PNEUMONIA E AEROSACULITE ZIGOMICÓTICA EM PINGUIM-DE-MAGALHÃES (SPHENISCUS MAGELLANICUS): RELATO DE CASO

Publicado em 18/03/2024 - ISBN: 978-65-272-0365-0

Título do Trabalho
PNEUMONIA E AEROSACULITE ZIGOMICÓTICA EM PINGUIM-DE-MAGALHÃES (SPHENISCUS MAGELLANICUS): RELATO DE CASO
Autores
  • Georgia Garcia Zimmermann
  • Fernanda Mara Aragão Macedo Pereira
  • Thaís Larissa Lourenço Castanheira
  • Lauro Leite Soares Neto
  • Ayisa Rodrigues de Oliveira
  • Renato de Lima Santos
Modalidade
Resumo
Área temática
Patologia de Animais Selvagens
Data de Publicação
18/03/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jornadagbr/754987-pneumonia-e-aerosaculite-zigomicotica-em-pinguim-de-magalhaes-(spheniscus-magellanicus)--relato-de-caso
ISBN
978-65-272-0365-0
Palavras-Chave
Broncopneumonia, hemoparasitose, imunossupressão, zigomicetos.
Resumo
A zigomicose é uma enfermidade oportunista causada por fungos pertencentes à classe Zygomycota, incluindo as ordens Mucorales e Entomophthorales (Corrêa et al., 2011). A infecção é caracterizada por angioinvasividade, resultando em disseminação generalizada e consequente necrose tecidual (Severo et al., 2010). O presente relato descreve aspectos clínicos, patológicos e histopatológicos de um caso de zigomicose em pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) fêmea de dois anos de idade, encaminhado ao Zoológico Municipal de Bauru após encalhe em Mongaguá/SP. Ao resgate, o animal apresentava principalmente áreas aptéricas em região dorsal e membros anteriores, respiração ruidosa, dispneia e secreção oral viscosa. Os exames histopatológicos iniciais sugeriram infecção por Plasmodium sp. inviabilizando sua soltura. No zoológico, após nove meses, o animal apresentou regurgitação e dispneia. Foi realizada coleta de sangue para realização de pesquisa de hemoparasitas por meio de avaliação direta em esfregaço sanguíneo, que sugeriu a presença de hemoparasitas que vieram a se confirmar como Plasmodium sp. Foi realizado exame radiográfico nas projeções lateral e ventrodorsal, sendo possível identificar uma estrutura radiopaca, ovalada, medindo aproximadamente 5,6 x 3,2 cm em região dorsocaudal ao coracóide, do lado esquerdo, com deslocamento traqueal lateroventral direito, além de uma estrutura radiopaca em região de saco aéreo torácico caudal esquerdo, medindo aproximadamente 7,0 cm x 5,2 cm (figura 01), com radioluscência circunscrita em seu interior. Conforme diagnóstico de plasmodiose, instituiu-se tratamento com cloroquina (2 mg/kg, SID, VO, por 10 dias), primaquina (0,5 mg/kg, SID, VO, por 10 dias) e itraconazol (20 mg/kg, SID, VO, por 40 dias). Após 10 dias, adicionou-se amoxicilina com clavulanato (125 mg/kg, BID, VO, por 15 dias). Devido ao insucesso do protocolo de tratamento e à deterioração progressiva do estado de saúde, o animal foi eutanasiado e necropsiado. Macroscopicamente, o pinguim apresentava-se em estado caquético, com líquido enegrecido em cavidade oral e massas acinzentadas subcutâneas em região do lado esquerdo da quilha, clavícula esquerda e região cranial ao fêmur esquerdo. Na cavidade celomática foram observados múltiplos granulomas de tamanhos variados, especialmente em pulmões, sacos aéreos e siringe (Figura 02), além de sacos aéreos opacificados e pulmões com edema discreto. Microscopicamente, no pulmão havia broncopneumonia heterofílica linfohistioplasmocitária fibrino-necrotizante, difusa e intensa. Os sacos aéreos apresentaram inflamação granulomatosa intensa e difusa com centro necrótico e grande quantidade de hifas fúngicas intralesionais, morfologicamente compatíveis com zigomicetos. As hifas presentes nas zigomicoses estendem-se até a mucosa e submucosa dos órgãos afetados, onde invadem a parede vascular, causando vasculite e trombose (Severo et al., 2010; Suzuta et al., 2015). Como resultado, visualiza-se a formação de áreas de necrose tecidual, fato este observado no exame histopatológico deste caso. A infecção pode ocorrer após a ingestão ou inalação de esporos de fontes ambientais contaminadas, no entanto, vale ressaltar que a zigomicose não é uma doença contagiosa, sendo o ambiente a fonte de infecção (Galiza, 2014). No caso analisado, a associação com uma possível imunossupressão foi determinante para a instalação da doença, uma vez que, doenças causadas por zigomicetos são designadas como infecções oportunistas e ocorrem principalmente em indivíduos imunossuprimidos (Corrêa et al., 2011).
Título do Evento
X Jornada Acadêmica do GEAS Brasil
Cidade do Evento
Palhoça
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Acadêmica do GEAS Brasil: medicina, manejo e conservação de animais aquáticos
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ZIMMERMANN, Georgia Garcia et al.. PNEUMONIA E AEROSACULITE ZIGOMICÓTICA EM PINGUIM-DE-MAGALHÃES (SPHENISCUS MAGELLANICUS): RELATO DE CASO.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jornadagbr/754987-PNEUMONIA-E-AEROSACULITE-ZIGOMICOTICA-EM-PINGUIM-DE-MAGALHAES-(SPHENISCUS-MAGELLANICUS)--RELATO-DE-CASO. Acesso em: 07/05/2025

Trabalho

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