O QUE DIZEM AS PERSONAGENS DE OLHOS D’ÁGUA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO

Publicado em 30/03/2024 - ISSN: 2237-8073

Título do Trabalho
O QUE DIZEM AS PERSONAGENS DE OLHOS D’ÁGUA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO
Autores
  • Naiá Anacleto Bernardo
  • Gladir da Silva Cabral
Modalidade
Pesquisa - Resumo
Área temática
Humanidades, Ciências e Educação - Literatura
Data de Publicação
30/03/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sct2023/675216-o-que-dizem-as-personagens-de-olhos-dagua-de-conceicao-evaristo
ISSN
2237-8073
Palavras-Chave
Palavras-chave: Conceição Evaristo; Identidades Femininas; Representação; Escrevivências; Lugar de Fala.
Resumo
O que dizem as mulheres do livro Olhos D’Água, de Conceição Evaristo. A partir do aporte teórico de Kabengele Munanga (2009) e Reginaldo Prandi (2000), entre outros estudiosos, propomos uma análise do livro Olhos D’Água, de Conceição Evaristo (2016), a partir do seu conceito de escrevivência como estratégia de empoderamento da mulher negra brasileira. Os objetivos específicos tratam de evidenciar a literatura como instrumento nas questões relativas à identidade e às culturas dos povos, bem como apresentar as características da literatura negra sob os aspectos socioeconômicos e sociais. Nesse sentido, justifica-se que a pesquisa busca identificar e discutir as personagens femininas apresentadas na obra, tendo como foco principal a população afro. A pesquisa tematiza a pobreza e a violência urbana apresentada a cada conto, que revelam a busca pela ancestralidade e pelo afeto, além da violência que alcança os corpos das mulheres negras e as transforma em objetos do desejo masculino, e a procura pela transcendência como forma de empoderamento. Podemos refletir sobre quais os problemas enfrentados pelas mulheres negras diante das angústias e violências que denunciam as desigualdades sociais e raciais baseadas no livro Olhos D’Água e que podem ser associadas à realidade brasileira? Esta pesquisa bibliográfica envolve revisão e análise de publicações, documentos, livros, artigos, teses, dissertações e outros materiais já publicados sobre o tema. O objetivo principal da pesquisa bibliográfica é adquirir um conhecimento aprofundado sobre o estado atual do conhecimento em uma área específica e identificar lacunas, tendências e padrões na literatura existente. Essa obra foi publicada em 2014 e consiste numa coletânea de contos trazendo diversos assuntos tendo como foco principal a população afro-brasileira que vive na periferia das grandes cidades. O livro tematiza a pobreza e a violência urbana em cada conto, sendo possível observar as origens negras das personagens, sua imaginação poética, seus afetos, sua busca por vida, dignidade e respeito pela ancestralidade. As periferias urbanas e as desigualdades socioespaciais que afetam a vida das mulheres fazem-se refletir no modo como Conceição Evaristo se posiciona em seus textos, literária e criticamente. Como constata Nivana Ferreira da Silva, “a escritora mineira apropria-se, em sua obra, de traços, de significados e de ancestralidades africanas, reinscrevendo-os em outros contextos, sem limitar-se, evidentemente, a um absolutismo ou fechamento étnico” (2018, p. 418). Esses rastros de ancestralidade estão presentes no livro de Conceição Evaristo, Olhos D’Água (2016), do começo ao fim. São referências aos vínculos de familiaridade, vínculos consanguíneos imediatos, mas também a um passado mítico coletivo, um patrimônio cultural que pertence ao afrodescendente e que Conceição faz questão de assumir. Conceição Evaristo também desenvolve em seus contos o tema da objetificação do corpo da mulher negra. É o caso do conto “Quantos filhos Natalina teve?”, que vai narrando os vários processos de gravidez pelo qual passou a personagem principal, desde a adolescência, com a descoberta do corpo e da sexualidade, até a juventude e a idade adulta, tempo em que vai tomando controle sobre o próprio corpo e seu poder de gerar vida ou não. O conto “Maria” apresenta uma narrativa cheia de momentos de afeto e violência, em cenas descritas com grande realismo. Conta a história de uma mulher negra que mora em uma favela, trabalha em uma casa de família rica e, depois de muito esperar na parada, toma um ônibus para ir para casa. A violência é simbólica e também física, é social e também psicológica, é econômica e também emocional. Vários outros contos do livro trazem a violência como tema principal, como o “Ana Davenga”, “Duzu-Querença” e “A gente combinamos de não morrer”. Em seu artigo “Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade”, Conceição Evaristo entende a arte produzida pelo povo negro como um ato de resistência cultural e política. “Coube aos brasileiros, descendentes de africanos, inventarem formas de resistência que marcaram profundamente a nação brasileira” (2009, p. 18).
Título do Evento
XIV Semana de Ciência e Tecnologia da Unesc
Cidade do Evento
Criciúma
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana de Ciência e Tecnologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BERNARDO, Naiá Anacleto; CABRAL, Gladir da Silva. O QUE DIZEM AS PERSONAGENS DE OLHOS D’ÁGUA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sct2023/675216-O-QUE-DIZEM-AS-PERSONAGENS-DE-OLHOS-DAGUA-DE-CONCEICAO-EVARISTO. Acesso em: 06/05/2025

Trabalho

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