A VIVÊNCIA NAS DANÇAS AFRO-BRASILEIRAS COMO CAMINHO DE REFLEXÃO SOBRE BRANQUITUDE E RACISMO ESTRUTURAL

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
A VIVÊNCIA NAS DANÇAS AFRO-BRASILEIRAS COMO CAMINHO DE REFLEXÃO SOBRE BRANQUITUDE E RACISMO ESTRUTURAL
Autores
  • Alice Magaldi Teixeira Leite
  • Alexandre Carvalho dos Santos
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Centro de Ciências da Saúde (CCS)/Dança e movimento
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/318648-a-vivencia-nas-dancas-afro-brasileiras-como-caminho-de-reflexao-sobre-branquitude-e-racismo-estrutural
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
Branquitude, racismo, cultura afro-brasileira
Resumo
O Maracatu é uma manifestação popular afro-brasileira da região metropolitana de Recife que vem se expandindo por diversos estados do Brasil, chegando ao carnaval do Rio de Janeiro. Nesse cenário carioca, começo a vivenciar a dança nos blocos de Maracatu, onde, além de descobrir que meu corpo era capaz de dançar, tive um contato mais próximo com a cultura afro-brasileira. A partir desse atravessamento com o Maracatu, fui buscar novas experimentações na dança, entrando para o curso de Dança e para a Companhia PADÊ: Danças Afro-Diaspóricas de Terreiro, embora ainda questionasse a capacidade do meu corpo dançar, por não ter tido experiência com outros estilos hegemonicamente considerados como base do movimento, como é o caso do balé clássico. Na Companhia, começo a entender com mais profundidade a origem e o fundamento do Maracatu, e de tantas outras manifestações afro-brasileiras, percebendo-os como reverberação do terreiro de candomblé. Nas experimentações corporais junto à Companhia, passo a reconhecer o Maracatu como fundamento de dança, entendendo a legitimidade dessa manifestação cultural, por carregar sua própria técnica e conhecimento, validando-se por si só como linguagem artística. Além disso, o contato com o Maracatu estimulou questionamentos sobre meu lugar social como pessoa branca e estar junto à Companhia tem me permitido refletir sobre minha postura dentro desse cenário cultural afro-brasileiro, muitas vezes em grupos majoritariamente brancos. SCHUCMAN (2014) define a branquitude como um lugar de normatividade e poder, com privilégios raciais, econômicos e políticos, os quais muitas vezes não são percebidos por quem os detém. RIBEIRO (2017) aponta para a dificuldade da branquitude em ouvir vozes silenciadas, mantendo-se “inconsciente” diante da realidade e conhecimento dos “outros”, isto é, pessoas não brancas, por medo de ter que lidar com o incômodo que é gerado quando se rompe a voz única e hegemônica. Pode-se entender a prática das danças afro-diaspóricas como um caminho para escutar essas outras vozes, deparando-se então com o conhecimento dos “outros”, o que significa também deparar-se com sua própria ignorância, com as lacunas do saber branco e eurocentrado. Portanto, o contato com as diversas manifestações artísticas afro-diaspóricas pode servir como caminho para dialogar e refletir sobre o racismo que estrutura a sociedade brasileira, propiciando o reconhecimento por parte da branquitude como raça e local de privilégio social. Essa via de reflexão é muito potente por se dar através do encantamento gerado por essas manifestações artísticas, podendo atrair um público que ainda não pensa sobre as questões e tensões raciais no Brasil. Certamente que caminhos mais lógicos e racionais, como debates políticos e eventos acadêmicos, são de suma importância para a problematização do racismo estrutural, vejo a via artística cultural como mais uma possibilidade para essa reflexão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RIBEIRO, D. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte (MG): Letramento, 2017. SCHUCMAN, L. V. Sim, nós somos racistas: estudo psicossocial da branquitude paulistana. Psicologia & Sociedade 2014, 26(1), 83-94.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LEITE, Alice Magaldi Teixeira; SANTOS, Alexandre Carvalho dos. A VIVÊNCIA NAS DANÇAS AFRO-BRASILEIRAS COMO CAMINHO DE REFLEXÃO SOBRE BRANQUITUDE E RACISMO ESTRUTURAL.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/318648-A-VIVENCIA-NAS-DANCAS-AFRO-BRASILEIRAS-COMO-CAMINHO-DE-REFLEXAO-SOBRE-BRANQUITUDE-E-RACISMO-ESTRUTURAL. Acesso em: 15/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes