FERTILIZAÇÃO CRUZADA E AUTOFECUNDAÇÃO DOS CORAIS DO GÊNERO MUSSISMILIA (CNIDARIA: SCLERACTINIA: MUSSIDAE) NO SUL DA BAHIA, BRASIL

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
FERTILIZAÇÃO CRUZADA E AUTOFECUNDAÇÃO DOS CORAIS DO GÊNERO MUSSISMILIA (CNIDARIA: SCLERACTINIA: MUSSIDAE) NO SUL DA BAHIA, BRASIL
Autores
  • Alexandra Paris Toledo
  • Amana Garrido
  • Cristiano Macedo Pereira
  • Leandro Cesar de Godoy
  • CARLA ZILBERBERG
Modalidade
Resumo apresentação oral curta
Área temática
Centro de Ciências da Saúde (CCS)/Zoologia
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/315552-fertilizacao-cruzada-e-autofecundacao-dos-corais-do-genero-mussismilia-(cnidaria--scleractinia--mussidae)-no-sul-
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
MUSSISMILIA, REPRODUÇÃO, AUTOFECUNDAÇÃO
Resumo
Diversos invertebrados marinhos são hermafroditas simultâneos e liberadores de gametas. Esta estratégia reprodutiva é vantajosa em diversos aspectos, como aumentar o sucesso de fertilização, dispersão larval, minimizar o efeito da predação de gametas e larvas e aumentar a diversidade genética (HARRISON & WALLACE, 1990). Porém, a liberação de pacotes contendo gametas femininos e masculinos pode aumentar a chance de autofecundação e, com isso, reduzir a diversidade genética da população, deixando-a mais suscetível a colapsos. Corais do gênero Mussismilia são endêmicos do Brasil, constituem os principais construtores de recifes e são hermafroditas simultâneos e liberadores de gametas (i.e. liberam pacotes contendo oócitos e espermatozoides), com ciclo reprodutivo anual (PIRES et al., 1999). O objetivo deste trabalho foi avaliar as taxas de autofertilização (AF) e fertilização cruzada (FC) em 3 espécies do gênero. Para isso, acompanhamos as desovas das espécies M. harttii, M. hispida (ambas entre setembro-novembro de 2018 e 2019) e M. braziliensis (fevereiro de 2020), em Porto Seguro, BA. Foram coletadas 30-40 colônias por espécie no Parque Natural Municipal do Recife de Fora 15 dias antes do início das desovas. As colônias foram mantidas em viveiros na base de pesquisas do Projeto Coral Vivo, em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro. Aquelas que começavam a desovar eram isoladas das demais, a fim de evitar contaminação com gametas de outras colônias, e seus pacotes de gametas foram separados. Para cada experimento, foram utilizados 15 pacotes- todos da mesma colônia para AF; ou 5 pacotes de 3 colônias para FC. Os pacotes foram colocados em aquários aerados (4-6 réplicas) com 400mL de água do mar filtrada, mantidos a 26ºC em setembro-novembro e 28ºC em fevereiro (temperatura média da água do mar na região em cada época). O sucesso das fertilizações foi avaliado pelo número de larvas formadas, contabilizadas dois dias após a desova. Os experimentos de AF geraram muito menos larvas que os de FC. Em 2018, M. harttii gerou (média±desvio padrão) 15,5±12,6 larvas/aquário de AF e 477,4±564 larvas/aquário de FC. M. hispida gerou 3,2±3,4 (AF) e 365,5±237,8 larvas/aquário (FC) em 2018, e 7,6±8,1 (AF) e 205±115,9 larvas/aquário (FC) em 2019. A reprodução de M. braziliensis foi acompanhada apenas em 2020, quando somente 4 das 30 colônias coletadas desovaram e geraram 3,8±5,4 (AF) e 48±9,8 larvas/aquário (FC). Acreditamos que as desovas de M. hispida (2019) e M. braziliensis (2020) foram afetadas pelo branqueamento em massa de 2019, que pode ter causado problemas durante a gametogênese dessas espécies e, com isso, reduzido o número de gametas e larvas viáveis. As taxas de AF para as 3 espécies foram de 8 a 150x mais baixas do que as de FC, indicando a existência de um mecanismo de barreira pré- ou pós-zigótico (i.e. um impedimento para a fertilização de oócitos por espermatozóides geneticamente similares ou para o desenvolvimento de embriões gerados por estas fertilizações). Nossos resultados sugerem que a produção de larvas por AF não é frequente, embora ela ocorra. Por outro lado, durante as desovas afetadas pelo branqueamento não houve redução na AF, apenas na FC, indicando que estes eventos podem levar à diminuição da diversidade genética e do aporte larval. Todas as larvas dos aquários de FC foram fixadas em etanol 96% para posterior realização de análises moleculares de parentesco, com o objetivo de esclarecer se a AF ocorre mesmo quando há disponibilidade de gametas de um maior número de colônias e em qual proporção, quando comparada à FC. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HARRISON, P. L & WALLACE, C. C. Reproduction, dispersal and recruitment of scleractinian corals. In: Dubinsky Z (ed) Ecosystems of the world: coral reefs. Elsevier, Amsterdam, 1990, pp. 133-207. PIRES, D. O et al. Reef coral reproduction in the Abrolhos Reef Complex, Brazil: the endemic genus Mussismilia. Marine Biology, 1999. v.135, p. 463-471.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

TOLEDO, Alexandra Paris et al.. FERTILIZAÇÃO CRUZADA E AUTOFECUNDAÇÃO DOS CORAIS DO GÊNERO MUSSISMILIA (CNIDARIA: SCLERACTINIA: MUSSIDAE) NO SUL DA BAHIA, BRASIL.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/315552-FERTILIZACAO-CRUZADA-E-AUTOFECUNDACAO-DOS-CORAIS-DO-GENERO-MUSSISMILIA-(CNIDARIA--SCLERACTINIA--MUSSIDAE)-NO-SUL-. Acesso em: 08/06/2025

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