UM OLHAR DECOLONIAL PARA A "LOUCURA" - PARTE 2

Publicado em 22/08/2023 - ISSN: 2237-8073

Título do Trabalho
UM OLHAR DECOLONIAL PARA A "LOUCURA" - PARTE 2
Autores
  • Taínara Rodrigues dos Santos
  • Janine Moreira
Modalidade
Pesquisa - Resumo
Área temática
Ciências da Saúde - Psicologia
Data de Publicação
22/08/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sct2022/528553-um-olhar-decolonial-para-a-loucura---parte-2
ISSN
2237-8073
Palavras-Chave
Loucura, Decolonialidade, Obras africanas.
Resumo
Quando do surgimento da Psiquiatria, na França, no final do século XVIII, a ainda não catalogada “loucura” foi denominada “doença mental”, que veio a ser o objeto de estudo e intervenção da inaugurada modalidade médica, entendida a partir da lógica biologicista que vem cada vez mais impondo a patologização da vida. Este trabalho, ao se colocar contrário a essa lógica, usa o termo “loucura” no genérico e sofrimento psíquico ou existencial no específico para demarcar o entendimento de que este é produzido na integralidade de vida do sujeito em sociedade. Em pesquisa anterior, buscou-se compreensões distintas da biomédica sobre sofrimento psíquico. O eurocentrismo segue deslegitimando outras epistemologias ao impor como único saber verdadeiro aquele produzido no chamado ocidente, com pretensão de universalidade. E quanto aos saberes não ocidentais? Por que eles não são válidos? Há uma tentativa de apagamento de outras existências, fruto da relação de poder construída histórica e hierarquicamente com povos não ocidentais, a chamada colonialidade. Essa prática racista, além de produzir patologias, se insere na própria lógica patologizante, a qual procura ditar o que é normal ou não, e que, a partir de um olhar decolonial, se mostra ineficaz, pois no âmbito da saúde mental esse modelo científico dualista-racionalista ocidental não só é insuficiente, mas prejudicial, por desconsiderar o contexto social/político/econômico do indivíduo. Sendo assim, objetivamos compreender o que é o sofrimento psíquico para povos africanos a partir da perspectiva decolonial. Realizamos levantamento bibliográfico de artigos publicados desde o ano de 2016, a partir dos termos “Etnopsiquiatria”, “Sofrimento África”, “Escritos Africanos and Saúde Mental”, “Psicologia Africana”, “Psicologia Transversal”. Com a leitura dos resumos, selecionamos 5 artigos. Apesar da ausência de produções científicas sobre compreensões do sofrimento psíquico para povos africanos, obtivemos como resultado o início de uma compreensão a partir da literatura africana, a partir do livro “As Alegrias da Maternidade” de Buchi Emecheta, escritora nigeriana de etnia igbo que, no contexto do colonialismo, expressa a relação do sofrimento psíquico com a ancestralidade africana. Com base na leitura do modo como a protagonista Nnu Ego - mulher, negra, de etnia Igbo - experiencia a sua realidade, temos por princípio buscar uma compreensão do seu sofrimento existencial a partir de sua cosmovisão. Pode-se identificar a profunda relação da vivência com a ancestralidade que está explícita nos momentos em que Nnu Ego se volta para questionar e buscar explicações de seus sofrimentos com sua chi (entidade espiritual), pois é ela que determina os acontecimentos de sua vida, e principalmente, no seu corpo, por mais que no contexto haja uma tentativa de imposição de outra religião a Nnu Ego. A partir disso, podemos concluir que nessa cosmovisão sofrimentos existenciais não são classificados e medidos.
Título do Evento
XIII Semana de Ciência e Tecnologia da Unesc
Cidade do Evento
Criciúma
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana de Ciência e Tecnologia da Unesc
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Taínara Rodrigues dos; MOREIRA, Janine. UM OLHAR DECOLONIAL PARA A "LOUCURA" - PARTE 2.. In: Anais da Semana de Ciência e Tecnologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Anais...Criciúma(SC) Unesc, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sct2022/528553-UM-OLHAR-DECOLONIAL-PARA-A-LOUCURA---PARTE-2. Acesso em: 18/09/2025

Trabalho

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