MEDICALIZAÇÃO DA VIDA: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

Publicado em 04/07/2017

Campus
Faculdade Nordeste - DeVry | Fanor – Dunas
Título do Trabalho
MEDICALIZAÇÃO DA VIDA: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Autores
  • DAYANE DE SOUSA MARTINS
  • Kelly Moreira de Albuquerque
Modalidade
Nota prévia
Área temática
Psicologia
Data de Publicação
04/07/2017
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/mpct2017/47473-medicalizacao-da-vida--contribuicoes-da-psicologia-na-atencao-basica-em-saude
ISSN
Palavras-Chave
Medicalização da vida,Psicologia,Atenção básica em saúde.
Resumo
Neste trabalho, problematizamos acerca do processo de medicalização da vida. Objetivamos investigar, mais especificamente, as possíveis contribuições do trabalho da psicologia na atenção básica em saÚde para que o processo de medicalização da vida e a normatização que o anima seja substituído pela construção de subjetividades e relações sociais bordejadas pela consideração a diversidade e a dignidade humanas. O termo medicalização da vida não significa a ingestão de medicamentos. A expressão indica o uso majoritário das insígnias médico-psicológicas na atribuição de sentido as experiências triviais da existência cotidiana. Neste sentido, vemos uma série de fragilidades e dificuldades sendo interpretadas como uma problemática clínica e, por isso, apreendidas como objetos de intervenção da medicina e psicologia. De fato, os comportamentos e atitudes dos indivíduos passam a ser valorados como disfunções biológicas, em que variáveis sociais e culturais, quando não dispensadas, são tomadas como elementos secundários. Estamos diante da produção do homem neuronal na medida em que o mental parece estar sendo reduzido a uma função cerebral.Por exemplo, temos a tristeza e mal estar subjetivos, que tendem a ser tomados como sinônimos de transtornos depressivos. E ainda, a birra infantil. Esta, que antes sinalizava um sintoma da dinâmica familiar, atualmente é tratada como transtorno desafiativo opositor, ou seja, uma dificuldade individual, da criança, que não tem associação com o espaço psicossocial que a envolve.Para tanto, utilizamos como metodologia de pesquisa a investigação bibliográfica exploratória, que se organizou da seguinte forma: primeiramente, investigamos a constituição e manifestação do processo de medicalização da vida na sociedade contemporânea, mostrando sua associação com os valores científicos de promoção de felicidade e sucesso pessoal que esta racionalidade neoliberal promove. Em seguida, discutimos o trabalhos de equipes multiprofissionais na atenção básica em saude, especificamente, as possibilidades e limites de atuação da psicologia neste campo. A atenção primaria em saude é um nível importante para a prevenção e a promoção da saúde, que operacionaliza as políticas de assistência às populações fundamentalmente por se preocupar com as questões psicossociais envolvidas no processo saúde-doença. Neste sentido, o manejo dos transtornos mentais pela psicologia na atenção básica poderia viabilizar a desinstitucionalização do paciente psiquiátrico haja vista a construção de intervenções não apenas junto ao portador de transtorno mental, mas a seus familiares, aos profissionais da saúde e à comunidade em geral. Tais ações são imprescindíveis à consolidação da reforma psiquiátrica. Por fim, analisamos como as referências de atuação do trabalho da psicologia na atenção básica poderiam contribuir para uma diminuição da incidência da medicalização na vida, sobretudo, por facilitar formatos de consciência de si e de laço social centrados na autonomia e cooperativismo. Entendendo que a equipe de apoio a saúde da família tem como papel conhecer a realidade das famílias da comunidade de sua responsabilidade, mantendo um elo de integralidade e respeito mútuo, acreditamos que a psicologia deve ampliar os modos de problematização do sofrimento psíquico para além da perspectiva psiquiátrica, que muitas vezes comprime a subjetividade com comprimidos, amortizando sua potencialidade para o empoderamento. Como conclusão, consideramos a importância em reforçar o compromisso social e ético da psicologia, sobretudo, no combate as intervenções homogêneas que normatizam as possibilidades de existência, individualizando as problemáticas e enfraquecendo o vínculo social, a cidadania e os direitos fundamentais.
Título do Evento
Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MARTINS, DAYANE DE SOUSA; ALBUQUERQUE, Kelly Moreira de. MEDICALIZAÇÃO DA VIDA: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE.. In: Anais da Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017. Anais...Fortaleza(CE) DeVry Brasil - Damásio - Ibmec, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/mpct2017/47473-MEDICALIZACAO-DA-VIDA--CONTRIBUICOES-DA-PSICOLOGIA-NA-ATENCAO-BASICA-EM-SAUDE. Acesso em: 01/07/2025

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