MEDICALIZAÇÃO E PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA: IMPLICAÇÕES À SAÚDE MENTAL E ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS

Publicado em 15/12/2022 - ISBN: 978-85-5722-450-6

DOI
10.29327/saudeedemocracia.533119  
Título do Trabalho
MEDICALIZAÇÃO E PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA: IMPLICAÇÕES À SAÚDE MENTAL E ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS
Autores
  • Ana Mecia Ribeiro Amador
  • Laís Santana Santos Pereira Lira
Modalidade
Trabalho científico - "VÍDEO- POSTER"
Área temática
Desigualdades, vulnerabilidades e riscos em saúde.
Data de Publicação
15/12/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/saudeedemocracia/533119-medicalizacao-e-patologizacao-da-vida--implicacoes-a-saude-mental-e-estrategias-alternativas
ISBN
978-85-5722-450-6
Palavras-Chave
estudo descritivo, medicalização, saúde mental
Resumo
No Brasil e no mundo, vários setores questionam o aumento de diagnósticos psiquiátricos, o que possibilita refletir se há realmente a existência de tantos transtornos mentais, o que aponta para um movimento de medicalização da vida. Embora a revolução psicofarmacológica superasse limitações de tratamentos de alto risco utilizados nos manicômios, essas terapias não foram deixadas. Assim, a necessidade da psiquiatria pelo prestígio na medicina levou à descoberta, validação e ao uso desregrado dos psicofármacos. Esses “remédios” adaptaram-se como produto a ser consumido, fundamentando o lucro industrial. Neste contexto, este trabalho objetiva refletir sobre o processo da medicalização e patologização da vida. Trata-se de um estudo descritivo, a partir da revisão crítica nas bases de dados Lilacs e SciELO, utilizando as palavras-chave "Medicalização da vida" e "Patologização da vida". Também se utilizou livros pertinentes ao tema. Critérios de inclusão: trabalhos publicados nos últimos 10 anos, escritos em língua portuguesa e disponíveis online. A partir das leituras realizadas, compreende-se que, ao longo da história, naturalizou-se a ideia de que é possível multiplicar psicofármacos para sofrimentos psíquicos ou alterações comportamentais. O uso de medicamentos que docilizavam os corpos e mantinham os sujeitos em situação de vigilância contínua, trazendo atmosfera de calma e quietude no manicômio, poderia trazer, finalmente, para a psiquiatria, o respeito profissional desejado. Nesse contexto, a medicação assume o lugar de instrumento disciplinador, reino da ordem, calma e imposição do silêncio. Como qualquer produto, o objetivo da medicação deixa de ser a promoção do bem-estar individual e coletivo e passa a fundamentar-se também no lucro industrial e de serviços. O que aponta para um conjunto de cumplicidades entre indústria farmacêutica, instituições científicas, corporações profissionais e produção midiática de cultura, reduzindo pessoas a consumidoras de medicamentos. Nesse contexto, a medicalização e a patologização transformam questões que são da ordem social, política e cultural em problemas de ordem médica e individual. De certa forma, esse processo é uma busca pela padronização e higienização do comportamento sem questionamento e sem possibilidade de mudanças e de um futuro diferente. Assim são silenciados também todos os conflitos e todos os sofrimentos, concretizando um silenciamento da vida. Conclui-se que os medicamentos passaram a tratar aspectos corriqueiros da vida, cronificando sujeitos que passaram a depender deles para sobreviver, agregando um rótulo ao sujeito, além de agregar a ele medicamentos com inúmeras reações adversas graves e até mesmo irreversíveis. O problema da medicalização é que a pessoa fica quimicamente contida, o que não significa que há o efeito terapêutico no tratamento. Nesse sentido, é importante ampliar a discussão da medicalização e patologização nos diversos setores, articulando ações que esclareçam a opinião pública sobre o tema, fortalecer espaços de pesquisa e a academia sobre o tema, rever o uso do DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria) na construção dos diagnósticos e condutas terapêuticas, refletir e intervir sobre o aumento vertiginoso do uso de psicofármacos, o que revela a utilização da contenção química para resolver um problema que é político, social, educacional.
Título do Evento
I Seminário Internacional de Saúde da Família e Democracia
Título dos Anais do Evento
Anais I Seminário Internacional de Saúde da Família e Democracia
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

AMADOR, Ana Mecia Ribeiro; LIRA, Laís Santana Santos Pereira. MEDICALIZAÇÃO E PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA: IMPLICAÇÕES À SAÚDE MENTAL E ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS.. In: Anais I Seminário Internacional de Saúde da Família e Democracia. Anais...Porto Seguro(BA) Porto Seguro, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/saudeedemocracia/533119-MEDICALIZACAO-E-PATOLOGIZACAO-DA-VIDA--IMPLICACOES-A-SAUDE-MENTAL-E-ESTRATEGIAS-ALTERNATIVAS. Acesso em: 09/05/2025

Trabalho

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