O PACTO COM O DIABO NO ‘GRANDE SERTÃO: VEREDAS’, UMA EPISTEMOLOGIA DA ENCRUZILHADA’

Alecio Donizete Da Silva

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Trabalho

Título do Trabalho

O PACTO COM O DIABO NO ‘GRANDE SERTÃO: VEREDAS’, UMA EPISTEMOLOGIA DA ENCRUZILHADA’

Autores

Alecio Donizete Da Silva

Modalidade

Resumo

Área temática

Linha 03 – Cultura e Conhecimento: Transversalidade, Interseccionalidade e (in)formação

Data de Publicação

03/03/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/ppgdc2020/293349-o-pacto-com-o-diabo-no-grande-sertao--veredas-uma-epistemologia-da-encruzilhada

ISBN

978-65-5941-102-3

Palavras-Chave

PALAVRAS CHAVE. Modernidade, Epistemologia, Justiça, Pacto-com-o-diabo.

Resumo

Resumo No mundo contemporâneo de Necropolíticas e “guerras culturais”, as chamadas Humanidades estão cada vez mais colocadas, ora sob o olhar da desconfiança, ora sob a égide da perseguição. Por isso mesmo, torna-se ainda mais necessária a reflexão sobre os grandes temas culturais e filosóficos de nosso tempo. Neste trabalho, chamado ‘O Pacto com o Diabo no ‘Grande Sertão: veredas’, uma Epistemologia da encruzilhada’ refletimos sobre nossa herança intelectual e seus descaminhos. Não fomos e nem somos brindados ou felicitados pelo advento da modernidade Europeia, fomos vítimas dela. Com base nesse pressuposto nossa leitura de Guimarães Rosa remete a certa tradição de crítica ao Racionalismo moderno. Esta perspectiva de conhecimento do mundo, eurocêntrica e patriarcal, fundada na tradição filosófico-teológica católica e ancorada na teoria das ideias de Platão, impõe ao “novo mundo’ o batismo cristão como condição para participar, não exatamente do banquete terreno e da justiça dos homens, mas do Banquete no céu, na tranquilidade do paraíso. Isto poderia ser pensado também com um necessário e imposto ‘pacto com deus’. Esse Deus-inteligível, bíblico-platônico é representante de um idealismo dualista desde sua origem, seja com Platão em sua dialética ascendente rumo ao sumo bem, seja com Aristóteles, e sua lógica do terceiro excluído. Esse deus que será depois o deus-ciência, com o qual se pactua, aparece como fundador e administrador da lógica binaria: de um lado o bem, de outro o mal, de um lado o certo, de outro o errado, de um lado o masculino (herdeiro da benção e dos dons intelectuais) de outro o feminino (ligado ao sensível, ao corpo e ao pecado). Ora, basta observar ainda que superficialmente a realidade brasileira para entender que o tal pacto com Deus, não funcionou. Se o mote do ‘Grande Sertão: veredas’ é, no primeiro momento a luta pela justiça social, em seguida será a luta pela concretização da vingança, mas da vingança justa. E é preciso lembrar que, mesmo se tratando de uma obra Literária, o personagem principal é ‘Riobaldo’, é ele quem faz o Pacto com o diabo. Enfim, conforme diz o próprio Guimarães Rosa: “Riobaldo é o Brasil.” Este pacto, cujo objetivo é fazer justiça, é realizado numa encruzilhada, conforme manda a boa tradição afro-brasileira. Aqui justiça social e justiça epistêmica não podem ser separadas. Este trabalho mostra que econômica e epistemologicamente fomos enganados no primeiro pacto, e que ‘pactuar com o diabo’ pode não ser um erro; na verdade pode ser a correção de um erro, isto é, um jeito de fazer justiça.

Título do Evento: Congresso de Difusão do Conhecimento
Título dos Anais do Evento: Congresso de Difusão do Conhecimento - ANAIS
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

SILVA, Alecio Donizete Da. O PACTO COM O DIABO NO ‘GRANDE SERTÃO: VEREDAS’, UMA EPISTEMOLOGIA DA ENCRUZILHADA’.. In: Congresso de Difusão do Conhecimento - ANAIS. Anais...Salvador(BA) PPGDC, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ppgdc2020/293349-O-PACTO-COM-O-DIABO-NO-GRANDE-SERTAO--VEREDAS-UMA-EPISTEMOLOGIA-DA-ENCRUZILHADA. Acesso em: 15/12/2025