HIPERSEXUALIZAÇÃO DA MULHER NEGRA: NOTAS SOBRE UM ESTEREÓTIPO VIOLENTO E RACISTA

Publicado em 04/07/2017

Campus
Centro Universitário do Vale do Ipojuca - DeVry | UNIFAVIP
Título do Trabalho
HIPERSEXUALIZAÇÃO DA MULHER NEGRA: NOTAS SOBRE UM ESTEREÓTIPO VIOLENTO E RACISTA
Autores
  • Joyce da Silva Tavares
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Direito
Data de Publicação
04/07/2017
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/mpct2017/48023-hipersexualizacao-da-mulher-negra--notas-sobre-um-estereotipo-violento-e-racista
ISSN
Palavras-Chave
Hipersexualização, Mulheres Negras, Estereótipos.
Resumo
Introdução: O corpo feminino foi e é um espaço de constante disputa. Ao decorrer da história este foi sendo modelado por uma série de discursos disciplinadores, opressores e violentos. Mulheres são culturalmente objetificadas, sendo-lhes usurpadas de sua autonomia, além de viver em um processo constante para recuperar a soberania sobre a sua sexualidade. A luta para conseguir sair da posição de objeto é diária e cruel. Essa opressão exercida sobre o corpo e a sexualidade feminina toma proporções e variações diferentes, que mudam com as interseccionalidades da mulher em questão. Essas variações têm grandes influências sociais e culturais e é por isso e a partir disto que a mulher negra sofre efeitos tão específicos do machismo. Nesse ínterim, nos propormos a discutir sobre o efeito da hipersexualização da mulher negra e como esse estereótipo contribui para a perpetuação da violência e do racismo para com essas mulheres. Esta pesquisa se justifica, uma vez que, apesar de parte da sociedade considerar a existência do racismo e vê-lo como algo ruim, a grande problemática ainda circunda em identifica-lo nas políticas e atitudes do nosso cotidiano, em especial, no que se refere a sexualidade da mulher negra. Objetivo: Objetivamos, assim, discutir como a hipersexualização da mulher negra traz contribuição para a manutenção e perpetuação da violência racial e de gênero. Método: Mediante uma metodologia de pesquisa exploratória, bem como uma abordagem qualitativa e uma técnica de coleta de dados bibliográfica, adotamos como principais aportes teóricos as noções trazidas por Figueiredo (2010) e Appiah (1997). Resultados: Quando o assunto é o corpo das mulheres negras, os dilemas são vários. De um lado, há uma mistura de invisibilidade e rejeição, pois a preferência midiática ainda é por mulheres brancas estas consideradas como desejáveis, sobrando pouco, ou quase nenhum espaço, para as mulheres negras. Por outro lado, há um “desejo” da sociedade por mulheres negras. O grande problema é que, quase sempre, esse desejo é estritamente ligado a mulher negra como um “sabor diferente”, ser “exótico”, “quente”, além de pecaminoso, reconhecido na expressão quando nos referimos a mulher negra como “da cor do pecado”. A hipersexualização da mulher negra é apresentada em uma mulher jovem, sendo considerada como aquela que incita e depois satisfaz, - legado deixado pelo período escravocrata -, a mulata de ontem reconfigurada na Globeleza de hoje, como afirma Figueiredo (2010). E é nesses discursos que o racismo continua se perpetuando e segregando mulheres sutilmente. As crianças e adolescentes negras já crescem sendo vistas com olhar de objetificação. Segundo dados, do ano de 2015, do Disque Denúncia Nacional, as crianças negras são as maiores vítimas de exploração sexual no Brasil, chegando a 57,5%. Conclusão: Mulheres negras foram e são constantemente privadas do desenvolvimento pleno e autônomo da sua sexualidade, além de negadas do direito de serem vistas como indivíduos, como donas dos seus corpos e não como objetos de prazer ao bel dispor de alguém. A hipersexualização, decorrente de uma violência sexual praticada no período da escravidão, reforça, justifica e naturaliza o racismo, a segregação da mulher negra e a violência sexual na nossa sociedade, que recebe grande contribuição desse estereótipo que precisa ser desconstruído para mulheres negras parem de ser vistas como seres sexuais e crianças parem de ter, desde muito cedo, seus corpos objetificados.
Título do Evento
Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

TAVARES, Joyce da Silva. HIPERSEXUALIZAÇÃO DA MULHER NEGRA: NOTAS SOBRE UM ESTEREÓTIPO VIOLENTO E RACISTA.. In: Anais da Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017. Anais...Fortaleza(CE) DeVry Brasil - Damásio - Ibmec, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/mpct2017/48023-HIPERSEXUALIZACAO-DA-MULHER-NEGRA--NOTAS-SOBRE-UM-ESTEREOTIPO-VIOLENTO-E-RACISTA. Acesso em: 04/05/2025

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