CINEMA, INFÂNCIA E PEQUENAS REVOLTAS: UMA ETNOCARTOGRAFIA DO FILME “JONAS E O CIRCO SEM LONA”

Sara Reis Teixeira; Marcos Ribeiro de Melo; Michele de Freitas Faria de Vasconcelos; Sandra Raquel Santos de Oliveira; Carlos Isaac Batista Do Nascimento; Jhonan Luiz Andrade dos Santos; Luan dos Santos Oliveira; Winiston de Jesus Santos; Yasmim Nascimento de Oliveira

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Trabalho

Título do Trabalho

CINEMA, INFÂNCIA E PEQUENAS REVOLTAS: UMA ETNOCARTOGRAFIA DO FILME “JONAS E O CIRCO SEM LONA”

Autores

Sara Reis Teixeira
Marcos Ribeiro de Melo
Michele de Freitas Faria de Vasconcelos
Sandra Raquel Santos de Oliveira
Carlos Isaac Batista Do Nascimento
Jhonan Luiz Andrade dos Santos
Luan dos Santos Oliveira
Winiston de Jesus Santos
Yasmim Nascimento de Oliveira

Modalidade

Comunicação Oral

Área temática

GT 09 | Vazar a tela: cinema, política e desobediências

Data de Publicação

26/09/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/sbpp/380976-cinema-infancia-e-pequenas-revoltas--uma-etnocartografia-do-filme-jonas-e-o-circo-sem-lona

ISBN

978-65-5941-340-9

Palavras-Chave

Infância, Cinema, Desobediência

Resumo

Tomar o cinema como espaço de produção de experiências-outras do viver possibilita, a partir do filme Jonas e o circo sem lona (2015), explorar suas cenas e personagens para tatear as subjetividades produzidas e as redes de saber-poder que se engendram ao redor do conceito de infância. Nesse sentido, busca-se observar as relações que Jonas constrói com as pessoas e o mundo em que vive, com a escola, com o circo, apostando na potência política que elas apresentam. Sendo assim, o objetivo desta exposição é a construção de reflexões e problematizações que ampliem os sentidos possíveis de infância, e os mecanismos de resistir à obediência produzida pelos dispositivos de governo da infância, a partir da narrativa infantil experienciada com e no filme Jonas e o circo sem lona (2015). Para desenvolver um estranhamento no olhar sobre o cinema e a narrativa fílmica, a análise foi orientada através da etnocartografia de tela, método de não-apreensão e imersão atencional, baseado na exposição repetida ao campo de pesquisa (o filme) e a produção de sentidos por esses encontros constantes que exigem abertura do espectador. A partir deste contato imersivo com o filme, com o encontro entre a tela e o espectador-pesquisador, foi possível tecer reflexões sobre as subjetividades que emergem. Em especial, as implicações históricas formadoras do objeto infância, o qual é governado por encaminhamentos amansadores e fixados em um projeto civilizatório que exclui outras vivências, outras infâncias, como a de Jonas. Nesse movimento de estranhamento, destaca-se a figura da mãe de Jonas, seu papel de mulher-mãe que pode ser historicamente rastreado por sua responsabilidade enquanto a principal ferramenta para garantir a educabilidade de seu filho. O dispositivo de escolarização desponta no filme, articulado ao projeto produtor de cidadania na infância, o qual direciona o caminho correto para construção do futuro: a superação de sua condição infantil(izada). Mas a imagem de sua mãe e da escola (seus papéis formadores engessados) são fragmentados enquanto posição de poder pela figura da avó. Ela, artista de circo, ensaia em suas falas a memória desse circo que permanece no quintal de sua casa e, em seu neto, tem futuro. Um futuro com seu sentido reinventado. Jonas, no seu movimento com a câmera, em seus encontros com sua avó, elabora um espaço de abertura que cria fissuras na lógica governadora da infância, dotada de dispositivos de obediência servil. Com isso, deixa que as outras infâncias (como a sua), periféricas em relação ao pensamento lógico-desenvolvimentista, assumam o protagonismo e façam emergir seus movimentos de desobediência, seu fazer circense e cinematográfico. Jonas e seu devir-criança.

Título do Evento: XI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política | Ofensivas anti-democráticas, colonialidade, experiências de subjetivação política e a crise da democracia no Brasil
Título dos Anais do Evento: Anais do XI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

TEIXEIRA, Sara Reis et al.. CINEMA, INFÂNCIA E PEQUENAS REVOLTAS: UMA ETNOCARTOGRAFIA DO FILME “JONAS E O CIRCO SEM LONA”.. In: Anais do XI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política. Anais...Belo Horizonte(MG) Online, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sbpp/380976-CINEMA-INFANCIA-E-PEQUENAS-REVOLTAS--UMA-ETNOCARTOGRAFIA-DO-FILME-JONAS-E-O-CIRCO-SEM-LONA. Acesso em: 01/09/2025