“PODE O SUBALTERNO MEDIAR?" - RELAÇÕES DO CORPO NEGRO ENQUANTO ARTICULADOR DE ESPAÇOS DE CULTURA, SOB VICISSITUDES DE PESSOAS BRANCAS

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
“PODE O SUBALTERNO MEDIAR?" - RELAÇÕES DO CORPO NEGRO ENQUANTO ARTICULADOR DE ESPAÇOS DE CULTURA, SOB VICISSITUDES DE PESSOAS BRANCAS
Autores
  • Melissa Martins Alves
  • Tainá Oliveira
  • Valéria Pereira Silva
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Fórum de Ciência e Cultura (FCC)/Outros
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/319019-pode-o-subalterno-mediar---relacoes-do-corpo-negro-enquanto-articulador-de-espacos-de-cultura-sob-vicissitude
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
Mediação, Espaços Culturais, Racismo Estrutural, Relações Étnico-raciais
Resumo
A pesquisa é fruto de nossas experiências e percepções, enquanto negras universitárias, estudantes de Arquitetura e Urbanismo e de Ciências Sociais, durante atividades realizadas no Museu Nacional - UFRJ, em 2019. A partir do desenvolvimento de ações que buscavam aproximar o Museu de diferentes setores da sociedade, através de diversas atividades e parcerias com espaços culturais, foi possível despertar o interesse em aprofundar os estudos sobre a relação entre questões étnico-raciais e o trabalho desenvolvido nestes espaços. Algumas atividades envolviam a mediação em exposições em museus e centros culturais parceiros do Museu Nacional e também a participação em oficinas em eventos e junto a um colégio estadual localizado no Complexo da Maré, interagindo com jovens da Nova Holanda. Nesses três espaços, percebemos as diferentes formas de tratamento recebido enquanto corpos pretos e interlocutores do lugar. Apesar da qualificação para atuar enquanto educadoras nos espaços culturais, nem sempre éramos vistas como tais. Assim, partimos da hipótese que posições de destaque ocupadas por corpos negros na produção e troca de conhecimentos em espaços culturais, são questionadas e colocadas em "situação de não pertencimento" pela branquitude em razão de uma estrutura racista presente na sociedade. Esta pesquisa, em caráter inicial, ancora-se nos estudos de SOUZA (1983) e SPIVAK (2010) e visa unir nossas escrevivências (EVARISTO, 2008) às vivências de outros mediadores negros em espaços culturais, investigando a interação com visitantes brancos e como isso reflete em nossas vidas pessoais e carreiras profissionais. Adotamos a observação participante, considerando a perspectiva dialética para análise de dados quantitativos e qualitativos, partindo ainda da análise compreensiva da revisão bibliográfica, juntamente a elaboração e aplicação de uma pesquisa virtual em comunidades disponíveis nas redes sociais. A partir de análises preliminares, identificamos que a postura de alguns visitantes nos espaços culturais observados se apresenta de forma peculiar no que diz respeito ao tratamento da branquitude para com pessoas que produzem, pensam e disseminam conhecimentos: se ora suas falas, gestos e olhares demonstram certo “endeusamento” e ultravalorização dos nossos saberes, ora essas mesmas atitudes podem, por vezes, vir acompanhadas de certa descredibilidade. Por outro lado, na atuação em espaços marginalizados ou ditos mais populares e com maior presença/circulação de pessoas negras, identificamos maior receptividade, identificação e valorização do trabalho realizado. Com isso, acreditamos que nas experiências analisadas, os questionamentos por parte de interlocutores brancos, tenderam a deslegitimar o aporte teórico e vivências adquiridas por mediadores negros e, assim, buscamos apresentar como essas narrativas dissolvidas nas relações étnico-raciais sustentam o racismo estrutural e são silenciadas dentro das comunidades museológicas, artísticas e afins. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EVARISTO, Conceição. Escrevivências da afro-brasilidade: história e memória. Releitura, Belo Horizonte, Fundação Municipal de Cultura, n. 23, p. 1-17, nov. 2008. SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal. 1983. SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, (2010 [1985])
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ALVES, Melissa Martins; OLIVEIRA, Tainá; SILVA, Valéria Pereira. “PODE O SUBALTERNO MEDIAR?" - RELAÇÕES DO CORPO NEGRO ENQUANTO ARTICULADOR DE ESPAÇOS DE CULTURA, SOB VICISSITUDES DE PESSOAS BRANCAS.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/319019-PODE-O-SUBALTERNO-MEDIAR---RELACOES-DO-CORPO-NEGRO-ENQUANTO-ARTICULADOR-DE-ESPACOS-DE-CULTURA-SOB-VICISSITUDE. Acesso em: 10/05/2025

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