A EVASÃO ESCOLAR NO BRASIL E A PANDEMIA

Michelly Walla Da Silva Araujo; Ana Paula Souza do Prado Anjos

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Trabalho

Título do Trabalho

A EVASÃO ESCOLAR NO BRASIL E A PANDEMIA

Autores

Michelly Walla Da Silva Araujo
Ana Paula Souza do Prado Anjos

Modalidade

RESUMO EXPANDIDO

Área temática

Pedagogia e gestão escolar

Data de Publicação

07/10/2022

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/pedagogiabarreiraseabra2021/434276-a-evasao-escolar-no-brasil-e-a-pandemia

ISSN

2595-5896

Palavras-Chave

Evasão, pandemia, ações políticas

Resumo

A pandemia causada pela Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (Sars-CoV-2) tornou a evasão escolar um dos problemas mais visibilizados na educação escolar. Dado as correlações e impactos da evasão nas desigualdades sociais no Brasil e em diversos países do mundo, decidimos por investigar como esta tem sido enfrentada no contexto da pandemia. Nesse sentido, pretendemos refletir sobre a evasão escolar no Brasil no contexto pandêmico e averiguar quais medidas foram adotadas pelo município de Barreiras-Ba para acompanhamento e garantia de permanência dos estudantes no ensino remoto. Para isso, realizamos uma pesquisa com caráter qualitativo, por meio de estudo bibliográfico para melhor entendimento do tema, e uma pesquisa documental a partir de dados publicados em sites oficiais dos governos federal e municipal, e resultados de pesquisas acadêmico-científicas de instituições/órgãos nacionais e internacionais vinculados à educação. Inicialmente, gostaríamos de esclarecer que a evasão é abordada a partir de diversas perspectivas, e nem todas as formas de saídas do sistema educacional podem entrar nessa categoria. Segundo Bueno (1993), a evasão significa uma postura ativa do educando que decide deixar a escola por conta própria. Desse modo, a responsabilidade recai sobre o estudante e os familiares por não perseverar na vida escolar. Todavia, os motivos que levam a não permanência escolar, em sua maioria, são de natureza externa, ou seja, ocorrem por meio da exclusão, a qual implica na admissão de responsabilidade da instituição e de tudo que a cerca por não ter mecanismos que assegurem o sucesso nos estudos. Conquanto, a pandemia tem colaborado em confirmar isso, ao tornar mais nítido que a ausência de políticas públicas, de investimentos na educação, de infraestrutura para o ensino-aprendizagem, de condições financeiras das famílias e de acesso a recursos pedagógicos/tecnológicos tem pesado significativamente na decisão abandonar a escola. Infelizmente, a evasão não é entendida como reflexos do sistema capitalista e das ideologias da sociedade do conhecimento em que se responsabiliza a vítima pelo próprio fracasso e, geralmente, esse problema não tem sido analisado sob o aspecto da ausência de políticas públicas permanente para acesso democrático a educação. A evasão/exclusão escolar é um problema que atinge, em maior dimensão, as nações subdesenvolvidas. Segundo a UNESCO, em 2018, a taxa de evasão de estudantes de 15 e 17 anos, em países de baixa renda foi é de 59%, enquanto nos países de renda alta é ficou em apenas 6%. No Brasil, esse é um problema histórico, tanto que na década de 80 o quadro educacional do país era assustador, sendo que na 1ª série do 1º grau, cerca de 50% das crianças eram excluídas do ambiente escolar por evasão ou repetência, e cerca de 30% das crianças nunca tinha frequentado a escola. (BARRIOS, 2009). Ao longo das décadas posteriores foram lançados alguns programas na tentativa de reverter esse quadro, com destaque para: o Plano Decenal de Educação, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Bolsa Escola criado em 2001 para atender famílias carentes e assegurar a frequência do aluno no ensino fundamental (BARRIOS, 2009). Entretanto, com o advento da pandemia, o ensino remoto tornou-se a alterativa, quase que, exclusiva