PROFISSIONALIZAÇÃO NEGRA E O PROJETO NACIONAL, USOS E CONFLITOS NO TEATRO DE REVISTA CARIOCA DOS ANOS 20

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
PROFISSIONALIZAÇÃO NEGRA E O PROJETO NACIONAL, USOS E CONFLITOS NO TEATRO DE REVISTA CARIOCA DOS ANOS 20
Autores
  • MARIA VICTORIA DE MORAES LIZARDO
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH)/História
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/318404-profissionalizacao-negra-e-o-projeto-nacional-usos-e-conflitos-no-teatro-de-revista-carioca-dos-anos-20
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
Profissionalização negra, Teatro de Revista,Campo Artístico, Unidade nacional, República Velha
Resumo
O que se propõe nesta tese é analisar a trajetória de trabalhadores negros e negras no pós-emancipação dentro do mercado de trabalho com as possibilidades e impossibilidades nas vias profissionalizantes na década de 20 do século XX e a recentíssima transição do regime escravocrata para o trabalho livre.(1) O que se observa de fato é o ambiente profissional que se ampliava de uma maneira muito particular no começo do século XX. Levando em consideração a educação religiosa e financeira da classe patronal e das elites agrárias que ainda mantinham muito viva a ideia de depuração racial , percebe-se as manobras dentro das ferramentas legítimas ou oficiais do estado para manterem distanciamento dentro da educação,cultura e trabalho. A constituição de 1891, totalmente de acordo com o projeto de nação das elites agrário-industriais, determinava que os dotados de cidadania teriam que portar certa nobreza cultural,caso contrário, estaria sujeito a ser criminalizado.(2) Por conta da rápida aceleração promovida pela modernidade e importação de modelos civilizatórios ,definidores da verdadeira identidade nacional, boa parte da população ficou impossibilitada de participar desses modernos espaços republicanos aonde se discutia o Brasil, sob uma lente específica.A indústria cultural produzida naquela época,notabilizou-se por construir o imaginário de nação com bases no racismo cietífico, manipulando a opinião pública, dentre as quais destacou-se o teatro de revista,como uma ferramenta cultural essencialmente metropolitana, reforçando sempre um sistema de diferenciação entre o campo e a cidade sendo, portanto, um importante marcador de segregação racial. (3) Houve uma contrapartida aos textos racistas de autores de teatro e cronistas teatrais, que reforçavam a depuração racial alinhavada com comentários humilhantes em relação às produções pretas. À partir do artista Du Chocolat com a fundação da Companhia Negra de Revista em 1927,se propôs dar um novo significado aos corpos negros, avesso com o que acontecia nos textos de autores consagrados. Uma das mensagens exibidas ,seria debate sobre as próprias representações e, para além dos propósitos empresariais ,reverter o cenário de legitimação da nobreza cultural eurocentrada, até então vista como única ferramenta capaz de protagonizar a exposição de regras, valores e moralidade como medidas educativas para a população (5). A aparente ascensão da cultura preta nos espaços de dominação branca, mostram como o campo artístico (5) não é algo democrático, tampouco um lugar de garantia à autonomia uma vez que, existem hierarquias raciais e sociais, ligadas à discussão de direito à cidade, cidadania e principalmente à função da arte. Apreendendo o conceito de mimetismo social e habitus de classe, se discute as manobras da Companhia Negra de Revistas para driblar o racismo estrutural, capturando signos do teatro de revista francês para transpor os muros da indústria cultural (6). Referências: (1)GOMES, Tiago de Melo de. Um espelho no Palco: identidades sociais e massificação da cultura no teatro de revista dos anos 20, Campinas,SP: Editora UNICAMP 2004 (2)Narrado na coluna ‘’ O Congresso do Jornal DIário de Notícias edição nº2065 de 24 de Fevereiro de 1891 (3)PAIVA, Salvyano Cavalcanti de. Viva o Rebolado! Morte do teatro de Revista brasileiro. Editora Nova Fronteira RJ , 1991. (4)BARROS,Orlando. Corações du Chocolat, a história da Companhia negra de revistas (1926,1927) Rio de Janeiro , Livre expressão 2005 (5)BOURDIEU,Pierre. A economia das trocas simbólicas, o poder simbólico (6)BOURDIEU,Pierre A distinção : Crítica social do julgamento.Sao Paulo: Edusp; Porto Alegre, RS: Zouk, 2007.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LIZARDO, MARIA VICTORIA DE MORAES. PROFISSIONALIZAÇÃO NEGRA E O PROJETO NACIONAL, USOS E CONFLITOS NO TEATRO DE REVISTA CARIOCA DOS ANOS 20.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/318404-PROFISSIONALIZACAO-NEGRA-E-O-PROJETO-NACIONAL-USOS-E-CONFLITOS-NO-TEATRO-DE-REVISTA-CARIOCA-DOS-ANOS-20. Acesso em: 15/05/2025

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