente a respeito de tarefas cotidianas fundamentais (Ekman, 1992). Por exemplo, a felicidade dos antecessores nômades após conseguirem uma caça ou coleta boa, os encorajava a repetir a experiência; a tristeza ao se separar de um grupo maior, no qual havia mais recursos disponíveis, os fizeram preservar laços sociais; e, a ansiedade evitava que eles se tornassem alimento para outro animal. Sendo assim, sem o medo e a ansiedade, os humanos teriam desaparecido há muito tempo. Dever ser ressaltado, ainda, que o medo e a ansiedade são diferentes, apesar de interligados. O primeiro costuma ter um objeto claro e tente a funcionar como “reação de emergência”. Já a segunda não apresenta um motivo específico, sendo baseada na história e subjetividade do próprio indivíduo (Mermelstein, 2022). A ansiedade e o medo já eram descritos e relatados desde a Antiguidade Clássica, entretanto raras as vezes foram empregados como conceitos antes do final do século XIX (Frota, De Moura Fé, De Paula, De Moura, & Campos, 2022). 2.3.2 Sobre o tratamento Assim que o Transtorno de Ansiedade Generalizada é diagnosticado, o próximo passo é determinar, baseado na clínica, a gravidade e extensão do quadro, além da necessidade de tratamento. Sendo que, as principais opções de intervenção são medicações com efeitos ansiolíticos, TCC ou a combinação entre os dois (Stein & Sareen, 2015). Na TCC, o paciente é exposto cuidadosamente às situações e sensações temidas por ele, de forma que consiga ver a exatidão de sua crença e aprender com a experiência. Quando esta prática é realizada de forma adaptada, controlada e gradativa, a ansiedade diminui porque o paciente percebe que, na verdade, está muito mais protegido do que pensava, e sua ansiedade diminui (Freeman & Freeman, 2012). Para tratamentos medicamentosos a longo prazo, os antidepressivos inibidores da receptação de serotonina e os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina são os preferidos (Stein & Sareen, 2015). A curto prazo, os benzodiazepínicos podem ser prescritos para ajudar o paciente a lidar com uma crise. Entretanto, estes devem ser usados com cuidado, já que podem levar à tolerância (Freeman & Freeman, 2012). Vale sempre ressaltar que, é muito complicado verificar a efetividade de um tratamento medicamentoso para ansiedade, já que inúmeras variáveis podem ocorrer (Freeman & Freeman, 2012). Ao elaborar um ensaio clínico, por exemplo, deve-se considerar a particularidade de cada paciente selecionado, o quão grave é seu problema, a quanto tempo ele ocorre e também qual será o período de tempo mínimo para cada droga. 2.4 A DEPRESSÃO 2.4.1 A prevalência da depressão Desemprego, divórcios, brigas conjugais, jornadas exaustivas de trabalho, desvalorização profissional, crises financeiras, desigualdades sociais e econômicas, pandemias, entre outros acontecimentos, são altamente ameaçadores à saúde mental. Estes episódios, rotulam o século XXI como o século dos deprimidos (Telles-Correia & Barbosa, 2009). Por consequência, a depressão está associada intimamente com os casos de suicídio, sendo estes a quarta principal causa de óbitos na faixa etária de 15 a 29 anos, somando mais de 700.000 casos por ano (Woody et al., 2017). Observa-se que a depressão acomete todos os tipos de pessoas, não poupando faixa etária ou classe social. Em torno de 5% dos adultos sofrem com esse transtorno em todo o mundo. Ainda sobre sua prevalência, sabe-se que o grupo mais afetado é o feminino tendo 50% mais casos que no público masculino (Woody et al., 2017). 