MIÍASE PENIANA EM EQUINO

Publicado em 18/02/2020 - ISBN: 978-65-990055-2-7

Título do Trabalho
MIÍASE PENIANA EM EQUINO
Autores
  • Federico dos Santos Cupello e Rodrigo Oliveira de Pinho
  • Juracy de Castro Borba Santos Júnior
  • Valéria Nunes senra de Oliveira
  • Natalia Santana
  • Marina Jorge de Lemos
Modalidade
Relato de caso
Área temática
Clínica e Cirurgia Equina
Data de Publicação
18/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Inglês
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/resumossirccerj/220581-miiase-peniana-em-equino
ISBN
978-65-990055-2-7
Palavras-Chave
equídeos, pênis, parasito, ferida , larvas
Resumo
O Brasil, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil-CNA, possui o terceiro maior rebanho equino do mundo, com população de 5,9 milhões de animais. O complexo de agronegócio do cavalo movimenta 16,5 bilhões ao ano e gera 3 milhões de postos de trabalho. Fica evidente a importância do controle sanitário desse rebanho, sendo fundamental a compreensão das enfermidades que acometem os diferentes sistemas orgânicos dos equídeos, podemos destacar o aparelho genito-urinário. Diversas doenças ocorrem nesse sistema e a identificação precoce permite o estabelecimento de protocolos de tratamentos capazes, que na maioria das vezes evitarão complicações e sequelas que irão comprometer a função normal dos diferentes órgãos que compõem esse sistema. Entre os diferentes órgãos desse sistema, se destaca o pênis, órgão masculino da cópula, sendo composto essencialmente de tecido erétil, e inclui a parte extra pélvica da uretra. É apoiado pela fáscia do pênis e a pele, e sua porção pré-escrotal está situada numa bolsa cutânea, o prepúcio ou bainha. A estrutura interna é ocupada em sua maior parte pelos tecidos cavernosos (tecido erétil). Diferentes agentes etiológicos são responsáveis por promover doenças no pênis, as larvas da mosca Cochliomyia hominivorax corresponde a um desses agentes, causando o que se chama de miíase, ocorrendo em todo o Brasil e tendo prevalência maior em períodos mais quentes e úmidos que favorecem o desenvolvimento da mosca no meio ambiente. Dentre os seus hospedeiros estão os vertebrados, principalmente os animais domésticos e até o homem. As larvas se hospedam normalmente em feridas abertas, mas pode haver postura das moscas em locais com acumulo de secreções naturais, como ocorre no pênis e prepúcio de equídeos caso não seja tratado, o local da infestação pode ser constantemente reinfestado por mais larvas, funcionando como uma porta de entrada para infecções secundárias. A fêmea põe cerca de 150 a 500 ovos nas bordas das feridas recentes. As larvas eclodem nas primeiras 24 horas e invadem os tecidos circunvizinhos da ferida se alimentando do tecido necrótico e fazendo cavidades de 10 a 12 centímetros no animal.A presença de larvas na ferida estimula a ovoposição de outras moscas no ferimento o que impede a cicatrização e resolução da doença.O diagnóstico é feito pela visualização das larvas na ferida.A melhor prevenção é a higiene do local (baias) e simples cuidados com lesões acidentais. O controle é feito por meio da remoção mecânica das larvas e na aplicação de produtos inseticidas ou endectocidas (injetáveis ou "pour-on"). As feridas devem ser lavadas diariamente e protegidas com repelentes como forma de proteção. O caso clínico refere-se a um equino SRD macho com 8 anos, pelagem castanha, pesando 350 kg, atendido a campo por médico veterinário no RJ com queixa clínica de edema no prepúcio, sangramento proveniente do mesmo, presença de odor fétido, disúria, ausência de exposição do pênis e inapetência há 10 dias. Após exame clínico completo foi realizado sedação com Acepromazina na dose de 0,1 mg/kg, que resultou na exposição completa do pênis, após 10 minutos, permitindo evidenciar a presença de larvas da Cochliomyia hominivorax promovendo extensa lesão na glande do pênis. Foi feita a remoção mecânica das larvas e lavagem com soro fisiológico com ajuda de algodão e repelente a base de nitrato de prata. Foi feito uma dose de soro antitetânico e prescrito o antibiótico ceftiofur sódico por via intramuscular uma vez ao dia por 7 dias seguidos, flunixinmeglumine 1,1 mg/kg uma vez ao dia por 5 dias seguidos e repelente em torno da abertura do prepúcio por 10 dias. Decorrido 12 dias, o pênis do paciente foi exposto mecanicamente e verificado a cicatrização completa da ferida. A terapia aplicada, mesmo que tardia ao parasitismo, evitou complicações comuns como necrose tecidual extensa, paralisia parcial do pênis que levaria a amputação e reconstrução do orgão.
Título do Evento
I Simpósio Internacional de Reprodução, Clínica e Cirurgia Equina do Rio de Janeiro
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do I Simpósio Internacional de Reprodução, Clínica e Cirurgia Equina do Rio de Janeiro
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PINHO, Federico dos Santos Cupello e Rodrigo Oliveira de et al.. MIÍASE PENIANA EM EQUINO.. In: Anais do I Simpósio Internacional de Reprodução, Clínica e Cirurgia Equina do Rio de Janeiro. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Estácio de Sá (Estr. Boca do Mato, 850 - Vargem Pequena/RJ. CEP 22783-320), 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/resumosSIRCCERJ/220581-MIIASE-PENIANA-EM-EQUINO. Acesso em: 06/05/2025

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