“I AM MOTHER”: UMA EXPRESSÃO DE FUTURO SOB A ÉGIDE DA VIDA 3.0

José Fabrício Rodrigues dos Santos Cabral

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Trabalho

Título do Trabalho

“I AM MOTHER”: UMA EXPRESSÃO DE FUTURO SOB A ÉGIDE DA VIDA 3.0

Autores

José Fabrício Rodrigues dos Santos Cabral

Modalidade

Resumo

Área temática

Narrativas audiovisuais e religiões

Data de Publicação

14/07/2024

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/religiocom2024/858200-i-am-mother--uma-expressao-de-futuro-sob-a-egide-da-vida-30

ISBN

978-65-272-0570-8

Palavras-Chave

Religião da soluções; Tetragrama da contemporaneidade; Vida 3.0

Resumo

O filme “I am mother” (2019), de Grant Sputore, centrado na relação entre uma adolescente criada por um robô chamado “Mother” e a chegada de uma estranha, provoca reflexões sobre a gênese do ser humano, a eticidade das decisões unilaterais e a constituição da especiação sapiens. A narrativa futurista engendra ressonâncias significativas com temas religiosos, uma vez que o robô-mãe, criador e não criatura, se faz causa primeira da vida humana ao modo do “deus” da tradição judaico-cristã que além de criar “modela” uma existência distinta, porque transpassada pela consciência da totalidade manifestada pela adolescente-filha ao transcender os limites do “bunker”, símbolo de controle e manipulação por parte da deidade. A partir do exposto, este labor investigativo objetiva corroborar com uma análise crítica da produção fílmica em questão, visando demonstrar que o produto da criatividade das mulheres e homens, a inteligência artificial, no desdobramento de suas potencialidades, coopera com o melhoramento da condição humana, e não supera, domestica e suplanta os seres humanos. Unido ao obejtivo que se impõe, a mitigação dos efeitos catastróficos e apocalípticos da criatividade humana, teoricamente, recorre-se à compreensão de “estágio tecnológico” de Max Tegmark (2020) contida no livro “Vida 3.0: o ser humano na era da inteligência artificial”. Tegmark afirma que no “estágio tecnológico” hardware e software são projetados; diferentemente da “Vida 1.0” – a biológica: a do estágio no qual hardware e software são resultado da evolução; e da “Vida 2.0” – a cultural: a do estágio no qual hardware é resultado da evolução e software é, em grande parte, projetado. Para endossar o suporte teórico da presente reflexão, recorre-se, também, à definição de “sagrado” de Luc Ferry (2012) firmada e aprofundada no livro “A revolução do amor: por uma espiritualidade laica”. Ferry promove a ideia de “sagrado” como o que suscita ação, envolvimento e doação, em nível de “sacrifício”. Os conceitos dos teóricos acima destacados unem-se ao método comparativo-hermenêutico, usado nesta pesquisa, para demonstrar a interseção entre humanidade, tecnologia e religião suscitada, principalmente, pelo robô-mãe identificado com a deidade enunciada pelas promessas da tecnociência que intenciona gerar um tipo de “inteligência” senciente capaz de ultrapassar os limites da inteligência humana; sendo, a “inteligência” senciente, o prenúncio de um poderio análogo ao poder de um ser metaempírico que, no contexto do filme, é personificado na entidade imanente, tecnológica e disruptiva, o robô-mãe. O poder que tudo faz, controla e pré-determina, o robô-mãe, é manifestação implícita e explícita de domínio, intencionalidade e propósito teleológico de um futuro sob a égide da “vida 3.0”, a que a tecnociência, hodiernamente, intitula de “convergência NBIC – “N” de Nanotecnologia, “B” de Biotecnologia, “I” de Informática e “C” de Cognitivismo” (Ferry, 2018) –, um poderio crescente que promete transformar radicalmente a humanidade. Entretanto, diferentemente da relação catastrófica e excludente entre humanos e máquinas, tematizada no filme “I am mother”, o afluxo NBIC, em concepção, é um ascendente tecnopoder de melhoramento da condição humana, e não de sua eliminação; já que a vida é o “sagrado” que se deve cultuar.

Título do Evento: RELIGIOCOM - 4º Congresso Internacional de Comunicação e Religiões
Cidade do Evento: Engenheiro Coelho
Título dos Anais do Evento: Anais do Religiocom - Congresso Internacional de Comunicação e Religiões
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

CABRAL, José Fabrício Rodrigues dos Santos. “I AM MOTHER”: UMA EXPRESSÃO DE FUTURO SOB A ÉGIDE DA VIDA 3.0.. In: Anais do Religiocom - Congresso Internacional de Comunicação e Religiões. Anais...Engenheiro Coelho(SP) UNASP, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/religiocom2024/858200-I-AM-MOTHER--UMA-EXPRESSAO-DE-FUTURO-SOB-A-EGIDE-DA-VIDA-30. Acesso em: 12/05/2025