ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: RELATO DE CASO

Publicado em 15/12/2020 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: RELATO DE CASO
Autores
  • JOAO PEDRO CASTELO BRANCO
  • CAtharina cAntarino gOmes dOs sAntos
  • Raissa Armond Nicoláo
  • Silvia Anderson Cruz
  • Juliana Pereira Gall
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
Geral
Data de Publicação
15/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sc_fase/194602-esofagite-eosinofilica--relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
esofagite eosinofilica, escolar, doença do refluxo gastroesofágico, pediatria
Resumo
INTRODUÇÃO: A Esofagite Eosinofílica (EoE) é uma doença inflamatória do esôfago, caracterizada pela infiltração de eosinófilos na mucosa esofágica. Seu diagnóstico é feito pela Endoscopia Digestiva Alta (EDA) com biópsia que revelam infiltrado eosinofílico maior ou igual a 15 eosinófilos por campo e ausência de aumento de eosinófilos em outros segmentos do tubo digestivo. Por ser uma doença descoberta recentemente sua epidemiologia e fisiopatologia não estão bem esclarecidas. Estima-se que de 8 a 10% dos pacientes na Pediatria com falha na resposta ao tratamento com inibidor de bomba de próton (IBP) para a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) com história prévia de atopias ou alergias alimentares possam apresentar EoE. RELATO DE CASO: Escolar, masculino, branco, aos 11 anos (a) iniciou eructações e disfagia para alimentos sólidos recorrentes, associado a “dor quando alimento obstrui”. Apresentava Rinite Alérgica desde os 5a. Foi encaminhado para Gastropediatria, sendo solicitado EDA. Aos 11a e 10 meses (m) iniciou epigastralgia, astenia e inapetência. O resultado de sua EDA foi de 30-40 eosinófilos por campo, havendo Gastrite crônica antral leve. Foi iniciado Omeprazol e Fluticasona. Foram realizados exames específicos para alergia alimentar, com IgE de 1.877, alfa-lactoalbumina de 0,29, betalactoalbumina de 0,14, leite de vaca de 0,21, soja de 0,28, trigo de 0,38; caseína de 0,12, hemograma: eosinofilia. Paciente foi instruído a seguir dieta restritiva. Após 8m realizou nova EDA, que evidenciou estrias longitudinais em esôfago distal com leve descamação da mucosa e 40 -50 eosinófilos por campo na biopsia. Na consulta, referiu baixa adesão a dieta e melhora parcial da sintomatologia. Devido à nova diretriz instituída em 2018, o esquema terapêutico foi alterado. Em sua última consulta apresentou remissão completa dos sintomas devido à nova terapia medicamentosa. Foi solicitada EDA para acompanhamento. DISCUSSÃO: Na Pediatria a EoE é comum em escolares, com pico de incidência ao redor dos 10a e predominância no sexo masculino com clínica de disfagia, impactação alimentar, dor abdominal e vômitos e, em casos mais graves, estenose. Neste caso, o paciente é identificado pela epidemiologia e clínica. Devido a biópsia do paciente apresentar 30-40 eosinófilos por campo foi possível ter a confirmação diagnóstica. Foram iniciados IBP e Corticóide deglutido, mas com a nova diretriz, foi prescrito somente IBP com melhora total dos sintomas relatados. Deve-se utilizar o IBP em doses de 1-2 mg/kg/dose de 12/12 horas por 8-12 semanas, quando deve ser realizada nova EDA. Se biópsia apresentar eosinófilos abaixo de 15, a dose pode ser reduzida para 1 vez/dia . Caso não haja diminuição de eosinófilos, deve ser associado corticoide ou dieta com restrição dos alérgenos. Em caso de estenose esofágica deve-se considerar a dilatação endoscópica, devendo ser realizado com cautela ante o grau de inflamação e friabilidade da mucosa. A EDA com biópsia é essencial para o diagnóstico, tendo boa acurácia e auxiliando identificar fenótipos inflamatórios. Seus achados incluem anéis concêntricos fixos e/ou transitórios, exsudato granular, sulcos, estrias verticais, edema com apagamento da trama vascular, estenoses e fragilidade da mucosa tipo papel crepom. Segundo a diretriz atual recomenda-se que as biópsias de esôfago sejam repetidas após 6 a 8 semanas de utilização de IBP. No caso relatado, o paciente apresentou baixa adesão à dieta restritiva, com melhora clínica após utilização do Omeprazol em doses mais altas. Para acompanhamento, foi solicitada nova EDA com biópsia para monitorar a progressão da doença e avaliar o sucesso da terapêutica no controle da patologia. CONCLUSÃO:A EoE possui fácil diagnóstico e tratamento mas por mimetizar a DRGE tem a incidência subestimada, ocasionando implicações significativas na qualidade de vida dos pacientes. É importante salientar o acompanhamento multidisciplinar pelo impacto da doença na vida do enfermo.
Título do Evento
Semana Científica FMP/FASE
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BRANCO, JOAO PEDRO CASTELO et al.. ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: RELATO DE CASO.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Faculdade de Medicina de Petrópolis/Faculdade Arthur Sá Earp Neto, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SC_FASE/194602-ESOFAGITE-EOSINOFILICA--RELATO-DE-CASO. Acesso em: 25/05/2025

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