DAS "PUTAS COMUNISTAS" ÀS "FEMINAZIS": UM OLHAR CRÍTICO AOS RESQUÍCIOS TOTALITÁRIOS NO UNIVERSO DA MILITÂNCIA FEMININA CONTEMPORÂNEA

Publicado em 04/07/2017

Campus
Centro Universitário do Vale do Ipojuca - DeVry | UNIFAVIP
Título do Trabalho
DAS "PUTAS COMUNISTAS" ÀS "FEMINAZIS": UM OLHAR CRÍTICO AOS RESQUÍCIOS TOTALITÁRIOS NO UNIVERSO DA MILITÂNCIA FEMININA CONTEMPORÂNEA
Autores
  • Maria Rita Barbosa Piancó Pavão
  • Fernando da Silva Cardoso
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Direito
Data de Publicação
04/07/2017
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/mpct2017/47341-das-putas-comunistas-as-feminazis--um-olhar-critico-aos-resquicios-totalitarios-no-universo-da-militancia-femi
ISSN
Palavras-Chave
Ditadura Militar, Militância, Feminismos.
Resumo
Introdução: Entender os fenômenos sociais como resultado de um processo histórico intercalado se mostra o primeiro passo para a compreensão de fatores que influenciam nas ideologias vigentes em determinado recorte temporal. O período ditatorial brasileiro ainda hoje repercute implicitamente em repressões e limitações do âmbito de atuação dos movimentos sociais voltados à emancipação de grupos minoritários. Através de uma ótica comparada, e determinando o protagonismo feminino como objeto de estudo, nos propomos a responder ao seguinte de pesquisa: de que forma a repressão à militância feminina no período ditatorial brasileiro se traduz nas ideologias anti-feministas atuais? Esta pesquisa se justifica, uma vez que debates sobre gênero na academia ainda se mostram limitados. Outrossim, analisar a sociedade com vistas aos seus estímulos ideológicos permite uma melhor compreensão de sua estrutura e das desigualdades propagadas nas relações sociais. Método: Mediante uma metodologia exploratória, uma abordagem qualitativa e uma técnica de coleta de dados bibliográfica, adotamos como principais aportes teóricos os escritos de Abreu (1997), Ventura (1988), Sarti (2004), Motta (2002) e Colling (1997). Objetivos: Objetivamos analisar de que forma a repressão à militância feminina no período ditatorial brasileiro se traduz nas ideologias anti-feministas atuais. Para isso, adotamos os seguintes objetivos específicos: 1) Construir um panorama dos movimentos sociais estruturados no cenário ditatorial brasileiro; 2) Identificar o perfil atribuído às mulheres inseridas em contexto de militância frente ao regime; e 3) Correlacionar as críticas instauradas a essas mulheres no Brasil dos anos 60 a 80 ao conservadorismo repressor do processo de emancipação feminino atual. Resultados: Uma vez que a instauração do regime ditatorial se deu como forma de aniquilar qualquer pretensão de cunho comunista, os movimentos revolucionários que buscassem atingir avanços sociais e que ousassem ir de encontro ao governo autoritário eram altamente combatidos. Embora a inserção das mulheres nesse cenário se limitasse a postos subalternizados frente à liderança masculina, as poucas que se movimentaram contra o sistema consistiram em um grupo que não seguia os padrões de mulher religiosa, cuidadora do lar e de aspirações liberais, características tidas como virtuosas à representação feminina. A chamada “mulher comunista”, moralmente e politicamente desviante, era automaticamente limitada ao perfil de prostituta ou de lésbica, sendo considerada duplamente pecadora, transgressora dos ditames divinos e morais. Embora tenha gerado uma inserção na vida política, quebrando com os limites da vida privada, a figura da mulher militante da época poderia adquirir duas faces: 1) A de classe média, que lutava contra a subversão da família, a aderência ao ateísmo, a emancipação e os processos de empoderamento, ou 2) A da jovem estudante, que lutava contra uma ditadura militar opressora, que rompia com os padrões impostos e que procurava vencer a inferioridade atribuída em razão do gênero. Preliminarmente, fica clara a perpetuidade destes apontamentos no cenário brasileiro hodierno. Hoje, sob a estruturação de Feminismos que surgem como formas de luta contra ideologias machistas e patriarcais, a tentativa de vencer com os padrões de gênero é, por vezes, tida como subversiva, atribuindo à mulher feminista a representação da imoralidade. Conclusão: A proliferação de discursos de ódio, de páginas virtuais anti-feministas e de posicionamentos retrógrados é resultado de um processo histórico marcado por um sistema majoritário que sempre precisou manter as estruturas de poder através da repressão a movimentos contrários. O fortalecimento dos institutos de conservadorismo no período da ditadura militar brasileira, fator que permitiu a longa duração do regime, deu abertura ao retrocesso de cenários de inclusão e à construção de um panorama distorcido e altamente manipulável.
Título do Evento
Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PAVÃO, Maria Rita Barbosa Piancó; CARDOSO, Fernando da Silva. DAS "PUTAS COMUNISTAS" ÀS "FEMINAZIS": UM OLHAR CRÍTICO AOS RESQUÍCIOS TOTALITÁRIOS NO UNIVERSO DA MILITÂNCIA FEMININA CONTEMPORÂNEA.. In: Anais da Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia 2017. Anais...Fortaleza(CE) DeVry Brasil - Damásio - Ibmec, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/mpct2017/47341-DAS-PUTAS-COMUNISTAS-AS-FEMINAZIS--UM-OLHAR-CRITICO-AOS-RESQUICIOS-TOTALITARIOS-NO-UNIVERSO-DA-MILITANCIA-FEMI. Acesso em: 16/07/2025

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