2.5 QUALIDADE DE VIDA LABORAL DOCENTE UNIVERSITÁRIO NO BRASIL Em importância significativa, as pesquisas relacionadas à qualidade de vida no trabalho de professores abordam docentes do ensino básico. Entretanto, as universidades já foram vistas como ambientes seguros e satisfatórios. No Brasil, as Instituições de Ensino Superior têm sido cada vez mais cobradas pela eficiência e qualidade. Frente ao cenário em constante mudança, pressões sindicais e do Governo, os docentes encontram-se sobrecarregados apresentando visivelmente problemas relacionados a sua saúde (Marra; Melo, 2005; Vieira; Bellen; Fialho, 2006; Maues, 2010; Paula et al., 2016; Vilas Boas et al., 2017; Bhatia; Mohsin, 2020). A elevada carga horária dos docentes traz implicações para sua vida pessoal e social, visto que ele possui menor disponibilidade de tempo para o lazer e para atividades familiares e sociais prazerosas. Alguns estudos apontam que não há tempo para pausa ou descanso durante o trabalho, o que pode gerar problemas de saúde de cunho emocional e psíquico, como Estresse, labirintite, enxaqueca e outros (Gradella Júnior, 2010; Lemos, 2011; Souza et al., 2017). A socialização do conhecimento com os alunos e o processo de troca na relação pedagógica são consideradas uma fonte de satisfação e prazer para o docente, mas, à medida em que se vivenciam conflitos, podem transformar-se em fonte de sofrimento (Fontana; Pinheiro, 2010; Gradella Júnior, 2010). O bem-estar dos indivíduos é consideravelmente afetado pelas especificações do trabalho e pela qualidade das condições de trabalho. O acúmulo de atividades além da sala de estudos, fazem com que os docentes experimentem o mal-estar e o Estresse e, como resultado, sua saúde física e psicológica acaba prejudicada, reduzindo o seu desempenho no trabalho e seu compromisso com a organização e aumentando o absenteísmo e a alienação do trabalho. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o magistério é atualmente uma profissão de risco, em todo o mundo, sendo considerada a segunda categoria profissional de maior prevalência entre as doenças ocupacionais, em especial a Síndrome de Burnout (Brennan; Barnett, 1998; Carlotto, 2002; Campos; Lucena, 2017; Akar, 2018). Assim, esse novo cenário tem afetado diretamente a Qualidade de Vida no Trabalho dos docentes de ensino superior, tendo crescido o número de estudos relacionados a esse tema no Brasil. Um desses estudos, realizado com 530 professores da Universidade Federal de Feira de Santana, na Bahia, em 2005, mostrou que a maioria dos professores apontou deficiências na infraestrutura do ambiente laboral e 72,6% apresentaram alguma queixa de doença, entre elas problemas de Saúde Mental (Araújo et al., 2005; Silveira, 2015). Alguns anos depois, Borsoi (2012) realizou um estudo com 96 docentes efetivos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Um dos resultados do trabalho foi que muitos professores consideram boa parte de suas atividades desnecessária, um entrave para a produção acadêmica e desgastante. Para a maior parte dos docentes, a elevada carga horária e a intensificação do trabalho são causadas pelo acúmulo de tarefas inócuas. Pouco mais de dois terços dos professores qualificaram as condições laborais como precárias, gerando desestímulo, insatisfação, desânimo e frustração. (Silveira; Gabriela, 2015). Em 2015, Pizzio e Klein realizaram um estudo com docentes da Universidade Federal do Tocantins (UFT), notando que as condições de trabalho e suporte organizacional, a competitividade, as relações interpessoais decorrentes dessa competitividade e o enfraquecimento dos laços de solidariedade têm sido para os docentes fontes de mal-estar no trabalho (Pizzio; Klein, et al., 2015).
Título do Evento
XIV Semana de Ciência e Tecnologia da Unesc
Cidade do Evento
Criciúma
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana de Ciência e Tecnologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MARTINS, Giovani Collovini et al.. AS IMPLICAÇÕES DOS SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO NO TRABALHO DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sct2023/679174-AS-IMPLICACOES-DOS-SINTOMAS-DE-ANSIEDADE-E-DEPRESSAO-NO-TRABALHO-DOCENTE-DO-ENSINO-SUPERIOR. Acesso em: 05/07/2025

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