Título do Trabalho
O ARQUÉTIPO DO MENTOR NO MITO DO HERÓI QUE HABITA O HOMEM
Autores
  • Reginaldo Osnildo Barbosa
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
GT 10 – IMAGINÁRIO, MEMÓRIA E RELAÇÕES DE AFETO
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ixsimfop/125433-o-arquetipo-do-mentor-no-mito-do-heroi-que-habita-o-homem
ISSN
2175-9162
Palavras-Chave
Arquétipo, Herói, Mentor, Monomito.
Resumo
O ARQUÉTIPO DO MENTOR NO MITO DO HERÓI QUE HABITA O HOMEM O mito da passagem do herói serve como padrão comportamental para o homem. “Cabe ao indivíduo, tão somente, descobrir sua própria posição com referência a essa fórmula humana geral e então deixar que ela o ajude a ultrapassar as barreiras que lhe restringem os movimentos” (CAMPBELL, 2007, p. 121). Delimitando o monomito de Campbell (2007) como estrutura que fundamenta a comparação mítica com as narrativas que compõem o vivido, entende-se que tal proposta identifica como o mito faz que o homem seja um herói em potencial. PALAVRAS-CHAVE: Arquétipo. Herói. Mentor. Monomito. INTRODUÇÃO A jornada do indivíduo a partir do primeiro respirar suscita questionamentos. Qual será o futuro deste que nasce? Para onde vai aquele que morre? Reflexão que atravessa séculos. Dentre as hipóteses, fala-se da impotência do homem diante da morte, de um ciclo natural, decisão divina e outras teorias. Fala-se da morte como verdade absoluta, muitas vezes em teorias que definem a vida como parte de um plano maior, divino, heroico. Teorias que atemorizam o homem desde tempos remotos, projeções de imagens que formam um complexo e dinâmico imaginário sobre a problemática, imaginário onde o homem mergulha para se completar e dinamizar a própria existência. Existência essa que, para Maffesoli (2001, p. 77), faz com que o imaginário seja, ao mesmo tempo, “impalpável e real”. O que se estrutura, na visão de Durand (2012, p. 18), como um conjunto de “imagens e relações de imagens que constitui o capital pensado do homo sapiens”. Relação que se configura por intermédio da expressão do pensamento modelada pelas pulsões subjetivas do sujeito em um movimento também inverso. Subjetividade que, por sua vez, é representada através da imaginação que potencializa criações simbólicas, “concepção que postula o semantismo das imagens, o fato de elas não serem signos, mas sim conterem materialmente, de algum modo, o seu sentido” (DURAND, 2012, p. 59). Esta estrutura durandiana (2012) que fundamenta o imaginário aponta o schème como uma generalização dinâmica e afetiva da imagem, esquema que une gestos inconscientes ao ambiente natural e social para determinar os arquétipos - as imagens primordiais presentes em todas as culturas. Ao abordar com mais afinco o conceito de arquétipo, Jung (1983) postula que o inconsciente coletivo é uma espécie de “figuração do mundo, representando a um só tempo a sedimentação multimilenar da experiência” (JUNG, 1983, p. 85). Para ele (1983, p. 88-89), “através do ato do reconhecimento, ‘estabelecemos’ a realidade dos arquétipos, ou mais exatamente, postulamos a existência psíquica desses conteúdos, com base no reconhecimento”. Para o teórico (1997, p. 230), “o arquétipo é uma tendência de criar representações muito variáveis, mas sem perder seu modelo primitivo”. Desde os tempos inenarráveis pela compreensão, a narrativa heroica povoa o reservatório onde o homem bebe sentidos e de sentidos o enche. De modo que o homem cria mitos e por eles é criado. Considerando que toda narrativa do herói se estrutura com a presença do arquétipo do mentor, aponta-se a hipótese com base no conceito de Regime Diurno de Durand (2012); e nos estudos do mitólogo (2007) sobre a jornada do herói. Estudos que foram aplicados por Vogler (2006, p. 39) no cinema: “a relação entre Herói e Mentor é um dos temas mais comuns da mitologia, e um dos mais ricos em valor simbólico. Representa o vínculo entre pais e filhos, entre mestre e discípulo, médico e paciente, Deus e o ser humano”, sendo função do mentor a preparação do herói para o que virá, aconselhando-o para o desconhecido. Em outras palavras, o papel do mentor é ensinar o caminho ao herói. Oliveira Neto e Souza-Silva (2017, p. 65), resgatam nas literaturas clássicas que o mentor era o conselheiro sábio e de confiança que protegia o filho de Odisseu. Transportada para o ambiente social, a mentoria é o relacionamento entre o experiente (mentor) e o menos experiente (mentorado). Campbell (2007) identificou a jornada do herói nas narrativas míticas, Vogler (2006) utilizou a jornada do herói de Campbell para estruturar A jornada do escritor, e esta discussão observa que tal metodologia, quando observada, aponta para uma jornada do herói nas narrativas do vivido. CONCLUSÕES Entendendo que a narrativa mítica é a jornada positiva que molda o imaginário social e, consequentemente, molda o próprio homem. A potência deste mito na ação do homem faz com que o herói se configure como mito, em um reflexo oposto da imagem do homem, como imagem divina que o homem almeja. Assim, o mito é movimento, é jornada, é potência que se transfigura a partir do espaço e tempo em que é narrado, socializado. Um dinamismo transformador. Esta dinamicidade movimenta schèmes, arquétipos e símbolos, se encontra no diálogo que perpassa gerações de mentores, um diálogo feito por imagens, feito por mitos, um diálogo que pode ser lido e analisado porque é vivido no cotidiano. REFERÊNCIAS CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento, 2007. Tradução de Adail Ubirajara Sobral. DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário. 4. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012. Tradução de Hélder Godinho. JUNG. Carl Gustav. A vida simbólica: escritos diversos. V. XVIII-1. Petrópolis: Vozes, 1997. Tradução de Araceli Elman e Edgar Orth. ______. Psicologia do inconsciente. V. VII-1. Petrópolis: Vozes, 1983. Tradução de Maria Luiza Appy. MAFFESOLI, Michel. O imaginário é uma realidade. Revista FAMECOS: mídia cultura e tecnologia. V. 1, n. 15. Porto Alegre: 2001. OLIVEIRA NETO, Constantino de Carvalho e SOUZA-SILVA, Jader Cristino de. Aprendizagem, mentoria e cultura organizacional de aprendizagem: o estudo de caso da performance consultoria e auditoria. REAd. (Porto Alegre). 2017, vol.23, pp.60-92. VOGLER, Christopher. A jornada do escritor: estruturas míticas para escritores. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. Tradução de Ana Maria Machado. FOMENTO Esta pesquisa é parte da tese de doutorado que aborda a temática e conta com o fomento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Título do Evento
IX SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA ATUAL CONJUNTURA NACIONAL e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas
Cidade do Evento
Tubarão
Título dos Anais do Evento
Anais do IX SIMFOP - Simpósio Nacional sobre Formação de Professores: a Educação Brasileira na atual conjuntura Nacional e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BARBOSA, Reginaldo Osnildo. O ARQUÉTIPO DO MENTOR NO MITO DO HERÓI QUE HABITA O HOMEM.. In: Anais do IX SIMFOP - Simpósio Nacional sobre Formação de Professores: a Educação Brasileira na atual conjuntura Nacional e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas. Anais...Tubarão(SC) UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ixsimfop/125433-O-ARQUETIPO-DO-MENTOR-NO-MITO-DO-HEROI-QUE-HABITA-O-HOMEM. Acesso em: 28/06/2025

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