Título do Trabalho
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E OS CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL
Autores
  • Rafael Cardoso da Silva
  • Fatima Elizabeti Marcomin
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
GT 4 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ixsimfop/125350-a-educacao-ambiental-e-os-catadores-de-material-reciclavel
ISSN
2175-9162
Palavras-Chave
Catadores. Educação Ambiental. Valorização profissional.
Resumo
Autores 1-Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISUL. Bolsista UNIEDU/SC. 2-Doutora em Ecologia pela UFSCar. Prof.ª do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISUL. Coordenadora do Grupo de Pesquisa AnPAP-EA . 1. Introdução Com o processo de urbanização e expansão das cidades, vimos que diversas regiões passam por problemas complexos em relação aos resíduos sólidos. Fatores como a crescente taxa de geração de lixo per capita e a má administração desses resíduos são responsáveis por ocasionar diversos transtornos à população e ao ambiente. Nesse caso é necessário dimensionar que, para além dos demais problemas advindos, a questão socioambiental está presente não apenas para os excluídos nos ambientes das grandes cidades, mas também entre trabalhadores, catadores de material reciclável, que fazem desta uma fonte de subsistência. Atualmente, os catadores participam na gestão de resíduos sólidos em diversas regiões do Brasil e, apesar da sua importância para a sociedade e para o meio ambiente, muitos atuam na informalidade. Contribuem para que parte significativa dos resíduos destinados aos lixões ou aterros seja inserida novamente no processo produtivo. O recorte trazido tem por objetivo apresentar como a Educação Ambiental (EA) pode contribuir na valorização do profissional do catador de material reciclável. 2. Materiais e métodos A pesquisa que engloba este recorte se caracteriza como qualitativa, pois trabalha com um conjunto de significados, aspirações, motivos, valores, crenças e atitudes, necessitando mais do que um modelo para operacionalizar variáveis em face da complexidade do processo dos fenômenos (MINAYO, 2001) na perspectiva Fenomenológica (SOKOLOWSKI, 2004). Para vislumbrar o potencial da Educação Ambiental na valorização do catador de material reciclável, foi realizado um estudo bibliográfico no período de março de 2017 a março de 2018, destacando os principais conceitos voltados ao processo de reconhecimento do catador. Além de existir uma enormidade de abordagens nas pesquisas relacionadas à área de educação, Souza e Salvi (2012) ressaltam a complexidade presente nestas pesquisas, principalmente vinda das fontes filosóficas e epistemológicas utilizadas pelos grupos de pesquisa. 3. Resultados Destaca-se que os catadores, além de atuarem de forma significativa na gestão de resíduos sólidos urbanos, também são agentes de sensibilização das pessoas. Eles promovem uma mudança de conduta com relação aos resíduos sólidos, sendo assim, são fundamentais na promoção da sustentabilidade do planeta (MOTA, 2005). Para tanto, “é importante que o catador entenda seu papel ativo como sensibilizador da população, o que contribui para elevar a sua autoestima, passando a se ver na condição de ‘quem tem a ensinar’ e não apenas de ‘quem tem a aprender’” (PINHEL, 2013, p. 13). Apesar da grande importância do catador de material reciclável para a sociedade, visto que seu trabalho produz uma série de benesses nas áreas sociais, econômicas e ambientais, muitos destes indivíduos ainda não são reconhecidos de fato (AQUINO, 2007). Silva e Lima (2007) argumentam que, apesar de toda a importância das ações desenvolvidas pelos catadores para o meio ambiente, estes ainda possuem uma visão social menosprezada de sua profissão. Neste contexto, para Jacobi (2005), a EA pode promover a cidadania, uma vez que corresponde ao pertencimento e à identidade numa coletividade, dada a nova forma de encarar a relação do homem com a natureza, ou seja, numa perspectiva distinta de ver o mundo e os homens. 4. Discussão Cada sujeito assimila e reage unicamente mediante as ações acerca do ambiente e seu entorno. Deste modo, a compreensão destas inter-relações natureza/ser humano por meio do estudo da percepção ambiental permite a compreensão pelo indivíduo de seu lugar no ambiente e possibilita a realização de práticas pedagógicas, formais e/ou informais, que levem o sujeito a compreender a sua atuação no ambiente (FAGGIONATO, 2007). Autorreconhecer-se e ter clareza da sua importância nesse processo vai ao encontro do que autores como Mauro Guimarães e Paulo Freire atribuem como o sentimento de pertencimento. A educação possibilita ao ser humano “[...] a discussão corajosa de sua problemática” (FREIRE, 2011, p.118). À luz de Paulo Freire, incorporamos isso à EA. Rucheinsky (2001) expõe que a consciência ambiental empodera o indivíduo, pois através dela é possível realizar uma análise mais verossímil do entorno, fornecendo meios para melhorá-lo. Sendo assim, o indivíduo envolve-se na construção do seu saber. 5. Conclusões Acreditamos que a EA possui um potencial significativo no processo de reconhecimento dos sujeitos e de seu potencial como cidadãos, favorecendo a atuação também dos catadores de material reciclável. Logo, a participação dos catadores de material reciclável no processo de gestão de resíduos sólidos é de extrema relevância, assim como a responsabilidade da EA em contribuir para sensibilizá-los para a sua autovalorização enquanto sujeitos. Referências AQUINO, I. F. de. Proposição de uma rede de associações de catadores na região da grande Florianópolis: alternativa de agregação de valor aos materiais recicláveis. 2007. 252f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. FAGGIONATO, S. O que tem a ver percepção ambiental com a educação ambiental? São Paulo, 2007. Disponível em: <http://educar.sc.usp.br>. Acesso em: 2 abr. 2018. FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. JACOBI, P. Participação. In: FERRARO JÚNIOR, L. A. (Org.). Encontros e caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005. p. 229-236. MINAYO, M. C. de S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001. MOTA, A. do V. Do lixo à cidadania. Revista Democracia Viva, Belo Horizonte, n. 27, p. 3-8, jun./jul. 2005. PINHEL, J. R. (Org.). Do lixo à cidadania: guia para a formação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. São Paulo: Editora Petrópolis, 2013. RUCHEINSKY, A. Educação Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2001. SILVA, D. B.; LIMA, S. do C. Catadores de Materiais Recicláveis em Uberlândia – MG, Brasil: estudo e recenseamento. Caminhos de Geografia, v. 8, n. 21, p. 82-98, 2007. SOKOLOWSKI, R. Introdução à fenomenologia. São Paulo: Loyola, 2004. SOUZA, D. C. de; SALVI, R. F. A Pesquisa em Educação Ambiental: um panorama sobre sua construção. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 14, n. 3, 2012.
Título do Evento
IX SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA ATUAL CONJUNTURA NACIONAL e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas
Cidade do Evento
Tubarão
Título dos Anais do Evento
Anais do IX SIMFOP - Simpósio Nacional sobre Formação de Professores: a Educação Brasileira na atual conjuntura Nacional e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Rafael Cardoso da; MARCOMIN, Fatima Elizabeti. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E OS CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL.. In: Anais do IX SIMFOP - Simpósio Nacional sobre Formação de Professores: a Educação Brasileira na atual conjuntura Nacional e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas. Anais...Tubarão(SC) UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ixsimfop/125350-A-EDUCACAO-AMBIENTAL-E-OS-CATADORES-DE-MATERIAL-RECICLAVEL. Acesso em: 16/07/2025

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