NANOTUBOS INTERCELULARES: UM NOVO MECANISMO DE COMUNICAÇÃO ENTRE CÉLULAS

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
NANOTUBOS INTERCELULARES: UM NOVO MECANISMO DE COMUNICAÇÃO ENTRE CÉLULAS
Autores
  • Pedro Soares Lourenço
  • Bruno Pontes
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Centro de Ciências da Saúde (CCS)/Biologia celular e molecular
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/315216-nanotubos-intercelulares--um-novo-mecanismo-de-comunicacao-entre-celulas
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
nanotubos de membrana, amarra, pinça ótica, comunicação intercelular
Resumo
Organismos multicelulares sobrevivem devido a interação das células de seus tecidos e órgãos. Além dos mecanismos de comunicação já descritos, como os baseados na difusão e sinalização de moléculas, uma nova forma de conexão foi descoberta: os Nanotubos Intercelulares (NICs). NICs são protrusões cilíndricas da membrana plasmática forradas internamente por F-actina e capazes de estabelecer conexões diretas com outras células vizinhas. Possuem diâmetro médio de 50 a 200 nm e se estendem por diversos tamanhos celulares sem se romper. Permitem a troca de informações via sinais de cálcio, transferência de proteínas, organelas e até mesmo de vírus entre células conectadas. Entretanto, pouco se sabe sobre os tipos celulares que realizam essa conexão bem como se são formadas entre células distintas. Para tanto, nosso grupo motivou-se a observar o aparecimento natural de NICs entre células nervosas normais e tumorais. Diferenciamos células-tronco neurais em três tipos: Neurônios (NEU), Astrócitos (ASTRO) e Oligodendrócitos (OLIGO). Também cultivamos Glioblastomas (GBM) de linhagem previamente estabelecida. De posse das células, geramos culturas mistas de cada tipo sadio com GBM. Após 7 dias de cultivo, preparamos essas culturas para microscopia confocal marcando para F-actina e proteínas específicas de cada tipo celular, estas sendo Beta-Tubulina (NEU), O4+MBP (OLIGO) e GFAP (ASTRO). Observamos a presença de NICs em diferentes quantidades e tamanhos, conectando células normais às tumorais em cada situação experimental. Em seguida, nos perguntamos se seria possível gerar NICs de forma artificial e de maneira mais controlada. Para isso, utilizamos um instrumento capaz de realizar forças pontuais (da ordem de picoNewtons) em objetos microscópicos: a pinça ótica. Colocamos as mesmas culturas mistas mencionadas anteriormente no microscópio e extraímos, com a pinça, uma esfera de poliestireno previamente aderida à célula viva, trazendo consigo um cilindro da membrana plasmática denominado amarra. Nosso grupo demonstrou que amarras se organizam de forma semelhante aos NICs. Resolvemos, portanto, fixar essa amarra em outra célula vizinha, acompanhando essa interação por 15 minutos. O procedimento foi realizado de forma a conectar os tipos sadios com GBM, e foi observado que as conexões se mantiveram estáveis, não houve rompimento das amarras produzidas. Em alguns momentos foi possível observar, inclusive, a transferência de pequenas estruturas de uma célula para outra. Nossos resultados mostram que NICs se formam naturalmente entre tipos celulares distintos do sistema nervoso, e também entre células normais e tumorais. Demonstramos ainda que somos capazes de estabelecer conexões semelhantes a NICs entre células distintas utilizando a pinça ótica. Como perspectivas, pretendemos realizar novas filmagens com diferentes tempos de interação. Pretendemos também investigar a ultra-estrutura dos NICs naturais e artificiais, comparando-os por meio da microscopia eletrônica, com foco em observar os pontos de conexão entre as membranas dessas células. Além disso, gostaríamos de melhor entender a cinética de formação bem como diferenças entre NICs naturais e artificiais formados entre cada um dos tipos celulares mistos. Por fim, gostariamos de avaliar o que poderia estar passando de uma célula normal para uma célula tumoral através da comunicação via NICs. Esses achados podem nos ajudar a melhor entender uma possível função dessas estruturas de comunicação intercelular na progressão do glioblastoma.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LOURENÇO, Pedro Soares; PONTES, Bruno. NANOTUBOS INTERCELULARES: UM NOVO MECANISMO DE COMUNICAÇÃO ENTRE CÉLULAS.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/315216-NANOTUBOS-INTERCELULARES--UM-NOVO-MECANISMO-DE-COMUNICACAO-ENTRE-CELULAS. Acesso em: 03/05/2025

Trabalho

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