A MEDICALIZAÇÃO DO PARTO: O PODER SOBRE O CORPO FEMININO À LUZ DE MICHEL FOUCAULT.

Kayo Elmano Costa da ponte Galvão; Rita da Graça Carvalhal Frazão Correa

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Trabalho

DOI

10.29327/saudeedemocracia.524692

Título do Trabalho

A MEDICALIZAÇÃO DO PARTO: O PODER SOBRE O CORPO FEMININO À LUZ DE MICHEL FOUCAULT.

Autores

Kayo Elmano Costa da ponte Galvão
Rita da Graça Carvalhal Frazão Correa

Modalidade

Trabalho científico - "VÍDEO- POSTER"

Área temática

Desigualdades, vulnerabilidades e riscos em saúde.

Data de Publicação

15/12/2022

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/saudeedemocracia/524692-a-medicalizacao-do-parto--o-poder-sobre-o-corpo-feminino-a-luz-de-michel-foucault

ISBN

978-85-5722-450-6

Palavras-Chave

Medicalização; Parto; Obstetrícia; Mulheres; Profissionais de saúde

Resumo

INTRODUÇÃO: O modelo medicalizado do parto vem sendo amplamente praticado nas maternidades do país, colocando o profissional médico no centro do cuidado e das decisões que dizem respeito ao corpo feminino no processo de parturição. Esse modelo vem sendo criticado por movimento sociais e políticos, pelo fato de retirar o direito de decisão que as mulheres têm sobre seus corpos, de formar a caracterizá-lo como algo danificado, que necessite de conserto. Além disso, a cultura estabelecida pela medicalização do parto tem contribuído para o aumento da morbimortalidade materna e neonatal. OBJETIVO: discutir sobre a temática da medicalização do parto na literatura atual disponível, e refletir à luz de Michel Foucault e sua concepção de biopoder. MÉTODOS: trata-se de um estudo de reflexão, com fundamentação teórica baseada na concepção de biopoder, do filósofo Michel Foucault. Realizou-se uma busca nas bases de dados com o propósito de discutir sobre a temática em estudos voltados a abordagem da medicalização do parto, e sua repercussão na qualidade de vida da mulher e recém-nascido. RESULTADOS: com base na literatura analisada, a medicalização do parto pode ser entendida como o processo no qual os comportamentos relacionados à vida passaram a ser de cunho medicinal, desempenhando a função de controle social. Com a constante busca de aperfeiçoamento do parto, e o poder exercido pela medicina tecnocrática ao corpo feminino, que resulta em interrupção dos direitos fundamentais, a mulher passa a ser vista como sujeito sem voz. Para Michel Foucault, na obra Microfísica do Poder, esse poder age no comportamento dos sujeitos. Ao agir no corpo feminino, em um cenário parturitivo, o poder tem o objetivo de aprimorá-lo. O biopoder, entre os micropoderes citados por Foucault (disciplinar, soberano e biopoder), traz a ideia de monitoramento através do uso constante da tecnologia, de forma a possibilitar inúmeras intervenções, que resultaram no crescimento alarmante, e desnecessário, das cirurgias cesarianas. Essa conduta tende a centralizar a prática hospitalar, e reduzir os direitos adquiridos pelas mulheres ao longo dos anos. A continuidade dessa prática assistencial deu prioridade ao campo disciplinar da medicina, abraçando uma assistência livre de práticas alternativas. Portanto, a partir dessa concepção de poder, a medicalização da assistência ao parto é peça importante da relação de micropoderes que, somados entre si, interferem de maneira substancial nas escolhas da mulher. CONCLUSÃO: a partir da leitura dos trabalhos, o processo de medicalização do parto, no qual há um cuidado hospitalocêntrico e tecnicista, foi fundamental para o desenvolvimento da transformação e desumanização da mulher e seu papel no cenário de parto e nascimento, tornando-a coadjuvante do seu próprio corpo. Faz-se necessário repensar o ensino e a qualificação profissional, que devem estar voltados para a valorização do papel feminino, priorizando seu protagonismo. Romper com a lógica altamente tecnicista, que valoriza a intervenção rotineira, deve ser um dos objetivos principais de um novo modelo obstétrico, com uma atuação pautada em evidências científicas, e que colabore com a diminuição da morbimortalidade materna e neonatal, ainda não alcançada de forma eficaz no Brasil.

Título do Evento: I Seminário Internacional de Saúde da Família e Democracia
Título dos Anais do Evento: Anais I Seminário Internacional de Saúde da Família e Democracia
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital
DOI

Como citar

GALVÃO, Kayo Elmano Costa da ponte; CORREA, Rita da Graça Carvalhal Frazão. A MEDICALIZAÇÃO DO PARTO: O PODER SOBRE O CORPO FEMININO À LUZ DE MICHEL FOUCAULT... In: Anais I Seminário Internacional de Saúde da Família e Democracia. Anais...Porto Seguro(BA) Porto Seguro, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/saudeedemocracia/524692-A-MEDICALIZACAO-DO-PARTO--O-PODER-SOBRE-O-CORPO-FEMININO-A-LUZ-DE-MICHEL-FOUCAULT. Acesso em: 19/05/2025