para o prosseguimento do ano letivo. Como nesse modelo de ensino, a tecnologia é a protagonista para mediar o ensino-aprendizagem, a precariedade ou falta de equipamentos para professores e estudantes tornaram-se, mas um dos fatores de exclusão. De acordo com os pesquisadores Barberia, Cantarelli e Schmalz (2020), a quase totalidade dos Estados decidiu pela transmissão via internet, (mas) apenas cerca de 15% deles distribuíram dispositivos e menos de 10% subsidiaram o acesso à internet. Segundo os pesquisadores, a maior parte dos planos falhou no quesito em ofertar estratégias de interação com professores e acompanhamento da frequência. No que tange ao município de Barreiras-Ba, a realidade não tem sido muito diferente, as medidas focaram na informatização da educação. Segundo a secretaria de educação foram adotadas duas medidas de maior relevância, a implementação de um Sistema de Gestão Educacional e outro para informatizar todas as áreas da educação denominado Portal Institucional Educa Barreiras Net. Nesse, busca-se oferecer benefícios para gestão escolar em todos os processos de ensino e aprendizagem, permitir o acompanhamento de dados que ajudarão no processo de tomada de decisões sobre o desempenho dos alunos e da escola, assim como, promover a diminuição da evasão escolar entre outras ações pedagógicas. Ainda de acordo a secretaria, nesse portal, ” o professor terá acesso a um ambiente virtual de aprendizagem para interagir com os alunos e demais educadores da rede, na elaboração de planos de aula, diário eletrônico, lançamentos das avaliações, acesso aos relatórios diversos e sobretudo, a uma ferramenta de correção de provas e gabaritos, que será muito útil no Sistema de Avaliação Municipal. Já os estudantes, pais/responsáveis poderão acompanhar a vida escolar, como matrículas online, frequências, ocorrências, conteúdos programáticos, vídeos/aulas e até boletins de resultados nas disciplinas. No entanto, não foram informadas outras medidas para assegurar o acesso e permanência de estudantes que apresentam necessidades especiais, pertencentes a educação de jovens e adultos, residentes no campo e em áreas sem conectividade. Os dados da pesquisa e as reflexões tecidas possibilitaram perceber que a evasão/exclusão é uma problemática anterior ao vírus, mas igualmente complexa e universal que afeta os sistemas educacionais e que exigem políticas articuladas, multidimensionais e contínuas para assegurarem a permanência dos estudantes em todas as modalidades de ensino, e em tempos de crise, como a vivenciada, se fazem ainda mais necessárias, inclusive para reduzir as desigualdades educacionais e sociais a médio e longo prazo. REFERÊNCIAS BUENO, J. L. O. A evasão de alunos. Paideia, FFCLRP – USP. Ribeirão Preto, 1993. BARBERIA, L. G.; CANTARELLI, L. G. R; SCHMALZ, P. H. S. Uma avaliação dos programas de educação pública remota dos estados e capitais brasileiros durante a pandemia do COVID-19. FGV/EESP Clear, Rio de Janeiro, 2020. BARRIOS, A. Evasão escolar em londrina. Revista Eletrônica de Educação. Ano II, No. 04, jan./jul. 2009. UNESCO. Relatório de monitoramento global da educação. 2018. Disponível em: https://prceu.usp.br/wp-content/uploads/2020/10/2018-UNESCORelatorio-Global-Educacao-Genero.pdf. Acesso em: 28 jun. 2021.

Título do Evento: IV Semana de Pedagogia de Barreiras e I Semana de Pedagogia de Seabra (UNEB): Do Cerrado à Chapada: os desafios de ser pedagoga/o em tempos de retrocesso
Título dos Anais do Evento: Semana de Pedagogia (Universidade do Estado da Bahia)
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

ARAUJO, Michelly Walla Da Silva; ANJOS, Ana Paula Souza do Prado. A EVASÃO ESCOLAR NO BRASIL E A PANDEMIA.. In: Semana de Pedagogia (Universidade do Estado da Bahia). Anais...Barreiras(BA) UNEB, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/pedagogiabarreiraseabra2021/434276-A-EVASAO-ESCOLAR-NO-BRASIL-E-A-PANDEMIA. Acesso em: 06/05/2025