GLOBALIZAÇÃO, PARADIGMA E RUPTURA: PERSPECTIVAS DE BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS E MANUEL CASTELLS

Publicado em 04/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-407-0

Título do Trabalho
GLOBALIZAÇÃO, PARADIGMA E RUPTURA: PERSPECTIVAS DE BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS E MANUEL CASTELLS
Autores
  • João Paulo Anderson
Modalidade
Regras para Submissão dos Resumos Expandidos
Área temática
AT7 - Os desafios à soberania e à democracia na Era Informacional
Data de Publicação
04/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/rima2019/202088-globalizacao-paradigma-e-ruptura--perspectivas-de-boaventura-de-sousa-santos-e-manuel-castells
ISBN
978-85-5722-407-0
Palavras-Chave
Globalização, Revolução Paradigmática, Thomas Kuhn, Manuel Castells, Boaventura de Sousa Santos.
Resumo
O objetivo desta pesquisa é comparar os pontos de vista de Boaventura de Sousa Santos (exposto no texto Os processos de globalização) e os de Manuel Castells (exposto na obra A sociedade em rede). Analisa-se se os autores convergem quanto à ideia de globalização e de novas tecnologias como ruptura do paradigma moderno. Parte-se da hipótese de que ambos chegam à conclusões distintas. A metodologia utilizada é a revisão bibliográfica. No primeiro capítulo abordam-se os diversos conceitos de paradigma. Também se afirma que o paradigma contemporâneo é aquele oriundo da modernidade. Ou seja, o paradigma racional (também chamado de cartesiano), que tem como pressupostos a simplificação, a objetividade e a estabilidade. Portanto, neste primeiro capítulo aborda-se os apontamentos de Edgar Morin, Maria José Esteves de Vasconcellos, Boaventura de Sousa Santos e Thomas Kuhn. No segundo capítulo fala-se sobre conceitos de crise e revolução paradigmática em Thomas Kuhn. Além disso, aborda-se que o paradigma da modernidade estaria em crise, e que seria necessário refletir se esta crise é forte o suficiente para levar à ruptura da modernidade. Para isso, são abordadas as teorias de Antônio Carlos Wolkmer, Edgar Morin, Boaventura de Sousa Santos e Enrique Dussel. No capítulo terceiro, por fim, é realizada a comparação entre as leituras da globalização de Santos e Castells. Nesta pesquisa constatou-se, ao seu final, que, para Boaventura de Sousa Santos, existem quatro globalizações, resultado da interação entre três constelações de práticas coletivas (quais sejam: a) interestaduais; b) de instituições e empresas globais; c) sociais e culturais transnacionais). A primeira globalização, “localismo globalizado”, diz respeito à globalização daquele que é “vencedor de uma luta pela apropriação ou valorização de recursos ou pelo reconhecimento da diferença”; ao oposto, o “globalismo localizado” diz respeito à desestruturação e desintegração das condições locais consequências da primeira globalização; há ainda o “patrimônio comum da humanidade”, que é a luta transnacional pela proteção de recursos necessários para a existência digna da humanidade; e o “cosmopolitismo”, isto é, a resistência dos vitimados da globalização, por meio do uso das possibilidades de interação transnacional desenvolvidas pela revolução tecnológica e pela sociedade da informação. Dessa maneira, a globalização traz dentro dela tanto elementos de dominação e submissão, como elementos de superação e de desenvolvimento de um novo paradigma. Neste sentido, para Santos existem duas leituras sobre globalização. Uma “paradigmática”, que tem a globalização como uma revolução no paradigma moderno; e outra “subparadigmática”, que tem a globalização apenas como uma adequação ao paradigma vigente. Boaventura de Sousa Santos se garante adepto da primeira leitura, paradigmática, enquanto Manuel Castells se filia à segunda leitura, apontando-se a dicotomia entre os dois autores. Para Castells, embora o advento das tecnologias da informação represente mudança no paradigma tecnológico, a globalização não é um sintoma de uma revolução no paradigma moderno. O autor afirma que a globalização é apenas uma resposta do paradigma racional a mais uma de suas crises, dentre tantas outras por ele superadas ao longo dos últimos séculos de hegemonia. Assim, a crise no capitalismo que levou à globalização seria uma crise ou anomalia insuficiente de levar a uma revolução paradigmática. Já Boaventura de Sousa Santos acredita que o sistema capitalista está em uma profunda crise, sendo a globalização apenas um dos sintomas dessa crise. Ainda, aponta as tecnologias da informação como ferramentas para a revolução paradigmática, com a emergência de uma sociedade mais solidária. Assim, para Santos, diferentemente do pensamento de Castells, as crises e anomalias do paradigma moderno são incontornáveis. Conclui-se, portanto, que a hipótese levantada é verdadeira, e que os autores divergem quanto ao caráter revolucionário das novas tecnologias da informação e da globalização.
Título do Evento
Relações Internacionais no Mundo Atual - RIMA
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Relações Internacionais no Mundo Atual - RIMA
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ANDERSON, João Paulo. GLOBALIZAÇÃO, PARADIGMA E RUPTURA: PERSPECTIVAS DE BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS E MANUEL CASTELLS.. In: Anais do Congresso de Relações Internacionais no Mundo Atual - RIMA. Anais...Curitiba(PR) Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/rima2019/202088-GLOBALIZACAO-PARADIGMA-E-RUPTURA--PERSPECTIVAS-DE-BOAVENTURA-DE-SOUSA-SANTOS-E-MANUEL-CASTELLS. Acesso em: 01/06/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes